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Eu saí correndo. 

Pessoas me olhavam confusas e incrédulas porque eu corria sem direcção, sem destino, no meio do temporal que se fazia sentir. Eu estava mal. Eu estava exactamente como este dia. Sentia-me cinzenta e a chuva era as minhas lágrimas. Eu era o dia de hoje. Esta metáfora fazia sentido.

Eu, sinceramente, não sei como um rapaz qualquer que eu nem conheço bem, me pôs assim, pelo simples facto de me ter chamado de «cabra». Eu não percebia. Cada vez me encontrava mais confusa, mais melosa e mais sentimentalista. Mas ele não merece estes meus sentimentos perante ele, ele é bipolar só pode. Depois de ontem e do nosso almoço, de hoje, correr tão bem eu fiz-lhe uma simples pergunta, que ele podia responder ou não o fazer, mas ele escolheu a pior maneira de fazer algo, que foi insultar-me. 

Em pouco mais de 24 horas encontro-me duas vezes sobre a chuva e frio que se tem vindo a sentir nestes últimos dias e ambas as vezes pela mesma pessoa. Harry. Será que o bipolarismo se pode pegar e eu me estou a tornar um pouco? É que hoje estava tudo tão perfeito, senti-me tão bem e com uma denominação menos afectuosa,- Mia, tudo menos afectuosa. Avisa a voz na minha cabeça.- pode mudar assim tanto. Ele tem um efeito em mim que nunca pensei que tivesse, bem superior ao que pensava.

Não sabia que caminho devia seguir, neste momento nem sabia nada. A minha cabeça está a mil e aquele nome ecoava na minha cabeça. Primeiro James mo chama e agora Harry, serei verdadeiramente uma? . Não, não, eu não o sou. 

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Harry

Eu não posso deixar de me sentir culpado pelo que lhe fiz. Com os seus olhos azuis, cabelo castanho ondulado, o seu corpo, a sua voz, o seu sotaque, a sua ingenuidade, a sua maneira de ser, o seu sorriso, a sua expressão facial, a torna numa figura angelical. Mas, foda-se ela irrita-me para caralho. A sua curiosidade é em demasia e para tudo eu sei que ela namora com o raios do Brendler, então tenho medo de qualquer coisa que lhe diga a mais e ele possa vir a saber. 

Eu dou voltas pela cidade para ver se a vejo. Ela saiu correndo no meio da chuva e do frio. Porra, porque é que eu lhe fui chamar de cabra? Só fazes merda, Harry! 

Ela ontem e hoje foi impecável para comigo. Esteve sempre lá, e eu para retribuir o favor, fui insulta-la. 

Bato com os meus punhos no volante em sinal de frustração. Londres é enorme e ela pode estar em qualquer parte. 

Saco o telemóvel do meu bolso das calças e ponho-o a ligar a Jess. Ela vai-me matar quando souber o que eu fiz, porque por alguma razão elas decidiram começar a gostar muito da namorada do James e não acreditam na mais pequena intenção de ela ser falsa. Eu não posso dizer que não gosto da rapariga, eu até a curto, só que, porra, ela é namorada daquele caralho. Eu acredito que ela nos pode desiludir a todos, eu acredito, mesmo que não queira que isso que aconteça. Mas mesmo nesta minha crença eu preciso de saber se ela está bem. Eu sou uma porra. 

 «A Mia está aí?», pergunto logo que a miúda de cabelos loiros esverdeados atende, saltando a saudação.

«Não, ela não está.», responde-me. Eu não queria ouvir esta resposta por sua parte. 

«Merda.», amaldiçoo-me.

«Mas ela não estava contigo?» eu não lhe consegui responder. «O que se passou, Harry?». A sua voz muda para uma mais fria. 

«Eu vou para aí. Depois falamos.». E pressiono o local no ecrã onde diz «Desligar» e guio na direcção do campus.

Quando chego lá, após dar uma pequena corridinha do parque de estacionamento até ao tal dormitório, bato à porta que Kylie abre sem me fazer esperar. Espreito para dentro do quarto ainda do exterior e não vejo a sua figura pequena em lado nenhum.

“O que é que tu fizeste desta vez?”, fala Jess, indo directamente ao assunto.

Eu coço a parte de trás do pescoço em embaraço. Eu sei que esta rapariga vai berrar comigo, eu sei que sim. Eu conheço-a bem de mais para saber que ela o vai fazer, ela é bastante previsível, à diferença da sua melhor amiga, Kylie, que assim como Louis, nunca se sabe o que se seguirá.

“Eu posso-a a ter chamado de cabra.”, digo, sem nunca as encarar.

“Tu quê? Tu bates bem, Harry? E ela está onde?”. Eu podia notar na sua postura irritação e a Kylie pega no sue telemóvel marcando penso eu o número de Mia. Como é que eu não tive está ideia? Porque decerto não tens o seu número!

“Eu não sei. Ela saiu a correr.”. As caras das duas raparigas não melhoram de expressão, o que me leva a adicionar rapidamente: “Eu percorri Londres toda e não a vi.”

“Tu só fazes merda. Ontem, estavam tão bem!”, desta vez é o Kylie que fala. “Ela não atende.”, fala, desistindo de lhe tentar telefonar.

“Já agora lamentamos pela tua avó.” articula Jess com uma voz mais suave e a miúda de cabelo vermelho acena. Eu não quero que ela toque nisso, eu apenas não quero. Não quero lembrar-me desse assunto. Encolho os ombros como resposta para o assunto morrer aqui.

“O que é que se passou, ontem, com vocês os dois? Quando chegamos tu estavas aqui a dormir.”, pergunta Kylie.

“E quando acordamos tu dormias com ela.”, completa a amiga.

“Oh, fiquei doente e a Mia ajudou-me.”. Vi que não era isto que elas procuravam como resposta, mas era o que eu iria dizer. “E o que fazemos sobre a Mia?”, pergunto.

“Esperamos. Não há mais nada a fazer.”, respondem por fim.

HIIIII ! ONDE ESTARÁ MIA?

MAIS UM CAP , ESPERO QUE GOSTEM ! 

EU SEI QUE ESTE CAP É BEM MAIS PEQUENO QUE OS RESTANTES, MAS PRONTES !

O HARRY ESTÁ PREOCUPADO COM A MIA, AIIII QUE RIQUINHO !

- nês*

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora