Cap. 1 - A Gente Pode Até Se Matar

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Hey, estranhos! Tudo bem?
Vamos a mais uma?
Então vamos!

**********

Pov Camila Cabello

– Você acha que há alguma relação entre ser inteligente e bom de cama? – eu disse. Traguei do toquinho que sobrou de papel enrolado e segurei a fumaça no pulmão ao passar o baseado para a minha melhor amiga. Pelo
menos nesta rodada eu não tinha engasgado nem tossido por cinco minutos.

Nenhuma de nós fumou maconha nos últimos dez anos, desde a época da escola. Parecia oportuno marcar o fim oficial da nossa juventude fumando esse, que Dinah confiscou do seu irmão de dezesseis anos ontem.

– Estou prestes a me casar com um homem que cria robôs capazes de aprender como pensamos. É claro que vou dizer que caras inteligentes são os melhores na cama. Bom, o Derek consegue solucionar um cubo mágico em
menos de trinta segundos. A vagina é bem menos complicada.

– Aquele amigo dele, o Adam, é fofo. Mas passou a última hora me contando sobre um algoritmo que ele está criando para um robô de
inteligência artificial chamado Lindsey. A minha contribuição na conversa se resumiu a "nossa!" e "que interessante". Você pode dizer ao Derek que ele precisa arranjar amigos mais burrinhos?

Dinah tragou e falou enquanto tentava segurar a fumaça, o que fez com que a voz dela subisse duas oitavas.

– Ele estudou no MIT e trabalha em uma empresa de tecnologia... Vai ser difícil achar amigos burrinhos. – Ela me cutucou com o ombro. – É por isso que preciso que você se mude pra cá. Não aguento ficar cercada de gente inteligente o tempo todo.

– Que fofa você – suspirei. – O Adam até que é bonitinho, pelo menos.

– Então estou entendendo que é hoje que você sai dessa seca?

– Talvez amanhã à noite, logo depois do casamento – disse com um sorriso
metido. – Se ele der sorte. Ainda estou no horário de Nova York. Hoje à noite já estarei caindo de sono na mesa quando estiverem servindo a sobremesa.

A futura noiva e eu estávamos nos escondendo do restante dos convidados do jantar de pré-casamento, atrás de um arco de treliça coberto por uma trepadeira, no pátio do restaurante.

De repente, uma voz profunda e rouca me
deu um susto, e quase derrubei o tal arco.

– Se ele der sorte, é? Você é tão bonita de frente como é de costas ou é só
convencida mesmo?

– Mas o que... – Virei para a mulher vindo na nossa direção, no escuro. – Por que não vai cuidar da sua vida?

Ela deu mais alguns passos largos e pôs-se sob a luz do refletor de teto que Dinah e eu estávamos tentando evitar. Meus olhos quase se esbugalharam.

Alta, bem alta – eu tenho um e cinquenta e sete e estava com um salto de doze
centímetros, mas mesmo assim tinha que levantar a cabeça para olhar no rosto
dela. Cabelo escuro, sensual, como se precisasse de um corte, mas que ainda
assim ficava bem para ela. Pele clara, boca carnuda. Os olhos dela eram de um verde tão claro, que se destacavam no rosto claro e algumas ruguinhas marcavam a pele ao redor
dos olhos, o que me fez pensar que ela devia sorrir com frequência. E que sorriso! Não era bem um sorriso completo – era mais como um sorrisinho dissimulado, de gato que acabou de engolir o passarinho.

Todo aquele conjunto de mulher era meio que demais para absorver de uma só vez. Mas enquanto fiquei ali parada, muda, Dinah a abraçou.

Tomara que ela a conheça mesmo, pensei, e não que esteja mais chapada do que eu imaginava.

CAMREN: Amigas Com Benefícios (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora