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Minutos se passavam e os nossos corpos molhados não se desconectavam. Eu senti-me bem com as mãos de forte rapaz a envolver o meu pequeno corpo. Era uma sensação boa e nova.

Até que a sua respiração ficava cada vez mais pesada. Eu levo a minha mão até à sua testa e pude ver que se estava quente, muito até.

Claro, Mia, ele está aqui há algum tempo sobre a chuva, como não há-de estar doente? Troça o meu subconsciente.

"Tu estás a arder em febre.", sussurro, não querendo que o Harry de minutos atrás volte. "Tu precisas de um banho.", acrescento. Ele nada diz e fita-me admirado.

Eu pego na sua mão e por debaixo da chuva, puxo-o para o edifício onde fica localizado o meu quarto. Eu quero cuidar dele. Só que uma força superior à minha puxa-me para o sentido contrário àquele que seguia.

Após uma corridinha com o Harry a orientar chegamos ao edifício da festa do primeiro dia. Mas desta vez, não havia gente nem lixo no jardim, assim como não se ouvia música alta, apenas as pingas grossas que caiam sobre nós e o chão.

Sem nunca parar de correr, acabamos por entrar na fraternidade. Desta vez, pude reparar em certos detalhes que com as poucas luzes existentes no outro dia não podia, era o caso das paredes beges que percorriam todo o corredor. E todas as pessoas que lá se encontravam nos olhavam. Não sei se o motivo seria de estarmos ambos encharcados ou de eu estar ali, ou ainda, de estar ali com o Harry.

Subimos até ao segundo piso onde existia mais umas sete portas madeira escuras e entre todas elas paramos à frente na terceira. O rapaz que se localiza ao meu lado leva as mãos até aos bolsos das suas calças pretas que alagava o chão e retira de lá as chaves, fazendo com rodasse na fechadura e dar visão para um quarto, todo ele cinzento. Encostado a uma parede havia uma cama de casal, que por cima existia um quadro abstracto com alguma cor, a outra estava um sofá e alguns armários embutidos no quarto. A mobília e a pouca decoração existente no quarto era de tons escuros e um pouco de branco. Ao lado da porta existia uma secretária com grandes prateleiras preenchidas com livros. Não estava desarrumado, mas também não se encontrava todo arrumado, era certo.

Um aroma conhecido bateu no meu nariz e mesmo sem nenhuma prova concreta que aquela divisão era do Harry, mas eu podia saber através dele.

Ele caminha até ao armário e de lá tira uma camisola e umas calças e atira-mas para a cara.

"Vai tomar banho.", apontando para a porta que lá existia.

"Não. Vai tu. Tu estás a ficar doente.", quase que o obrigo.

"Então tira essas roupas e seca-te, enquanto eu tomo banho.", atirando-me desta vez uma toalha branca.

Eu sorrio-lhe e ele entra naquela divisão e pouco tempo ouvia-se agora a água, não da rua, mas sim da água proveniente da sua casa de banho.

Fiz o me pediu, despindo-me. A minha roupa pesada estava no chão, e eu de roupa interior um pouco húmida, enrolada com a toalha comprida sobre os meus ombros e tapando-me até aos joelhos a prevenir no frio. Eu estava sentada sobre uma esquina da cama e admirava melhor o quarto e pensava num assunto aleatório, mas tudo o que me vinha à cabeça era a pessoa que se encontrava na divisão ao lado.

O seu quarto possui-a casa de banho, será que todos também a tinham? Eu duvido pois pelo que percebi no primeiro dia que cá entrei, existia um balneário no primeiro piso e para piorar acho que era misto... Então porquê que ele tem casa de banho? Mia, porque é que estas a pensar porque é que o Harry tem casa de banho no quarto? Claro que o meu subconsciente tinha que zumbar de mim.

Cerca de dez minutos depois a porta pela qual Harry entrara, abre-se mostrando um Harry nu, enrolado sobre uma toalha. O seu tronco era bem constituído e as suas tatoos tornavam-no mais interessante do que já era. Terá algum significado? Pergunto para mim própria sobre a minha curiosidade. Dos seus cabelos escorriam gotas de água para a sua cara e tronco.

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora