O mesmo garoto moreno que nos recebeu na estrada estava... se afogando.
― James! ― Gritou Rachel já chorando, abraçada ao Thomas.
Meus olhos começaram a ficar marejados.
Jake pulou na água ― de roupa ― e tentou salvar o menino que se afogava. Ele colocou o James na borda da piscina e eu fechei os olhos, torcendo para que o garoto esteja vivo.
Abri os olhos, Jake parou de fazer os procedimentos de primeiros socorros e levantou a cabeça para nos fitar.
― Ele não está respirando! ― Gritou chorando e uma lágrima caiu do meu olho.
― Não, não, não. ― Neguei com a cabeça. Aquilo não podia ser real.
Olhei rapidamente ao redor e vi todos tristes, chocados e assustados.
― Noah! ― Thomas me chamou enquanto eu me afastava, mas não o respondi, apenas continuei andando em direção à porta e saí da casa.
Enquanto caminhava até o portão, lágrimas quentes e silenciosas rolavam pelo meu rosto.
O que foi isso?
Peguei o meu celular no bolso. 9:00. Aproveitei e já adicionei o número de Thomas. Mandei para ele um "Oi, é o Noah".
Comecei a andar mais rápido até que cheguei em casa.
Destranquei a porta rapidamente e passei pela sala. Mal notei o meu pai sentado na poltrona.
― Ei, o que houve? ― Perguntou enquanto eu subia as escadas. Eu o ignorei.
Passei pelo corredor, entrei no quarto e tranquei a porta.
Me sentei no chão deixando as lágrimas dominarem o meu rosto e deixei a minha mochila ao meu lado.
― A festa não foi boa? ― Joey perguntou do outro lado.
Silêncio.
― Me conte o que houve.
Você não entenderia, quase grito como resposta.
― Filho? ― Me chamou e eu limpei as lágrimas das minhas bochechas.
Mais uma vez, silêncio.
― Se quiser conversar, eu estou aqui.
Juntei as pernas à mim e meu celular vibrou no bolso.
O peguei e vi que é uma mensagem de Thomas e mais um número desconhecido.
"O que houve, Noah?" a primeira pergunta do meu amigo, "você saiu meio tenso. Sei que o que aconteceu deve ter te magoado. Então, se quiser conversar, me chama", a segunda.
Cliquei na conversa com o número desconhecido: "Harris?", era a única mensagem.
Respondi "Campbell..." e logo depois respondi o Thomas: "Falo com você e a Rachel amanhã."
Guardei o celular e deixei que as últimas lágrimas caíssem dos meus olhos, mesmo que a maioria já tenha secado nas minhas bochechas.
Só pode ser coincidência.
Me levantei e me joguei na cama.
[...]
Acordei ainda pensando sobre a noite anterior e quão bizarro aquilo foi.
Peguei o meu celular no bolso. Tinha uma mensagem da Rachel e do Thomas. Também me adicionaram em um grupo chamado "3° Ano ― Lawvencille Jensen."
Abri a conversa com o meu amigo: "Ok. Vou avisar ela." Depois vi a mensagem de Rachel: "Tudo bem?".
Demorei um pouco para responde-lá, até que digitei um "Não" e dei um salto da cama ao ver o horário: 6 e meia.
Me arrumei rápido, desci as escadas e peguei uma maçã na cesta de frutas.
Saí de casa e em poucos minutos cheguei na escola.
O dia estava nublado e os alunos na frente do colégio estavam abalados.
Thomas e Rachel se aproximaram de mim e eu me surpreendi quando a garota de cabelos castanhos me abraçou.
Olhei para o meu amigo e ele deu de ombros. Thomas gesticulou com a boca um "ela está abalada".
Rachel se afastou de mim para me fitar e pousou as suas mãos nas minhas bochechas.
― Eu vi a sua mensagem. ― Ela falou. ― Você disse que não estava bem.
Thomas me olhou com mais atenção e eu engoli em seco.
― Falo com vocês no intervalo. ― Avisei e eles assentiram.
Olhei ao redor e vi Jake com as mãos no rosto.
O sinal logo tocou e todos se direcionaram para as suas salas.
[...]
Minhas pálpebras estavam pesadas e eu estava ameaçando dormir quando escutamos algo vindo dos altos falantes:
― Bom dia, Colégio Lawvencille Jensen. É o seu diretor. ― Deu uma pausa. ― Gostaria que o 3° Ano do Ensino Médio se dirigissem para o auditório no intervalo de hoje. ― Disse e eu fiquei meio tenso. ― Tenho algo importante para relatar.
Será que ele já sabe?
Logo o sinal do intervalo tocou e eu me levantei.
Saí da sala e vi vários alunos subindo as escadas. Os segui e então passamos por um corredor.
Entramos no auditório e eu fiquei nervoso. Já tinham várias pessoas sentadas nas cadeiras e no fundo da sala, tinha um palco.
Avistei Thomas e ele fez um sinal com a mão, me chamando. Me sentei ao seu lado e Rachel se juntou à nós.
― O que será que o Sr. Jensen tem para dizer? ― Perguntou a garota de cabelos castanhos sentada ao lado de Thomas. Ela estava estranha.
― Acho que ele sabe o que aconteceu ontem. ― O moreno falou.
― Mas como ele soube? ― Perguntei curioso.
― Jake. ― Eu e Rachel falamos o suspeito, ao mesmo tempo.
― É um bom palpite.
Todos na sala ficaram em silêncio quando avistamos o Sr. Jensen adentrando o local e ficando no meio do palco.
•••
Continua...
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Que Se Torne Realidade
Mystery / ThrillerCONCLUÍDO *** +14 E se os seus pesadelos virassem realidade? Bom, é exatamente isso que Noah vive. Atenção: contém gatilhos como assassinatos, violência e depressão Iniciado: 19/01/21 Finalizado: 21/07/21 *** Plágio é Crime Crie a sua própria histór...