Cap. 5 - Não Posso

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Pov Camila Cabello

Jesus, eu me sinto péssima.

Minha cabeça estava latejando, meus músculos doíam. Tinha uma poça no meu travesseiro, no qual eu devo ter babado a noite toda. Sem erguer a cabeça, dei uma olhada geral no quarto e vi minha mala sobre um móvel no
canto – aff, nem me lembrava de ter voltado para o meu quarto de hotel. Mas estava feliz por estar ali e não no quarto ao lado.

Tentei puxar na memória a última coisa de que me lembrava. Eu pegando o buquê, Lauren pegando a liga, a mão dela sob o meu vestido.

Ai, meu Deus. Eu estava me sentindo péssima, mas ainda assim consegui arrancar outra lembrança de dentro de mim.

Lembrei-me de nós quatro a caminho do bar – eu, Dinah, Derek e Lauren.

Lauren brindou às três coisas de que mais precisamos na vida – uma garrafa cheia, um amigo fiel e uma mulher linda – e àquele que tem tudo isso.

Lembrei de Dinah e Derek sendo chamados para tirar fotos e de Lauren pedindo outra rodada e me contando histórias de quando Derek e ela eram pequenos. Ela era naturalmente galanteadora, mas também havia doçura na maneira como falava sobre o amigo.

Depois disso, as coisas pareciam confusas. Eu não conseguia de jeito nenhum recordar como fui embora do casamento e como voltei ao hotel.

Alcancei meu celular na mesa de cabeceira para ver que horas eram. Merda. Eram quase dez horas e o meu vôo era às treze. Estava prestes a me arrastar para fora da cama quando um barulho me fez parar.

Foi quase como um ronco.

Um ronco grave e rouco.

Eu estava deitada de lado, então tive que virar para ver de onde vinha o som.

Congelei ao descobrir.

Congelei.

Tenho certeza de que o meu coração parou por um ou dois segundos. Uma mulher estava deitada na cama ao meu lado, de costas para mim. E, pelos cabelos e largura dos ombros, eu sabia que não era uma mulher qualquer. Mas eu precisava confirmar.

Segurando a respiração, olhei por cima daquele corpão para ver o rosto. Era Lauren e ela roncou de novo. Pulei para fora da cama.

Consegui me controlar e fazer silêncio para não acordá-la.

Merda. O que foi que eu fiz?

Andei nas pontas dos pés até o banheiro, com o coração acelerado e o cérebro desesperado, tentando lembrar algo da noite anterior – qualquer coisa que envolvesse Lauren Jauregui dentro do meu quarto.

Dentro de mim.

Foi pior do que a minha pior noite da época da faculdade. Como poderia não me lembrar de nada? Meu reflexo no espelho logo explicou: parecia que eu tinha sido atropelada. Meu cabelo estava embolado, metade preso,
metade solto, com grampos caindo para todo lado. Minha pele, em geral clara, estava ainda mais pálida e os meus olhos castanhos escuros estavam vermelhos em volta e inchados.

Foi aí que finalmente olhei para baixo. Eu estava de camiseta e calça de moletom, mas por baixo ainda estava de calcinha e sutiã. Não me lembrava de ter me vestido; isso me fez parar para pensar sobre por que eu tinha me
vestido. Uma vez que eu tirava o sutiã, não o colocava de novo. E não sou tímida com relação ao meu corpo – não era costume me vestir inteira depois de uma noite de paixão.

Seria possível que nós tivéssemos dormido juntas sem fazer sexo?

Coloquei a mão por dentro da calça e toquei minhas partes íntimas. Não estavam nada doloridas. Mas essa não era uma prova cabal – vai saber se aquele mulherão, que estava roncando na minha cama, não era tão
dotada anatomicamente e fazia amor de modo gentil. Nenhuma das duas alternativas parecia plausível.

CAMREN: Amigas Com Benefícios (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora