17 ||

1.4K 109 4
                                    

Harry

Eu detesto admitir mas eu tenho saudades da sua voz e dos seus abraços.

Os nossos olhos estão atraídos como se fosse um íman com uma enorme poder magnético enquanto ela passa no corredor esquivando-se quanto pode das pessoas. Os seus são azuis, dos mais vivos que já vira, revelando a sua inocência e pura que ela possui. Eu sinto-me uma merda por lhe ter chamado aquilo, mas foda-se ela não podia falar daqui, não agora. Eu detesto pessoas curiosas, e essa sua faceta irrita-me.

Mia quebra a nossa ligação para encarar a amiga loira que se encontrava ao seu lado, que chamava por si, mas isso não faz que o meu desconecte de si. Ela é linda, com o seu cabelo castanho ondulado que acaba pouco abaixo do meio das suas costas, os seus olhos azuis, a sua estrutura óssea que é toda ela perfeita, o seu corpo, e para não faltar a sua personalidade, desde a mais infantil até à mais madura. Eu detesto que estes pensamentos passem para a minha cabeça, caralho, é verdade.

“Harry…”, chamam-me e faz com que a minha atenção foque na minha melhor amiga. “Estavas em que mundo?”, goza e todos seguem o olhar para onde eu anteriormente olhava.

“No mundo da Mia.”, réplica Louis.

“Já falaste com ela?”, pergunta-me Jess e eu nego.

“Falar com ela porquê?”, questiona Niall confuso.

“Por nada.”, corto todas as curiosidades.

E com estas perguntas fazem a memória reviver de alguns dias atrás, quando aquilo tudo se passou. Ajudou-me tanto e eu agradeci-lhe insultando-a, e quando ela me desobedeceu e correu para longe do meu carro, eu sentia-a que tinha que encontrar e saber que estava bem, e quando eu a vi à noite na sua cama, um peso enorme saiu por de cima dos meus ombros. Eu fui um completo idiota para com ela.

“Tu e ela tem vindo a falar muito.”, comenta Liam.

“Cala-te, Liam.”, ordeno. “Ela é só… Sei lá… É a Mia. É a namorada do Brendler.”, justifico.´

“Tu lá sabes.”, acaba por falar.

“Vamos?”, pergunta Kylie, referindo-se ir para as aulas. O que já devia estar na hora já que os corredores encontravam-se vazios, apenas nós.

---

Já se passara mais de uma semana desde que tudo acontecera. Não tinha falado com ela e raramente a via, desde então.

A fome atacava-me e eu não podia esperar pelos outros terem mais uma aula, para ir almoçar. Então resolvo ir a um café qualquer de forma a comer algo, como uma baguete, uma sandes, ou algo assim.

Pus-me na fila e à minha frente estava uma miúda que conhecida de costas enquanto pedia ao rapaz que a atendia que a olhava com certo desejo. Já a rapariga à minha frente tinha uma postura simpática e vi que ela pedia uma coca-cola e uma sandes de panado. Após pagar ela vira-se e nota-me, o que faz afastar-se um pouco e eu não sei porquê fico triste com a sua atitude.

Sendo agora a minha vez com o mesmo que a atendia. Ele era mais velho que eu e ela, mas não tanto, provavelmente estaria a estudar existente no meio de este grande polo de universidades. O meu pedido é igual ao de Mia e resolvo-me sentar numa mesa.

Eu através do canto do olho, eu via-a, mesmo sem querer, era algo como um ato involuntário, eu tinha necessidade de a admirar. Ela brincava com a palhinha enquanto provavelmente empatava o tempo, até que se levanta e eu não pude deixar de a seguir até à porta da entrada e assim que ambos saímos do estabelecimento encosto-a à parede do edifício.

Quando o meu corpo toca no seu, eu pude notar que ela ficou assustada, pois ela estremecera. Assim que me fita os seus olhos descontraem os um pouco e suspira.

“Precisamos de falar.”, falo de forma firma.

“O que queres, Harry?”. A forma como me falou deixa-me mais nervoso. “Estás-me a aleijar”, geme. Eu sigo o seu olhar e vejo a minha mão a envolver o ser o curso e nem tive noção que apertava. Largo logo o seu pulso e encaro-a assustado, não porque ela me assustou, mas assustado comigo próprio, até que baixo a cabeça.

“Desculpa.”, peço de forma baixa e encarando o chão da rua.

“Não peças desculpas por uma coisa que não te arrependes, Harry.”, refuta. Eu não sei se ela está a falar do outro dia ou de a ter magoado.

“Não é verdade.”, falo com uma voz rouca e baixa.

“É, sim. Se não pensasses dessa maneira nunca dirias tal coisa. Isso magoou-me bastante.”, confessa. Eu não sei o que se passou com a minha cabeça mas levantei a mão cerrando o punho e atiro-a na sua direcção, acertando a milímetros da sua cara, batendo contra a parede. Fito-a e vejo uma expressão de medo presente na sua cara, ela está assustada com a minha atitude. A minha mão ainda um pouco dorida de há uns dias atrás, que fiz exactamente o mesmo movimento vezes e vezes sem conta, latejava.

Caralho, Mia.”, desabafo. “Eu não te devia ter insultado naquela maneira nem te devia ter agarrado ao teu pulso.”. Estou apoiado na parede, com o meu braço em cima da sua cabeça. As nossas caras quase que se tocavam e eu podia contemplar todos os traços da sua cara, como pequenos e claros sinais que possuía e certas imperfeições.

“Harry…”, chama não passando de um mero murmúrio.

“Desculpa…”, sussurro novamente.

Os nossos olhos interagiam e continuávamos ambos na mesma posição, até que ouvimos uma derrapagem de um carro atrás de nós, parando de forma bastante brusca.

A cara de Mia transforma-se em horror, lágrimas começam a forma-se e eu resolvo olhar para trás com o intuito de visualizar o que a atormenta e vejo-o. Brendler.

UI UI UI UI , ISTO VAI FICAR FEIO !

E QUE FOFOS , ELES ! AIIII ADORO :3

ESPERO QUE GOSTEM MEUS AMOREEEEEEEEEEEES 

- nês*

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora