『3』𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁ℴ 3

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- Vocês não podem atacar primeiro se não souberem como atacar. - Disse o Sensei nos ensinando como socar o adversário - O ataque da cobra é composto de duas partes... A estocada, que exige o uso de todo o corpo... E a mordida, que é tudo o que acontece depois do contato, certo?

Ele começou a socar o "boneco" de luta, mas prosseguiu - Vocês não param aqui, onde a junta atinge o osso. Vocês precisam perfurar o osso, como se o cara que vocês realmente querem bater estivesse atrás desse idiota. Tudo certo?

- Se acertar aqui, pega o nariz - Ele continuou - Aqui, quebra os dentes dele. Aqui, você acaba com a traqueia dele. - Nos entreolhamos assustados - Só para situações extremas, obviamente. Certo, em posição. Quero que pratiquem.

Começamos a dar socos no boneco. Miguel as vezes fazia umas gracinhas, ou então dava socos muito fracos no boneco, e eu caia na gargalhada. Sensei percebeu que ele estava fazendo errado, então veio até nós.

- Você está fazendo tudo errado. Quer que os garotos da escola continuem zombando de você? - Ele começou a perguntar - Você quer que todas as garotas pensem que você é um idiota sem cabeça? Porque você pode parar seu treinamento agora mesmo e pode sair e deixar o mundo todo saber que você é um perdedor. Ou você pode plantar seus pés, olhar seu inimigo nos olhos e socá-lo no rosto! Imagine seu inimigo. Está visualizando? - Ele perguntou - O que você vai fazer?

Miguel começou a socar o boneco, enquanto eu e o Sensei olhávamos.

- De novo! Você é um perdedor?

- Não Sensei!

- De novo!

Ele começou a socar tão forte que eu desconfiei em quem ele estava imaginando. Obviamente, o menino que mexeu com a gente. Hoje ouvi as meninas da mesa chamarem ele de Kyler na escola. Parece que ele é namorado da menina que sorriu para o Miguel. Affs, não sei como ela está com aquele idiota! Treinamos bastante, até que chegou a hora de irmos para casa. Despedimos do Sensei, e saímos do dojô.

- Miggy, eu amei o treino hoje, estamos ficando bons nisso!

- Eu também amei Jay, no começo estava meio "desanimado" mas o Sensei me incentivou e acabei me surpreendendo com o que fizemos hoje.

- Sim, verdade. Não pensei que diria isso, mas eu gosto muito dele. Dá para perceber que ele gosta de nos ensinar, vejo ele como uma figura paterna. - Fazia muito tempo que não víamos nosso pai, ele era um babaca.

- Eu também, acho ele muito foda. Mas eai, me conta, você zombou da minha cara o dia inteiro mas não
disse como foi seu primeiro dia.

- Ah, como sempre. A mesma chatura! Mas eu gostei de termos feito amizade com Demetri e o Eli... Achei eles bem legais, e parece que
você também gostou deles, né?

- Sim! Eles são maneiros. Mas sabe, eu meio que percebi uma coisa...

- O que? - Perguntei curiosa.

- Você não parava de olhar para o Eli! E ainda ficou elogiando ele. - Ele soltou uma gargalhada - Eu nunca imaginei que veria minha irmãzinha apaixonada!

- Ei! Você tá doido? Eu acabei de conhecer o menino. Só achei ele bonito, não tem nada demais nisso.

Eu era bem aberta com Miguel, não guardava segredos dele, nunca. Mas eu realmente só tinha achado ele bonito, mesmo ele nem olhando direito nos meus olhos.

- Tem sim! Não acredito que você vai dar seu primeiro beijo antes de mim. Isso é injusto, eu sou um ano mais velho que você, já deveria ter dado uns beijinhos.

- Ai Miguel, você fala como se eu fosse neném, temos quase a mesma idade, seu bobo! Mas caso aconteça, se eu beijar antes que você, não se preocupe, eu não vou te zuar... Só um pouquinho! - Saí correndo e ele veio atrás de mim, eu amo irritar ele.

- Vem aqui sua pestinha! Isso nunca vai acontecer, você será minha irmãzinha para sempre!

Chegamos em casa correndo e rindo, vovó estava sentada no sofá assistindo tv. Dei um beijo nela e fui para o meu quarto, Miguel fez o mesmo.

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Já estava a noite e eu não tinha feito muitas coisas depois que cheguei, então levantei da cama e comecei a me alongar e a fazer umas flexões. Vovó bateu na porta do meu quarto e na do Miguel, para irmos jantar. Sentamos na mesa e começamos a comer.

- Hummmm, está uma delícia vovó! Onde está a mamãe? - Perguntei

- Obrigada meu amor. - Nossa mãe entrou em casa - Ahh, aí está ela!

- Oi pessoal! Que cheiro gostoso! - Ela comentou sobre o jantar e nos beijou - Desculpa, estou atrasada de novo. As coisas estão uma loucura no hospital.

- Tudo bem, estão com falta de pessoal. - Disse Miguel - Guardamos comida para você.

- Então, vocês decidiram o que vão usar no Halloween?

- Eu não vou falar! Tinha um dinheiro guardado e comprei uma fantasia mas vocês só vão ver depois, vão ficar de queixo caído! - Eu disse sorrindo.

- Huumm, misteriosa! Quero ver logo - Mamãe disse ansiosa - E você Miggy?

- Bem, eu estava pensando em Deadpool, mas a fantasia é um pouco cara.

- Bem, quanto é? - Ela perguntou.

- Não precisa ser o Deadpool.

- Você quer uma fantasia de Deadpool? Faremos para você uma fantasia de Deadpool. - Mamãe disse olhando para a vovó.

Rimos daquilo. Quero só ver! Elas fazendo uma fantasia? Isso não vai dar certo!

Mamãe olhou para o machucado na mão do meu irmão e perguntou:

- Miggy, o que aconteceu com sua mão?

- É melhor você não saber. - Vovó respondeu por ele.

Ela olhou para ele com uma cara engraçada, e só aí eu entendi o que ela estava tentando dizer, então disse:

- Vó! Credo, eu entendi! - Disse rindo.

- O que? - Miguel perguntou.

- Nada não Miggy... - Respondi enquanto ria.

Terminamos de jantar e eu fui para o quarto. Assim que deitei, comecei a pensar em como tinha sido o primeiro dia de aula. Não consegui parar de pensar no Eli, o que é muito estranho pois nem o conheço, só vi ele uma vez na vida. Talvez o fato dele ser muito tímido me chamou atenção. Ele não disse quase nada, apenas algumas palavras, e aqui estou eu pensando nele, por que?

 Ele não disse quase nada, apenas algumas palavras, e aqui estou eu pensando nele, por que?

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