Cap. 26 - Sempre Foi Um Encontro

16.4K 1.3K 121
                                    

Peguei o celular no balcão.

– Onde será que está a Izzy? Ela não costuma se atrasar assim. A que horas é a reserva?

Antes de Lauren responder, a porta da frente se abriu e fechou-se.

– Eu estava começando a me preoc... – O rosto dela interrompeu o que eu ia dizer. Estava vermelho e manchado, com os olhos inchados. Ela com certeza estava chorando. – O que aconteceu? Você está bem?

– Tô – ela retrucou.

Lauren e eu nos entreolhamos. A expressão soltinha dela de um minuto antes desapareceu. Agora exibia um ódio mortal.

– Izzy – eu disse. – Você precisa me dar alguma explicação. Alguém mexeu com você no caminho para casa?

Só então ela percebeu que Lauren estava lá. Ela também viu a expressão no rosto dela e pareceu se dar conta de que aquela mulher estava pronta para matar alguém se ela não a acalmasse.

– Não, nada assim.

Suspirei aliviada.

– Então o que aconteceu? Você chegou tarde e com certeza estava chorando.

– Não quero falar disso.

– Tem certeza?

Izzy se jogou no sofá sem tirar a mochila.

– Uma menina do time de basquete estava falando sobre o papai.

Sentei ao lado dela.

– Falando o quê?

– Parece que o pai dela investiu dinheiro com o papai e, quando nos registramos no time, os meus contatos de emergência eram você e o papai. Aí o pai dela viu o nome, me viu no jogo e, como eu me pareço muito com o papai, ele fez a ligação. Agora todo mundo sabe que o meu pai é um criminoso. – As lágrimas correram dos grandes olhos castanhos dela. –E não foi só isso.

Ai, Jesus. Tinha mais? Eu não sabia se conseguiria ficar assistindo àquelas lágrimas. A Izzy era uma menina durona que não tinha chorado desde o julgamento do pai e, mesmo naquela ocasião, ela escondeu de todo mundo.

– O que mais aconteceu, meu amor?

– O Manu vai ao baile com a Brittany.

– Que baile?

– O que vai ter daqui a algumas semanas.

– Não era para as meninas convidarem os meninos?

– Sim.

– Eu nem sabia que você tinha convidado o Manu para ir com você.

As lágrimas corriam.

– Eu não convidei.

– Ah, querida. – Eu a abracei.

Ela tentava disfarçar os soluços silenciosos o melhor que podia, mas os ombros dela estavam chacoalhando. Ficamos abraçadas por uns dez minutos. Ela chorando e me deixando abraçá-la. Eu odiava o motivo do choro e a dor dela, mas fiquei feliz de poder oferecer algum conforto e por ela ter me deixado oferecê-lo.

Quando Izzy fungou, ao final, tirei o cabelo úmido do rosto dela.

– O que posso fazer para você se sentir melhor?

– Só quero comer alguma coisa e ir para a cama.

Lauren voltou para a cozinha. Imaginei que ela queria nos dar alguma privacidade. Olhei para ela como que para pedir desculpas, ela estava
olhando o celular.

CAMREN: Amigas Com Benefícios (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora