Chegamos em casa e eu joguei a mochila no sofá.
― Sente-se. ― Joey apontou para a cadeira ao seu lado.
Andei até a mesa e fiz o que ele pediu.
― O mais importante: você está bem? ― Meu pai me fitou.
― Sim. ― Respondi com a voz baixa, sem o fitar nos olhos.
― Eu acho que não. ― Disse e eu fiquei nervoso. ― Por que não me disse nada?
― E-eu não sei. ― Guaguejei mexendo os pés no chão, inquieto.
― Você e o James eram amigos? ― Levantou o meu rosto com o seu dedo indicador, para que eu o encarasse.
― Não. ― Respondi evitando contato visual.
― O enterro dele será amanhã. ― Deu uma pausa, largando o meu rosto. ― Você quer ir?
― Não sei. ― Falei e Joey bufou, percebendo que eu não queria manter aquela conversa.
― O Colégio Lawvencille Jensen disponibilizou psicólogos para os alunos. Acho uma boa ideia você... ― O interrompi.
― Não precisa, pai. ― Neguei já irritado. ― Não precisei de terapia quando a mamãe e a Charlotte morreram. ― Continuei e meu pai arregalou os olhos. ― Não é agora que eu vou precisar de um psicólogo. ― Peguei a minha mochila e me direcionei para as escadas.
― Noah Harris! ― Joey gritou se levantando.
― Não! ― Respondi subindo as escadas, entrando no meu quarto e trancando a porta atrás de mim.
― Não vire as costas pra mim!
Me sentei na cama e dei um suspiro.
A morte do James despertaram vários sentimentos que eu demorei para enterrar.
Me fez lembrar da morte da minha irmã e da Ashley, minha mãe.
Fui tirado dos meus pensamentos quando vi um bilhete de papel sendo lançado pelo vão da porta.
Me levantei e peguei o objeto. Abri a folha: "Vamos ao enterro amanhã."
Suspirei mais uma vez e amassei o papel.
Talvez seja melhor eu ir mesmo.
[...]
No dia seguinte...
Acordei escutando várias batidas na porta do quarto.
― Filho! ― Era o Joey. ― Me deixe entrar!
Me levantei em um salto e abro a porta.
― Me desculpe. ― Falei dando espaço para entrar.
― Tudo bem. ― Respondeu me abraçando. ― Trouxe a roupa para você ir ao... você sabe. ― Disse saindo dos meus braços e deixando a vestimenta em cima da cama.
Meu pai se aproximou e segurou o meu rosto com as suas mãos.
― Você está bravo comigo? ― Ele perguntou fitando os meus olhos castanhos e eu neguei com a cabeça. ― Você está bem? ― Inclinou a cabeça e eu acabei o abraçando.
[...]
Chegamos no local do funeral e algumas pessoas da escola já estavam lá, incluindo Rachel, Thomas, Lucy e Jake.
― Você veio... ― Disse Campbell se aproximando. Ela estava com um vestido preto e cabelos soltos.
― Oi... ― Falei desanimado e a garota me abraçou.
Thomas e Lucy se aproximaram e nos cumprimentamos.
― Como o Jake está? ― Perguntei e Rachel saiu do abraço.
― Tentando superar. ― Respondeu Rachel. ― Mas como você está? ― Me olhou e eu dei de ombros.
Outras pessoas começaram à chegar e então andamos para o local onde James seria enterrado.
― Você falou com o seu pai sobre o pesadelo? ― Thomas perguntou com a voz baixa e eu neguei com a cabeça.
Chegamos no local e depois de alguns minutos, começaram a enterrar o caixão e eu apertei os lábios.
― Me desculpe. ― Falei baixinho enquanto uma lágrima caia do meu olho.
Joey chegou perto de mim e eu o abracei de lado.
Me desculpe.
Me desculpe.
Me desculpe.
O enterro logo acabou e começamos à descer o morro.
Várias pessoas choravam e eu me senti mal.
Eu devia me sentir assim?
Eu e meu pai nos despedimos das outras pessoas e eu entrei no carro.
Joey sentou ao meu lado e deu partida. Ele me olhou de soslaio antes de sair com o carro.
― O que acha de sair para algum lugar? ― O homem de cabelos castanhos perguntou, mas eu não respondi. ― Entendi.
Me desculpe.
•••
Continua...
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Que Se Torne Realidade
Mystery / ThrillerCONCLUÍDO *** +14 E se os seus pesadelos virassem realidade? Bom, é exatamente isso que Noah vive. Atenção: contém gatilhos como assassinatos, violência e depressão Iniciado: 19/01/21 Finalizado: 21/07/21 *** Plágio é Crime Crie a sua própria histór...