Capítulo 19

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― É agora! Está pronto? ― Um homem de bigode e cachecol me pergunta, se aproximando e quase me empurrando em direção à um palco.

Quando vou perceber, estou na frente de uma multidão. Todos me olham atentamente, esperando que eu faça algo.

Olho para o lado e vejo o tal homem de bigode me lançando uma piscadela e fazendo gestos com as mãos, para eu continuar.

Engoli em seco, mas quando abri a boca para dizer algo, escuto um barulho vindo do teto.

Olho para cima e apenas sinto uma forte pancada na cabeça. A última coisa que escuto são vários gritos.

Acordei com o coração acelerado e tentei me acalmar.

Minha cabeça doía muito e vi tudo girando a minha volta.

― 1, 2... 3. ― Falei baixinho, tentando voltar ao normal.

Mas não consegui me acalmar, me lembrando do pesadelo que acabei de ter.

Olhei para o relógio em cima da cômoda e vi que são 5 da manhã.

Cocei a cabeça e me acomodei na cama, assim me sentando e cruzando as pernas.

Escutei a porta fazer um barulho e olhei para ela, onde o meu pai abriu e entrou.

― Oh, já está acordado? ― Ele perguntou, deixando algumas camisas dobradas em cima da cômoda ao lado da minha cama. ― O que houve? Você está palido. ― Informou e eu passei as mãos pelo rosto.

― Tive um pesadelo. ― Respondi e Joey se sentou na beira da minha cama.

O homem de cabelos castanhos escuros ficou um tempo em silêncio, analisando o meu rosto.

― Você está tendo muitos pesadelos?

Engoli em seco e assenti.

Ele inclinou a cabeça para o lado e tentou olhar nos meus olhos, mas não conseguiu direito porque o quarto não estava muito iluminado.

Apertei os lábios antes de informar algo:

― Não é a primeira vez.

[...]

Cheguei na escola e Thomas, Rachel e Lucy se aproximaram de mim.

― Hoje é a peça de Romeu e Julieta! ―  Relembrou a garota morena e Campbell encolheu os ombros, puxando a manga do seu moletom e escondendo as mãos. ― Mas não vai ter graça sem a Rachel.

Levantei o rosto para fita-los.

― Como assim?

― Estou resfriada. ― Informou a menina de cabelos castanhos e aquilo me deixou um pouco mais tranquilo, fazendo eu relaxar os ombros. ― A Clarice vai fazer o papel no meu lugar.
― Completou, fazendo uma careta.

― Sinto muito.

Na verdade, eu não estava triste por ela. Tinha coisas mais importantes com que me preocupar.

Como o pesadelo que eu tive e o fato de que algum aluno vai morrer na frente de todo mundo.

Tenho que falar com o Jake sobre isso. ― Rachel avisou. ― Vem, Lucy.

A garota morena a obedeceu e Thomas me olhou com atenção.

― Elas podem não ter percebido, mas eu notei. ― Informou o meu amigo e eu franzi o cenho. ― Você está bem? Foi mais um pesadelo? Sobre o quê?

Suspirei e abaixei a cabeça, evitando olhar nos seus olhos.

― Você... ― Comecei, levantando o rosto. ― ... sabe se ainda temos psicólogos aqui na escola?

Que Se Torne RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora