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Eu resolvo voltar a estudar, mas novamente não consigo me concentrar. Só que desta vez a culpa não é do colchão velho, mas sim, ele... ele não me sai do pensamento.

Pouco tempo depois Kylie regressa ao quarto. Notava-se cansada, que quando entra nada me diz e se deixa cair por cima da sua cama, com um edredão preto e vermelho e suspira.

"Está tudo bem?", pergunto.

"A vida é uma merda bonita"

Eu fico confusa com a sua confissão, mas notou-se que foi uma frase pensada e consciente que saiu dela.

Kylie levanta o seu tronco, senta-se com as pernas à chinês e com a almofada no meio das suas pernas e abraçava-a com o seus braços. Ela estava voltada para mim. "A vida é uma merda, sem sombra de dúvidas, mas é uma merda ilusória muitas vezes... Por isso, ela ser bonita.", explica-me. E eu concordo a cem porcento com ela.

"Que se passa?"

"É isso. Estou a viver uma ilusão que não será real...", refuta.

"É o Louis?", questiona e ele afirma. "Sabes como disseste a vida é uma «merda» e «ilusória», então porque não viver não viver por vezes na ilusão para não ser só «merda». Não sei se estou a fazer sentido. Mas vive os momentos bons que te tem para dar e quando chegar a parte má, chegou. Mas assim podes olhar para trás e reparar que foste feliz naquele momento... que quando olhares para trás, pensares que só viveste na infelicidade.", aconselho-a. Ela olha-me espantada, não esperaria certamente que lhe dissesse isso, sinceramente, nem eu.

Provavelmente, Kylie quer mais com ele pelos seus sentimentos, mas o rapaz não. Não percebo porquê. Pelo que Jess me contou são ambos engraçados e dão-se bastante bem e companheiros de piadas, acho que foi assim que começaram a dar-se bem... Eu não conheço Louis mas uma coisa tenho a certeza, esta rapariga de cabelo vermelho é cinco estrelas, muito engraçada, com um espírito livre, despreocupada... viva. Ela realmente vive! Há gente que anda por este mundo como sobrevivente mas ela não... ela vive! E esta sua frase faz-me duvidar desta minha teoria, mas acho que será apenas um desabafo, não sinto verdadeiramente isso.

"Tens razão, mas por vezes se torna tão diferente...", deixa-se cair novamente na cama. "Ai...", geme em frustração. "Tenho uma ideia, Mia!", levanta-se novamente, desta vez da cama e senta-se na minha. "Hoje, tu vens sair connosco.", pegando nas minhas mão.

"Com vocês? Com quem?"

"Eu, a Jess e o rapazes. Vamos-te apresentar a eles.", diz entusiasmada.

"Será melhor não ir, para não falar que amanhã temos aulas..."

"Oh vá lá!"

"Eles não me vão querer lá...", digo a principal razão de não ir. Para falar a verdade, eu adoraria sair... aproveitar a vida de universitária, mas ao fim de semana me encontro com o James e raramente saio de casa à noite, nem com eles. Verdadeiramente, não sou uma rapariga de noite, sou mais do estilo caseira, mas sabe bem a toda a gente poder, por vezes, mudar de ares, mudar de rotina.

"Se eles não quiserem, eu não saio da tua beira. Va lá, eu preciso de alguém para conseguir encarar o Louis, please!", as suas mãos ainda agarravam as minhas.

"Ok", acabo-me por render.

"Yeahhh". Kylie faz a dança da felicidade, como esta lhe chama.

"Kylie...", sussurro o seu nome, o que faz esta parar quieta e me olhar atenta. "Posso-te fazer uma pergunta?" e ela acena. "Porquê vocês e o James não se dão?" e ela bufa.

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora