Cap. 24 - Quer Não Ir ao Baile?

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Pov Lauren Jauregui

No minuto em que a porta da frente se abre, eu imediatamente percebo que Keller está usando uma camisa limpa e que tomou um banho de perfume. Minha mente voa de volta para a conversa no campo de futebol. Keller tem planos de convidar Camila para o baile de boas-vindas. Merda.

— Ei! Ah, vocês vieram juntas. Ok, ótimo. — Keller ergue uma sobrancelha para mim enquanto nos deixa entrar.

— Lauren perdeu uma aposta e teve que me pagar um jantar — Camila diz mais para brincar comigo do que em resposta a Keller.

— Você deve ter apostado com Lauren que eu acabaria com ela ontem no futebol. — Keller pega uma Coca na geladeira.

— Não, fizemos uma aposta para ver se você é humano de verdade. Eu apostei que você era, porque estava querendo muito levar a Camila para jantar.

Keller se aproxima de mim pelas costas, me agarrando em uma chave de pescoço. Erguendo os pés, o peso dele facilmente me joga no chão. Ele pula em cima de mim como um gato atacando um passarinho. Seu sorriso idiota está presente o tempo todo.

— Veja, ele não é humano. — Eu o tiro de cima de mim e fico em pé para me juntar a Camila novamente.

— Bem, até que enfim chegaram. Agora, ponham seus traseiros no porão e trabalhem. Acham que é uma coincidência ter me juntado ao grupo? — Keller brinca enquanto entramos no porão. — Eu não gosto de vocês de verdade. Só sei que farão o maldito trabalho e eu vou pegar carona no dez de vocês.

— Um dez? Bem, se você tem uma média com quatro cincos e dois zeros, pode esperar um cinco bem grande neste semestre. Aposto que o boletim vai para a geladeira! — Keller e eu temos enchido a paciência um do outro desde que nos conhecemos no futebol infantil. É basicamente uma obrigação torturar alguém quando se passa algumas horas do dia encostado no traseiro dele esperando a bola passar.

— Keller é muito mais esperto do que quer que a gente saiba — Keana diz, se levantando do sofá para nos cumprimentar.

— Como ousa, Keana? É para sermos amigos e agora está tentando arruinar minha reputação — Keller brinca. — Vou enfiar um pedaço de carne seca na sua salada natureba de feijão vegano.

Keana ri.

— Já experimentou hambúrgueres de feijão preto, Camila? — Ela sabe que não vai chegar a lugar nenhum com o restante de nós em sua jornada para nos converter em veganos.

— Uhmm, Camila acabou de comer fajitas de carne, Keana. Tentei fazê-la comer fajitas de feijão azedo, mas ela insistiu no filé macio e suculento. Não tive escolha a não ser me juntar a ela. — Eu me jogo no sofá, puxando Camila comigo.

— Para se sincera, Kena, até você, eu nunca conheci um vegano, nem um vegetariano, para dizer bem a verdade. A única coisa maior do que o Texas é um bife do Texas. "Quanto maior, melhor" é o mote.

— Ah, Mila, Mila, Mila... — Keller chama a atenção. — Quanto maior, melhor também é o mote da Califórnia. — Ele mexe as sobrancelhas sugestivamente. Ninguém ri mais alto do que o próprio Keller.

O rubor de Camila me faz lembrar o quanto ela é contraditória. Ela é capaz de fazer piadas com os melhores, mas não há um só osso ruim em seu corpo. E eu dou uma olhada para me lembrar do quanto aquele corpo é bonito.

Sou pega em flagrante. Camila vê meus olhos e levanta uma sobrancelha. Mas ela claramente não está incomodada por eu estar olhando. Está sorrindo e... parece feliz. Algo mudou naquele penhasco hoje à noite. Há uma ligação silenciosa entre nós. Sempre esteve ali, nós apenas não tínhamos reconhecido que ela existia.

CAMREN: Peças do Destino (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora