Capítulo 8

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O mesmo garoto moreno que nos recebeu na estrada estava... se afogando.

― James! ― Gritou Rachel já chorando, abraçada ao Thomas.

Meus olhos começaram a ficar marejados.

Jake pulou na água ― de roupa ― e tentou salvar o menino que se afogava. Ele colocou o James na borda da piscina e eu fechei os olhos, torcendo para que o garoto esteja vivo.

Abri os olhos, Jake parou de fazer os procedimentos de primeiros socorros e levantou a cabeça para nos fitar.

― Ele não está respirando! ― Gritou chorando e uma lágrima caiu do meu olho.

― Não, não, não. ― Neguei com a cabeça. Aquilo não podia ser real.

Olhei rapidamente ao redor e vi todos tristes, chocados e assustados.

― Noah! ― Thomas me chamou enquanto eu me afastava, mas não o respondi, apenas continuei andando em direção à porta e saí da casa.

Enquanto caminhava até o portão, lágrimas quentes e silenciosas rolavam pelo meu rosto.

O que foi isso?

Peguei o meu celular no bolso. 9:00. Aproveitei e já adicionei o número de Thomas. Mandei para ele um "Oi, é o Noah".

Comecei a andar mais rápido até que cheguei em casa.

Destranquei a porta rapidamente e passei pela sala. Mal notei o meu pai sentado na poltrona.

― Ei, o que houve? ― Perguntou enquanto eu subia as escadas. Eu o ignorei.

Passei pelo corredor, entrei no quarto e tranquei a porta.

Me sentei no chão deixando as lágrimas dominarem o meu rosto e deixei a minha mochila ao meu lado.

― A festa não foi boa? ― Joey perguntou do outro lado.

Silêncio.

― Me conte o que houve.

Você não entenderia, quase grito como resposta.

― Filho? ― Me chamou e eu limpei as lágrimas das minhas bochechas.

Mais uma vez, silêncio.

― Se quiser conversar, eu estou aqui.

Juntei as pernas à mim e meu celular vibrou no bolso.

O peguei e vi que é uma mensagem de Thomas e mais um número desconhecido.

"O que houve, Noah?" a primeira pergunta do meu amigo, "você saiu meio tenso. Sei que o que aconteceu deve ter te magoado. Então, se quiser conversar, me chama", a segunda.

Cliquei na conversa com o número desconhecido: "Harris?", era a única mensagem.

Respondi "Campbell..." e logo depois respondi o Thomas: "Falo com você e a Rachel amanhã."

Guardei o celular e deixei que as últimas lágrimas caíssem dos meus olhos, mesmo que a maioria já tenha secado nas minhas bochechas.

Só pode ser coincidência.

Me levantei e me joguei na cama.

[...]

Acordei ainda pensando sobre a noite anterior e quão bizarro aquilo foi.

Peguei o meu celular no bolso. Tinha uma mensagem da Rachel e do Thomas. Também me adicionaram em um grupo chamado "3° Ano ―  Lawvencille Jensen."

Abri a conversa com o meu amigo: "Ok. Vou avisar ela." Depois vi a mensagem de Rachel: "Tudo bem?".

Demorei um pouco para responde-lá, até que digitei um "Não" e dei um salto da cama ao ver o horário: 6 e meia.

Me arrumei rápido, desci as escadas e peguei uma maçã na cesta de frutas.

Saí de casa e em poucos minutos cheguei na escola.

O dia estava nublado e os alunos na frente do colégio estavam abalados.

Thomas e Rachel se aproximaram de mim e eu me surpreendi quando a garota de cabelos castanhos me abraçou.

Olhei para o meu amigo e ele deu de ombros. Thomas gesticulou com a boca um "ela está abalada".

Rachel se afastou de mim para me fitar e pousou as suas mãos nas minhas bochechas.

― Eu vi a sua mensagem. ― Ela falou. ― Você disse que não estava bem.

Thomas me olhou com mais atenção e eu engoli em seco.

― Falo com vocês no intervalo. ― Avisei e eles assentiram.

Olhei ao redor e vi Jake com as mãos no rosto.

O sinal logo tocou e todos se direcionaram para as suas salas.

[...]

Minhas pálpebras estavam pesadas e eu estava ameaçando dormir quando escutamos algo vindo dos altos falantes:

― Bom dia, Colégio Lawvencille Jensen. É o seu diretor. ― Deu uma pausa. ― Gostaria que o 3° Ano do Ensino Médio se dirigissem para o auditório no intervalo de hoje. ― Disse e eu fiquei meio tenso. ― Tenho algo importante para relatar.

Será que ele já sabe?

Logo o sinal do intervalo tocou e eu me levantei.

Saí da sala e vi vários alunos subindo as escadas. Os segui e então passamos por um corredor.

Entramos no auditório e eu fiquei nervoso. Já tinham várias pessoas sentadas nas cadeiras e no fundo da sala, tinha um palco.

Avistei Thomas e ele fez um sinal com a mão, me chamando. Me sentei ao seu lado e Rachel se juntou à nós.

― O que será que o Sr. Jensen tem para dizer? ― Perguntou a garota de cabelos castanhos sentada ao lado de Thomas. Ela estava estranha.

― Acho que ele sabe o que aconteceu ontem. ― O moreno falou.

― Mas como ele soube? ― Perguntei curioso.

― Jake. ― Eu e Rachel falamos o suspeito, ao mesmo tempo.

― É um bom palpite.

Todos na sala ficaram em silêncio quando avistamos o Sr. Jensen adentrando o local e ficando no meio do palco.

•••
Continua...

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