Parte III

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Tudo em ordem!

Depois de me chamar de louca, Rute me agradeceu por ter dado um empurrãozinho no namoro dela.

- Você tem que parar de ser ciumenta. -falei como se fosse a pessoa mais mente aberta do mundo.

- Tá, já te agradeci, agora esquece isso. Comprou a passagem, foi? -perguntou.

- Sim! Mas mamãe não tá muito boa, quase não falou comigo. -falei triste.

- A claro, a primeira filha dela indo embora assim, você quer o quê? -indagou.

- Que ela me entenda!

- Relaxa, logo logo ela se acostuma com a ideia de você ué embora.

- É, mas acontece que ela tem poucas horas pra se acostumar, eu vou embora amanhã cedo.

- Amanhã?! Caraca, mas já?

- A claro! Eu tenho cinco dias pra essa entrevista.

- E se você não consegui emprego?

- Meu pai vai me dá uma grana pra pelo menos pagar um mês de aluguel, e se não for esse o emprego , eu arrumo logo outro .

- Afinal, vai trabalhar em que?

- Auxiliar de cozinha.

- Você é uma negação pra cozinhar.

- Eu não vou ser uma chefe de cozinha, só vou cortar os legumes, e essas coisas...

- Melhor que nada. -ela disse e saiu pra tomar banho.

Foi quando eu parei pra pensar, eu já tinha passagem pra ir, mas como seria morar numa cidade, qual você não conhece ninguém? Como eu ia me virar? Um medo me percorreu, mas coloquei na cabeça que não valia a pena sentir, tinha mesmo é que me arriscar, se não der certo, eu tento de novo, e se outra vez não der certo, tento de novo, de novo e assim vai. É desse jeito que a vida é...

Verifiquei as malas pra ver se tudo estava lá, só faltava algumas sandálias que entraram com muita dificuldade na mala já cheia.

***

Já estava de noite e mamãe me chamou para o jantar, ela tinha uma cara melhor, mas não cem por cento satisfeita.

Sentamos todos à mesa, e dessa vez foi Rute quem agradeceu pelo alimento.

- Bom, hoje é a ultima vez que eu me sento à essa mesa. -falei depois que ela terminou. -E pra Você João, o único que ainda não sabe, eu estou de ida para o Rio amanhã.

- Tão rápido, Ester. -ele disse sem dar importância.

- Eu tenho uma entrevista marcada daqui à poucos dias, preciso está já instalada na cidade.-esclareci.

- Vai fazer falta, mas posso comer agora? -ele perguntou.

- Nossa, pode seu esfomeado! -falei.

- Mesa não é lugar pra conversar. -citou Dona Maria. -né mãe?

- É sim, meu filho, portanto,coma. -ela disse sorrindo fraco.

Começamos a comer, todos em silêncio, o que me incomodou, eu realmente não entendia mamãe, ela devia estar feliz por ter menos uma boca pra alimentar e ver que a filha que criou com tanta dedicação, está crescida e tomando um rumo na vida. Minha vontade era falar isso tudo pra ela, mas não queria arrumar um conflito e ir embora mal com ela.

Assim que minha mãe acabou, ela pediu licença e se retirou, assim foi com todos à mesa, menos eu e meu pai.

- Pai. -chamei.

Amor Fora Da Lei [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora