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Isto não está a resultar!

Agrido mentalmente o meu frágil consciente, mas é verdade. Estou há mais de uma hora tentar fazer uma maquiagem decente para tentar tapar mas é algo impossível. Eu e pinturas nunca nos demos muito bem e que cabeça foi a minha a acreditar que isto está a resultar?

"Amor...", bate à porta James, o que me faz estremecer.

"Hm...", a minha voz emite este som de uma maneira a dizer que o ouvi.

"Eu tenho que ir tomar banho.", avisa-me e eu finalmente me lembrei que horas serão. Levantei-me do meu sonho de beleza horas mais cedo para puder solucionar este problema mas nem por isso parece que resultou. "A não ser que queiras vir comigo.", adiciona com uma voz mais pervertida que me faz revirar os olhos.

Eu resolvo arrumar toda a tralha, se assim se pode chamar, na bolsinha e saio da casa de banho com ela na mão. À frente da porta encontra-se James apenas de bóxeres que eu apenas passo e ignoro. Vi que ele nem se importou muito ou não me quer chatear, o que eu agradeço, e resolve entrar.

Caminho até à cama que me faz sentir e apoiar a minha cabeça sobre os meus braços, que estes estavam por sua vez apoiadas sobe os meus joelhos.

Eu não quero ir assim para a universidade e ser o assunto do dia, é simplesmente horrível.

Até que se ouve a porta do meu quarto a abrir-se e revelando Max por trás dela. À semelhança de James este estava no mesmo traje.

"Boa dia, pequena.", saúda-me dando um beijo na cabeça.

"Oi.", apenas digo.

"O que se passa?", acaba por se sentar ao meu lado, apoiando o seu braço musculado sobre os meus ombros e admiro-o.

Ele era simplesmente lindo e perfeito, tanto por dentro como por fora. Era querido, simpático, protetor, engraçado, para não falar de ser perfeito de uma forma física fenomenal, como é o caso dos seus músculos bem fincados e tonificados, e de ser incrivelmente bonito e sexy. Era tudo que uma rapariga poderia queria e o que me espantava não ter ninguém.

Eu suspirei como se tentasse encontrar no meio dos inúmeros componentes do ar, coragem. Não para lhe responder a verdade, mas para me habituar que teria de ir assim para a escola. "Não tenho jeito nenhum com maquiagem.", confesso, o que o faz rir.

"Vamos confessar, Mia, tu sempre foste meia maria rapaz, o que não é de estranhar.", admite e eu concordo. É verdade. Quando era rapariga nunca gostei de usar saias e vestidos, o que me irritava profundamente. E sempre que me davam uma boneca no final do dia já se encontrava desmembrada. Mas cresci e o meu feminismo veio.

"Oh.". Não sabia como lhe responder.

"Queres que eu ligue a alguém para te ajudar nisso?", e eu neguei.

"Não me sentiria confortável." , confesso.

"Então porque não pedes às tuas companheiras de quarto, certamente terão mais prática e jeito."

"És um génio.", exclamo enquanto saltava para o seu quarto abraçando-o.

"Eu sei, eu sei, priminha."

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O carapuço estava posto sobre a minha cabeça na tentativa de tapar tudo o que poderia e para ajudar o meu cabelo estava sobre a minha cara, mas mesmo assim eu corria para que não tivesse que cumprimentar ninguém. Corria como se a minha vida tivesse que depender disso. O meu coração batia muito pelo meu nervosismo que alguém visse e se apercebesse, porque isto não parece de quem caiu pelas escadas, apesar de Max parece ter acreditado.

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora