"Posso falar contigo, Mia?" pergunta uma voz masculina atrás de mim. Que Déjà vu!
Mas desta vez não era a voz de Louis, mas outra que era inconfundível e virei-me e apreciei-o. E lá estava ele com a sua postura rija e fria enquanto arfava e os seus cabelo e o seu casaco de cabedal estavam um pouco molhados e eu pergunto-me como é que há uns minutos atrás eu via-os a passar no corredor de forma normal e já se encontram ambos aqui, no mesmo sítio, mas separados. Louis viera comigo, mas pelo aspecto de Harry, parece que este me estava a procurar, pela sua respiração acelerada e se encontrar um pouco molhado.
"Harry?" chamo-o. "O que estás aqui a fazer?" pergunto mas sou ignorada enquanto o rapaz à minha frente olhava para a pessoa atrás de mim.
"O que é que estás aqui a fazer? A dizer merdas?" questiona Louis com desdém o que me deixa bastante surpreendida pela sua atitude, porque afinal o Louis não disse nada de mal e só o tentava ajudar.
"O quê? Meu, estás-te a passar?" inquere Louis ofendido com o amigo, o que não é para menos.
"Harry para de ser mal-agradecido." Desta vez sou eu que me intrometo. "Sabes porque é que ele estava a falar comigo? Por tua causa." Aponto com um dedo para o seu dedo e fica surpreendido pela forma que eu falo. "Tu tens pessoas que se preocupam contigo e tu não dás muitas vezes o devido valor. Ele quer poder-te ajudar, porque apesar de teres esse feitio terrível ele sabe que vales a pena, porque é o teu melhor amigo e tu estás aí a insinuar coisas que está a dizer «merdas» como tu lhe chamas.".
"Mia..." chama-me Louis de forma a parar.
"Não, ele tem que ouvir. Ele tem que perceber que tu queres cuidar dele e se contar com a tua ajuda como de outras pessoas que o querem fazer, as coisas tornam-se bem mais diferentes, mas diferentes para melhor."
"Mia, tu vives num mundo dos sonhos. As pessoas não são assim como pintas. Não há pessoas ao virar de cada esquina que querem ajudar." Refuta Harry. "Não estou a falar de Louis, porque, sim, fui um estúpido agora, mas nem toda a gente o faz."
"Lamento que penses assim." Digo mais calma que há segundos atrás.
"Eu é que lamento que ainda acredites em histórias da carochinha e o caralho. Menina, está na hora de acordar para algo que se chama de mundo real." Ironiza comigo.
"Harry, pára." Fala Louis.
"Não, Louis, quanto mais tarde ela acordar para a vida mais lhe vai custar."
"Harry, pára!" insiste o seu melhor amigo.
"Louis, vai embora." Ordena Harry.
"Eu não vou a lado nenhum..." começa mas eu depressa o interrompo.
"Vai, Louis. Nós precisamos de falar." Peço. Louis vem na minha direcção e dá-me um beijo na testa ao mesmo tempo que me sussurra "Algo já sabes. Mas estás segura com ele". Eu não tive tempo de responder e este avança até ao rapaz à minha frente que lhe bate nas costas e lhe murmura "Tem calma com ela" o que eu pude ouvir.
"Pelo menos concordaste em mim em algo." Começa a pessoa à minha frente de cabelos encaracolados.
"Só não concordo em mais nada porque não me deixas conhecer-te"
"E já não me conheces?" pergunta e eu reviro os olhos com a sua pergunta. "Não me revires os olhos."
"Então não dês razão para isso. Tu sabes perfeitamente que me referia."
"E para quê é que queres saber mais sobre mim? Para as outras sempre bastou isso." cospe.
O que ele acaba por falar deixa-me de rastos. Outras? Quem é que ele pensa que eu sou?
"Mas aí está a diferença, eu não sou como as outras que falas."
"Não, será que não?"
"Não." Respondo de forma firme e segura. "Sabes porquê? Porque eu quero saber de ti. Eu preocupo-me contigo ao contrário que pensas, quero saber se estás bem, como estás, com quem estás, se precisas de algo e esse tipo de coisas. Harry mesmo que eu não seja para ti, eu considero-te importante. Eu só quero o teu bem!"
Harry paralisa a ouvir as minhas palavras e fica atónito a ouvi-las, pelo que percebo, não estava à espera, mas é verdade. Ele é mais importante para mim do que eu já alguma vez pude admitir, nem que seja para mim próprio.
