Parte I.
O tempo passou, o resfriado ainda me acompanhava, porém com menos intensidade. Durante esses poucos dias, Léo não tem falado muito, veio algumas vezes ver com eu estava e só, achei estranho, mas não questionei.
O importante é que o dia havia vindo, estava me arrumando para a entrevista que fora marcada para às sete da manhã.
Me vesti com uma calça jeans não muito justa, uma blusa formal branca, um simples colar. Maquiagem quase nada, apenas delineador, rímel e batom rosa. Peguei minha bolsa e desci a escada. O povo ainda tomava café da manhã, era bem cedo, passei os olhos e não encontrei Léo.
- Bom dia. -falei.
- Bom dia. -somente Isadora respondeu.
Fui pra cozinha, tomei uma xícara de café e saí rápido daquela casa.
- É, eu vim em busca de liberdade e me aprisionei à uma família nada agradável.-suspirei e saí andando.
Cheguei ao ponto final dos ônibus, não fazia idéia de como chegar em Copacabana, mas como dizia minha mãe: "Quem tem boca vai à Roma ", eu tenho e falo à beça, não seria tão difícil chegar em Copa.
- Oi, bom dia. O senhor sabe me informar qual ônibus pega pra ir à Copacabana? -abordei um senhor que lia um jornal sentado ao banco de espera.
- Segue nesse corredor aqui e ao final tem. -explicou.
- Obrigada. -falei e segui.
Andei um monte e o final não chegava, já estava estressada com isso.
- Oi, bom dia. A senhora sabe me informar qual ônibus pega pra ir à Copacabana? -tentei mais uma vez.
- Já passou minha filha, volta um pouquinho que você encontra. -disse fraca.
Saí sem agradecer, esse povo carioca só pode estar de palhaçada com a minha cara!
Finalmente encontrei a droga do transporte e como se não bastasse o meu mal humor matinal, teria que esperar dez minutos.
- É sempre assim? -perguntei para uma loira grávida que estava à minha frente na fila.
- Em vista do que é aos fins de semana, isso aqui ta Ótimo! -exclamou.
Onde eu fui me meter?
Passado os minutos, mais que dez é claro, embarcamos, assim lembrei que era pra mim estar nervosa por causa da entrevista, daí comecei a suar frio e ter as mãos gélidas. Verifiquei no papel o local qual eu teria que descer.
....
-Obrigada! -gritei e desembarquei.
Observei aquele belo cenário, um mar imenso e um dos mais bonitos prédios o observando, o restaurante era ao lado de Copacabana Palace, já funcionava. Não sabia nem o que fazer, não tinha idéia de quem me entrevistaria, só sei que me mandaram ao restaurante.
- Oi. -cheguei ao balcão. -É que eu vim para uma entrevista de emprego, mas estou meio perdida. -dei um risinho pra descontrair.
- A claro, o chefe está te aguardando no escritório dele. -a moça respondeu.
- Hã... E onde seria esse escritório? -perguntei.
- Vem, vou te levar. -ela saiu detrás do balcão e pegou na minha mão.
Passamos pela cozinha e adentramos num corredor estreito.
- É aqui. -ela falou rápido e me deixou em frente à uma porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Fora Da Lei [Completo]
RomanceQuem diria que o simples desejo de liberdade mudaria radicalmente a vida da complicada Ester? De uma família tradicional, criada à base de princípios religiosos, toda sua vida controlada e regrada pela mãe... Cansada disso tudo, a moça despenca do...