- Arthur me leva ao hospital agora! -pedi desesperada.
- O que foi? Não está se sentindo bem? -ele perguntou tocando em mim.
- Por favor, só me leve. -choraminguei. Eu já não tinha mais forças, imaginava um milhão de coisas. Eu só queria estar perto do meu pai.
Arthur sem entender, saiu as pressas comigo, fomos de moto em alta velocidade, um perigo, eu sei, mas eu precisava chegar o mais rápido possível.
Eu não entendi muita coisa, mas tudo que Rute me informou era que o nosso pai estava no hospital, ela estava muito desesperada, eu temia pelo estado dele.
Em pouco tempo nós chegamos, enquanto andávamos para dentro do hospital eu expliquei para Arthur o que estava acontecendo.
- Eu sinto muito, mas ele vai sair dessa. -ele disse tentando secar as minhas lágrimas.
Eu corri naquela recepção procurando por alguém, era difícil para Arthur me acompanhar.
- ESTER!
- Rute! Cadê ele? -perguntei notando os seus olhos inchados de tanto choro.
Ela apenas caiu em lágrimas, de tanto soluçar, não conseguiu falar.
- Rute você está me desesperando. Pelo amor de Deus! O que aconteceu? Cadê o meu pai ?! -perguntei e Arthur percebendo nosso desespero nos guiou para sentar.
- Ele se foi, Ester. -Rute me respondeu num fio de voz, eu não acreditei, o meu pai... EU QUERO O MEU PAI!
Eu me senti tonta, me acomodei na poltrona, ainda estava em choque, isso não podia está acontecendo.
Arthur me abraçou forte, e a minha fixa caiu, eu desabei em lágrimas, meus soluços eram altos, faziam minha garganta doer.
- Aonde estar ele? -eu consegui perguntar.
Rute me informou o número do quarto e eu num impulso, saí correndo a procura dele, Arthur foi atras de mim.
Entrei com tudo no quarto de número duzentos e três, prendi a respiração assustada ao ver aquela cena...
Os médicos desligando o aparelho de soro, guardando tudo que tinha em volta de Seu Onofre, tudo que foi usado na tentativa de salvar sua vida.
- PAI! -eu gritei com a voz rouca e corri em direção a ele que estava imóvel. - Por favor, pai, acorda. Você precisa conhecer a sua netinha, Pai... -minha voz foi ficando falha.
Eu mexia nele na tentativa vão de fazê-lo acordar.
- Você não pode ficar aqui. -uma enfermeira me puxou enquanto o médico me olhava com um olhar de pena.
- PAI. -eu consegui gritar pela última vez.
Arthur também chorava, acho que mais por me ver naquele estado, quando fui tirada daquela sala, eu não conseguia me conter. Por que o meu pai?! Ele precisava continuar vivo. Diante de tudo aquilo, eu não consegui mais me manter de pé, minhas pernas se enfraqueceram, meu coração batia descompassado, a última coisa que ouvi foi:
- Ester?! Calma, você está pálida. -era a voz de Arthur.
******
Não sei quanto tempo depois, mas eu acordei, acordei e me deparei com Léo e Arthur, um de cada lado me observando com olhos atentos.
- Que bom que você acordou, meu amor. -Arthur disse me beijando. Eu vi Léo se afastando um pouco. Mas como ele veio parar aqui?
- Rute me chamou. -ele respondeu como se lesse meu pensamento. -E como você está? -me perguntou.
Eu lembrei do ocorrido e uma lágrima solitária rolou.
- Eu sinto muito. -ele disse.
- Eu também, eu sinto tanto. Está doendo... -falei baixo e coloquei as mãos no rosto. -Eu preciso sair daqui! -falei.
- Calma, Ester. Espere o médico. -Arthur me segurou para que eu não levantasse.
- Eu vou chamá-lo. -Léo falou e saiu.
Era a primeira vez que via aqueles dois juntos sem se alfinetarem.
- Como isso foi acontecer, Arthur? Meu pai é um homem saudável. -disse choramingando.
- Eu não sei ainda, meu amor. Mas você precisa se acalmar, a nossa filha ... -ele disse acariciando a minha barriga. -Eu imagino a sua dor, mas você me deu um baita susto.
- ... -eu apenas chorava.
Arthur tentava secar as minhas lágrimas, era em vão. O médico apareceu.
- Doutor, eu já posso sair daqui ? Eu preciso sair! -falei desesperada.
- Infelizmente, não. A sua pressão subiu demais, e você está muito abalada, pode fazer mal ao bebê. -me informou .
- Mas Doutor...
- Eu sei o que está acontecendo, querida. -falou simpático. -Mas você precisa ficar mais um pouco aqui, não é muito tempo.
Só de pensar que o meu Pai não estaria mas no meu dia a dia, que eu não poderia mais ganhar aqueles beijos que fazia meu rosto coçar por causa da barba dele, os mimos que tive do meu velho pai. Ahh... Como doía imaginar a minha vida sem ele.
Eu olhei para Léo e pude ver o quão agoniado ele estava, vi Arthur com uma expressão de preocupação, mas...
Eu Só queria entender o que aconteceu!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Fora Da Lei [Completo]
RomanceQuem diria que o simples desejo de liberdade mudaria radicalmente a vida da complicada Ester? De uma família tradicional, criada à base de princípios religiosos, toda sua vida controlada e regrada pela mãe... Cansada disso tudo, a moça despenca do...