"Mas porquê?" por fim fala após minutos de silêncio a fitar-me.
"Sei lá, Harry. Eu acho que não se pode escolher de que pessoas gostar ou não. Estamos a falar de sentimentos e isso não se controla ou domina, apenas aparece."
"Mas não percebo." Começa enquanto passava com as mãos no meio dos seus fios de cabelos um pouco húmidos. "Ninguém se devia importar."
"Harry..." chamo-o enquanto me vou aproximando do seu corpo até que pego na sua cabeça que estava voltada para o chão e a direcciono em direcção da minha cara. "Parece que se importam. Eu importo-me."
"Mas não devias." Corta-me finalmente.
"Como eu disse: isso não se escolhe. E apesar de estarmos a discutir mais de metade das vezes que falamos também temos momentos incríveis e são esses momentos que me fazem querer lutar por ti e gostar de ti."
"Mia..." o meu nome sai pelos seus lábios.
"Diz-me na cara em que tu não sentes também o mínimo de carinho por mim, que te sou indiferente, que se desaparecesse não havia mal, pois nem sentirias a minha falta." Desafio-o e como previa os seus olhos verdes estão nos meus, mas eu sinto-os a vacilar, o que me provoca medo. Eu não gosto de dúvidas e de vacilos porque isso não mostra o nosso verdadeiro ser, isso leva-nos a uma razão de pensamento, de cérebro, o que é bom por vezes, mas por outro, deixa muitas vezes a nossa personalidade e o instinto de animais que somos de lado. "Diz-me" peço-o novamente e sentia mais medo ainda.
"Mia..." chama novamente.
"Se o disseres eu nunca mais te chateio mais e faço de tudo para deixar de me preocupar por ti."
"Não faças isso." Corta-me logo Harry o que me deixa aliviada e surpreendida ao mesmo tempo. "Por mais eu digo que não quero que se importem comigo, por alguma bruxaria qualquer, eu gosto quando dizes isso. Foda-se, eu não percebo porque gosto, mas gosto. Mia, tu deixas-me assim louco pra caralho! Num momento está tudo bem e depois vens com esse feitiozinho e levas a minha razão para o sitio mais longe que possa existir. E essa tua maneira de ser deixa-me alterado, mas ao mesmo tempo não consigo viver sem ela, porque eu sinto-me orgulhoso de ti, graças à forma como levas as tuas ideias avante, como lutas pelas porras que queres e acreditas. Por exemplo: eu. Eu sou uma merda sem retorno e compostura e onde estás tu? Aqui. Porque acreditas que eu posso vir a ser um merdas melhor! Mas será que consigo?". Este foi o Harry mais verdadeiro que alguma vez eu presenciei, a contar-me como se sente na minha presença e em relação a si próprio, e eu fico triste por ele se sentir assim, como se não valesse nada para ele e para o mundo, o que é triste. Eu acho que toda a gente devia ter uma auto-estima sobre o seu ser interior como exterior. Não digo uma auto-estima do tamanho do mundo, mas algo singular, algo pequeno e suficientemente grande para nos sentirmos bem e sem incomodar os outros. Uma sem lamurios desnecessários, onde somos felizes e realizados connosco mesmo.
Harry ia continuar a falar mas eu, rapidamente, interrompo, mesmo que eu não saiba quando irei ter um Harry tão aberto comigo, mas eu tenho que mudar as suas ideologias. "Sim, tu és capaz." Pronuncio destemida. Eu pergunto-me onde estou a ir buscar estas forças para enfrentar o Harry desta maneira. "Eu posso ajudar."
Eu consigo dizer mais nada mesmo que quisesse pois sou parada com uns lábios a chocarem contra os meus.
ESPERO QUE GOSTEM , MEUS AMORES !
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LEIAM A HISTÓRIA DA MINHA MENINA LINDA QUE ESTÁ A TRADUZIR E ESTÁ NO INÍCIO E É REALMENTE BONITA A HISTÓRIA (da : martalovespizza )
- nês*

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Elastic Heart - h.s.
FanfictionSe eu dia tudo o que acreditavas deixasse de fazer sentido? E vivias numa mentira... Mia, tem 18 anos, e acabou de entrar para o primeiro ano na universidade. A sua vida desde há uns anos não ter sido um mar de rosas e quando conhece Harry, dará mui...