Capítulo 23

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Eu fiquei muito nervoso depois daquele sonho, porque tinha medo de sonhar com mais alguém especial pra mim.

Agora, eu estava na escola, no horário do intervalo, e Rachel tagarelava sobre o que aconteceu mais cedo.

― Então o Noah conseguiu impedir? ― Thomas levantou uma sobrancelha, me olhando de soslaio.

― Sim! ― Campbell exclamou e eu a fitei. ― Espero que esse tenha sido o último pesadelo.

Olhei ao redor e vi Jake entrar no refeitório. Quando me viu, o mesmo se aproximou e eu afundei no banco.

― Oi, gente. ― Ele falou e a garota de cabelos castanhos ajeitou a postura. ― Eu queria falar com o Noah.

Os meus amigos se entre olharam e saíram da mesa, meio confusos.

Cooper se sentou na minha frente e sorriu ladino.

― Lembra do outro dia? Na lanchonete? ― Ele perguntou e eu respirei fundo.

― Lembro. ― Me inclinei para frente. ― Você me ameaçou dizendo que se eu não fizesse o que você queria, você contaria à todos que eu sou o grande culpado por todos os assassinatos.

― Eu não te ameacei.

Hm, não, claro que não.

― O que você quer, Cooper? ― Comecei a mexer a perna, um pouco inquieto.

― Vai ser amanhã. ― Ele se inclinou para frente e senti o seu horrível hálito no meu rosto, mas não fiz careta. ― Vou te passar o endereço por mensagem.

Ele deu uma piscadela e se levantou.

― E se você abrir a boca e falar com alguém sobre isso, eu te mato.

Engoli em seco com o que o rapaz disse e o mesmo sorriu ladino antes de se afastar.

Quando ele saiu, Rachel e Thomas se sentaram novamente e me olharam.

― Ok, fala o que acabou de acontecer. ― Campbell ordenou e eu encolhi os ombros.

― E-eu não posso.

― Como assim não pode? ― O moreno me fitou.

― Ele começou a falar comigo de repente sobre... ― Parei de falar e eles me encararam. ― ... um alçapão, algo assim.

A garota de cabelos castanhos apertou os lábios.

― Ele quer que eu me encontre com ele nesse lugar, mas eu não quero. ― Continuei. ― Ele me ameaçou e disse para eu não falar com ninguém sobre isso.

― Você fez bem em contar para nós. ― Rachel disse e eu sorri fraco. ― Vou conversar com ele sobre isso.

― Mas Campbell... ― Comecei, mas ela me interrompeu.

― Deixe isso comigo.

[...]

Estou andando pela calçada e olho ao redor. Está anoitecendo e a rua está vazia.

Chego no meu destino e fito o grande alçapão na minha frente.

― Harris!

Escuto alguém me chamando do outro lado da rua e olho para trás.

Mas quando faço isso, sinto algo forte batento em mim, como uma explosão, e sou arremessado no chão.

A minha visão fica turva e a minha cabeça dói. Uma pessoa se aproxima e fica ajoelhada na minha frente, chorando e dizendo algo, mas eu já não prestava atenção.

Que Se Torne RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora