Capítulo 28

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Esse capítulo é somente uma espécie de bônus narrado por Maria, mãe da Di.●
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Por Maria.

Como tudo aconteceu...

Era tardezinha, eu já estava cansada de ficar longe da minha filha, não sabia o que tinha acontecido para Rute tomar tal decisão, mas não seria o seu pecado que me deixaria longe da mesma. Só cheguei à essa conclusão depois de muita reflexão e algumas visitas ao psicólogo. Eu de jeito nenhum aceitaria o homossexualismo, mas era a minha filha, não podia deixá-la desamparada.

Eu estava alterada e decidida a ir naquela favela buscar Rute. Onofre, o meu marido, disse que iria comigo, seria melhor, eu aceitei sua companhia. Se soubesse a tragedia que estava pra acontecer, jamais o permitiria sair de casa...

- Você acha que ela vai me desculpar por tudo que falei? -lembro-me de tê-lo perguntado.

- Mas é claro, Maria. Vamos. -ele sorriu tão bonito. -Nós vamos voltar a ser uma família. -seus olhos brilhavam.

- Deus te ouça. -falei e nós fomos em busca de Rute.

Enquanto tentávamos chegar, na subida do morro, ouvimos gritos, eu me assustei e Onofre ficou alarmado, encarando os lados sem saber o que fazer, foi quando um homem encapuzado apareceu, ele tinha um companheiro, o bandido pediu a minha bolsa falando alguns palavrões, eu demorei a entregar, foi quando senti apenas a mão ágil de Onofre me puxando bruscamente e... Ele levou um tiro por mim.

O assassino parecia não ter planejado matar, e acho que nunca tinha feito, pois saiu correndo apavorado, sem nem levar a minha bolsa. Mas , por que o meu marido?!

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No momento eu estava saindo de uma sala do hospital, (passei mal quando me deram a notícia da morte ), meu coração doía tanto, Rute estava com seu irmão apenas chorando. O que mais eles poderiam fazer? O que mais nós poderíamos fazer, senão chorar? As lágrimas são como se estivessem carregando nossa tristeza para fora do corpo, nos livrando de uma dolorosa fraqueza.

- Mãe! Você está bem? -João me viu quando me aproximei.

- A João... -foi tudo que consegui dizer. Ele me abraçou, estava trémulo e seus olhos inchados.

- Mãe... Eu acho que a gente vai ficar bem... -Rute se juntou a nós.

Eu tinha fé que sim, mas seria difícil, como eu faria sem o homem que eu amava ao meu lado ? O homem que viveu e criou os meu filhos comigo? Não sei se meu coração aguentaria.
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Ester estava com o rosto extremamente vermelho, e os olhos inchados, acabara de sair do hospital, sua pressão havia se normalizado, mas ela precisava ficar calma por causa do bebê.

- Mãe. -ela me abraçou e mais lágrimas foram derramadas.

Uma parte de mim se foi, eu estava incompleta e frágil, tudo que tinha agora era os meus filhos e Deus. Espero de verdade que isso seja o suficiente para me manter viva.

Onofre longe ou perto, será pra sempre o meu amor.

Carregaria uma culpa por longo tempo, de que ele salvou a minha vida pagando com a dele... ✝

Amor Fora Da Lei [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora