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Eu acordo com alguém a abrir os estoros, iluminando todo o quarto com luz natural cinzenta. Estava um dia chuvoso, pois podia ouvir a chuva a bater contra as telhas e janelas.

Eu olho para a pessoa que se localiza à beira da janela a olhar através dela. Era mais alto que o meu namorado, excluindo a ideia que fosse ele. Com mais alguns pormenores, com a sua t-shirt branca que acentuava as suas costas largas e ainda só de boxer e o seu cabelo castanho despenteado. Eu apercebo-me que era Max que ali se localizava, enrolo-me ainda mais sobre os lençóis de forma a não puder ver nada sobre o meu corpo nu, quer alguma das minhas intimidades como hematomas que possam existir sobre ele.

"Estás bem?", pergunta-me, vendo em que eu olhava-o espantado e implanta um beijo na minha testa. Eu como resposta apenas aceno. "O James teve de sair, eu levo-te à universidade, pequena. Agora veste-te!" e eu nada falo. "Tens mesmo a certeza que estás bem?", olhando-me nos olhos.

"Sim, agora eu..."

"Ahm, sim, também me vou vestir.", fechando a porta atrás de si.

Eu escolho um blusão verde musgo com uma camisola de algodão amarela pastel, com umas calças pretas. Olho ao espelho após de vestida e gosto do que vejo.

"Bom dia!", saúdo assim que Max entra na cozinha já pronto, enquanto eu tomava o meu pequeno-almoço.

"Vamos?", pergunta após por a tijela vazia no lava-loiças.

"E tu?", pergunto.

"Tu dormes demais e já tomei. Anda ou vais chegar atrasada." e eu assim o faço.

Como disse, hoje era um dia feio. Chovia e a luz do sol era tapada pelas nuvens, deixando apenas passar uma claridade cinzenta. A viagem não durou muito até ao grande edifício.

"Cuida-te, pequena!", avisa-me, dando-me um beijo na testa e eu saio após o que disse.

Hoje só teria uma aula, agora. Era Europa: Culturas e identidades. Seria a minha segunda aula e a docente à cadeira era uma baixinha e simpática. À semelhança de literatura tinha alguns colegas também a frequentar esta aula, era o caso de Anna, Tyler e Stefan, de que soubesse o nome.

Só nestas duas disciplinas é que éramos colegas, eu, o rapaz moreno e a rapariga loira, o que era triste, porque eu gostava que me pudesse apoiar em mais alguma.

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A aula acabara e eu espreguicei-me assim que sai da sala. Era tão bom não ter mais aulas hoje.

Olhava pela janela e o tempo estava horrível, suspeito que tenha piorado desde a última vez que verifiquei.

Muita gente se encontrava a conversar, quem não estava em aulas. Eu, sinceramente, aqui não falei mais que umas vinte pessoas desde o primeiro dia, ou seja há pouco mais que uma semana. Eu sou uma pessoa muito tímida e envergonhada.

Dirigia-me ao bar de forma a comer algo para não ter fome até ao meio dia ou até querer almoçar, talvez um bolo ou chocolate qualquer que lá haja. Eu adoro doces. Tenho que comer pelo menos um por dia, nem que seja dos mais pequenos que possam existir ou parece que a minha personalidade muda radicalmente. O açúcar é uma droga, e é a minha droga. A parte positiva é que o meu metabolismo não lento, mas também não posso dizer acelerado, mas algo assim parecido. Resumindo não é de todo lento, o que facilita o meu emagrecimento.

Após me decidir por pedir dois twix's, o meu telemóvel começa a tocar de um número desconhecido que me decido a atender.

«Olá, é a Mia, certo?», pergunta-me uma voz masculina do outro lado da linha.

Elastic Heart - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora