Capítulo 18

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- Ester eu preciso saber se você me desculpa, se me perdoa, se ainda me ama.

- Tudo que você fez e falou, doeu...

- Eu não queria.

- Meça suas palavras antes de atirá-las contra alguém .

- Eu vou me lembrar disso.

Nessa conversa já estávamos em casa, sentados na cama encarando um ao outro, tentando fazer as coisas ficaram como antes, mas acho que nunca vai ser a mesma coisa.

- Vamos dormi, amanhã é outro dia. -falei, eu só queria que aquele dia acabasse.

- Tudo bem entre nós? -perguntou me olhando nos olhos.

- Boa noite. -falei e o entreguei lençol e travesseiro.

O mesmo saiu da cama e bem ao lado, no chão, forrou o lençol e se deitou.

Me aconcheguei na cama, agora espaçosa, e choramimguei baixinho até pegar no sono.

****

Acordei antes mesmo de Arthur, me arrumei rapidamente e cedo demais, eu fui abatida rumo à lavanderia, como era perto, cheguei lá adiantada.

- Di, tá tudo bem? -Léo se levantou rápido quando me viu.

- Na medida do possível, sim. -falei.

- Eu fiquei preocupado.

- Desculpa por ontem.

- Você não me deve desculpas, eu entendo.

- Léo, você pode me dá um abraço? -meus olhos já estavam marejados novamente.

Ele me olhou com dó e me envolveu em seus braços, respirei fundo e pude sentir seu perfume.

Lembrando da briga do dia anterior, me separei dele por receio.

- Poxa, Di, tem certeza que você fez a escolha certa? -perguntou.

- A vida é feita disso, Léo, de escolhas, e eu não posso ficar me arrependendo depois. -citei as palavras que um dia Arthur me dissera.

- Claro que não, qual é o problema de se arrepender?, é melhor voltar atrás do que viver no erro. -ele disse fitando os meus olhos.

- Talvez... Mas tudo bem, uma hora as coisas darão certo.

- Só darão se você quiser e fazer alguma coisa para que isso aconteça.

- Olha, Léo, eu vou trabalhar, ta bom?

- Ok. Bom trabalho, qualquer coisa você me procura?

- Não vai acontecer nada. -falei e dei um beijo em sua bochecha.

Entrei na lavanderia e lá só estava a solitária Mônica sentada em sua velha cadeira observando a rua.

- Olá. -me aproximei dela.

- Como vai? -ela sorriu.

- Muito trabalho hoje?

- Sempre.

- Então vamos lá. -sorri e fui passar um terno que não deu tempo de fazer no dia anterior.

****

Saindo do trabalho, no último degrau da escada, eu avistei na praça minha mãe conversando com Rute, como se combinasse algo. Não dava pra acreditar, eu cocei os olhos pra ter certeza, e...

- MÃE!! -gritei atravessando a rua.

- Ester! -ela correu ao meu encontro e me abraçou tão forte... -Que saudade!

- Eu também, mãe.

Dona Maria acariciava meu rosto, aquele gesto carinhoso de mãe.

Meu pai se aproximou, chorão como é, já derramava poucas lágrimas.

- Minha filhinha de volta. -ele riu em meio ao choro e me abraçou.

- E essa barba aí,pai, vamos cortar? -brinquei rindo e beijei seu rosto.

- Não mudou nada mesmo. -ele disse.

- Agora já chega. Porque eu também vim. -ouvi a voz de João e suas mãos nos afastando.

- João seu pirralho, vem cá! -falei puxando ele pela camisa.

- Pirralho não, que eu já tô com barba! -anunciou orgulhoso passando a mão no queixo.

- Cadê? -peguei no mesmo pra examinar. -Se você chama isso de barba, quem sou eu pra discordar. -falei rindo vendo somente um fio.

Depois de abraçá-lo e bagunçar seus cabelos, fui falar com Rute que estava quieta.

- Tudo bem? -perguntei.

- Tudo, saudades. -disse estranha.

Me deu um abraço fraco e logo se calou.

Depois de horas conversando alí na praça, eles queriam saber onde eu morava, combinamos de todos me fazerem uma visita no fim de semana.

- Eu adorei ver Vocês, mas preciso ir. -por fim, falei.

- Vamos ter que esperar até o sábado mesmo para conhecer o seu noivo? -minha mãe perguntou.

- Só o meu namorado, mãe, e sim, no sábado. -falei.

Pra dona Maria quem mora junto já é casado, mas como eu insisti em tirar isso da cabeça dela, cismou com noivos.

Nos despedimos e logo eu fui para a casa.

****

- Ester? -ouvi Arthur chamar por mim.

Não quis responder, estava na cozinha lavando as louças, senti uma mão envolver a minha cintura, e um beijo foi depositado em meu pescoço. Me arrepiei, mas lembrei que devia ainda sentir raiva dele, então apenas me virei. Ele me estendeu uma flor vermelha.

- Obrigada. -falei fria.

- Até quando eu vou ter que te pedir desculpas? -falou impaciente.

- Só deixa de ser brutamontes. -reclamei de sua grosseria.

- Droga! -murmurou e saiu de perto de mim.

- Minha família vem nos visitar esse fim de semana. -avisei.

- Como são os seus pais? -quis saber.

- Como todos, protetores.

- Acha que ele vão gostar de mim?

"Não "-pensei, mas respondi:

- O que importa?

- Tem razão... Eu vou tomar um banho.

Tão de repente as coisas se tornam "normais" e a gente age como se nada tivesse acontecido, eu odeio isso, mas nesse caso seria melhor.

Eu precisava me preparar psicologicamente para receber meus exigentes pais.

Essa vida movimentada não era pra mim, preferia outro tipo de movimento além de problemas, preocupações e decepção...

Amor Fora Da Lei [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora