XXVIII.

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Daniel Seavey.

Deslizar pelo gelo atrás de um disco de borracha era o que eu mais gostava no mundo. Meus olhos concentrados em fazer um gol... Aquilo era a melhor sensação que eu poderia sentir.

O técnico apitou e todos deslizamos até o final do rinque.

— Ótimo treino. Amanhã dia livre por conta do jogo de quinta-feira. Descansem e tenham boa noite de sono, molecada. – ele falou, seguido de um sorriso.

— Vocês acham que nós vencemos o Northwest? – Corbyn perguntou enquanto levava a garrafa de água até os lábios.

— Grandes chances... – Zach deu de ombros e tirou o capacete. — Só precisamos estar concentrados no rinque.

— Eles não são adversários extremamente fortes mas... – fui interrompido por uma voz feminina.

— Mas não são fracos. – a garota nova, Kaia, estava ali. — Eu saí na Northwest para vir pra cá. Conheço o time de lá. Dica: marquem o Matthew, ele é o mais fraco. – ela disse e piscou.

— Você é a aluna nova, não? – Corbyn indagou.

— Ao vivo e a cores. Sou Kaia. – ela disse, com um sorriso enorme. — E vocês são...?

— Corbyn. – ele apontou pra si mesmo. — Zach, Daniel. O resto do time já está no vestiário.

— Uma pena. – ela deu de ombros. — Você é Daniel Seavey, certo? Ouvi falar de você.

— Sobre mim? – perguntei enquanto me sentava no banco de reservas para tirar os patins.

— Ouvi dizer que você é um ótimo capitão... E dizem que você beija muito bem. – a loira disparou e eu senti minhas bochechas esquentarem.

— Nós já vamos... – Corbyn saiu, puxando Zach e deu uma piscadela pra mim.

— Realmente, sou muito bom em tudo que faço. – dei de ombros e voltei meu olhar para os meus pés.

— Eu só acredito vendo... Ou testando. – Kaia disse, praticamente tentando dar em cima de mim. Soltei uma risada fraca e me levantei.

— Preciso ir... Tenho coisas para fazer. – disse e ela concordou com a cabeça.

— Me passa seu número. Eu sou nova aqui então é bem difícil fazer amizades... – a garota falou, sem jeito.

— Passo sim. Me empresta seu telefone? – perguntei e ela esticou o celular. Digitei meu número e salvei o contato como "Seavey". — Se precisar, pode me chamar.

— Venho te ver no jogo de quinta. – ela disse, ainda virada para mim mas dando passos para trás.

— Faço um gol pra você. – disparei e ela riu, logo acenando com um sorrisinho nos lábios e saindo pela porta do ginásio.

Soltei uma risada fraca para mim mesmo. Olhei para cima e vi Nora de braços cruzados na arquibancada. Merda.

— Faço um gol pra você? – ela perguntou, séria.

— Que foi? Eu estava brincando. Ah Nora, por favor. A menina é nova aqui, seja um pouco receptiva. – falei e ela revirou os olhos.

— Não, não serei receptiva. Essa menina não me desce.

— Você nem conhece ela!

— Conheço sim. – Nora disse e eu fiz uma careta, sem entender nada. — Ela também está na competição de patinação. – a morena colocava seus patins enquanto falava. — Sua amiga – ela disse com um tom irônico em amiga. — foi uma escrota comigo. Então... – Nora se levantou e adentrou o rinque. — Não serei receptiva. – ela disse e deslizou até o centro da pista.

Quando pensei em falar algo Carl, o treinador dela, chegou. O cumprimentei com um aperto de mão e um sorriso e ele me puxou para o lado.

— Você adiantou o pagamento? – ele cochichou.

— Adiantei sim... Só, por favor, não conta pra ela. – falei, suplicando, e ele concordou com a cabeça. Me afastei dele e me encostei na borda que separava o chão do rinque de gelo. — Mais tarde conversamos, Nora!

— Não se eu te ignorar... – ela disse enquanto deslizava de um lado para o outro.

cold as ice ⌗ daniel seavey.Onde histórias criam vida. Descubra agora