Cap. 38 - Coração Destruído

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Hey, monstrinhos... Tudo bem?
Vamos terminar esta fic ainda hoje. Estamos, praticamente, na reta final.
Então vamos?

Pov Camila Cabello

Acordo ao som de um motor roncando. A vibração vinda de baixo faz um tremor constante que não é silencioso o bastante para me embalar de volta no sono, mas a quantidade perfeita para me deixar enjoada.

Meu pescoço dói de dormir toda esmagada no assento apertado, mas acho que não deveria reclamar, já que o ônibus está quase cheio e eu consegui dois bancos para me esticar.

Sento-me, olhando pela alta janela, e, durante um tempo, observo os quilômetros infindáveis de deserto passarem. É estéril e frio, bem como estou me sentindo. Apenas quatro das vinte e quatro horas de viagem de ônibus se passaram. Mais seis horas até fazermos baldeação na fronteira do Novo México. A senhora que se sentou perto de mim na estação de ônibus na noite passada sorri e me oferece uma garrafa de água.

— Obrigada. — Eu aceito, já que não comprei nada para a viagem. Não que tenha sido uma viagem planejada.

— Para onde está indo? — ela pergunta.

— Texas.

— Férias?

Penso por um momento antes de responder.

— Não. Indo para casa. — Minha voz é melancólica.

Ela assente.

— Bem, eu estou a caminho do Novo México. Minha irmã faleceu.

— Sinto muito.

— Na verdade, eu não gostava muito dela, mas obrigada mesmo assim. — Ela sorri carinhosamente para mim. — Você parece triste, está tudo bem?

— Está. Bem, na verdade, não. Mas ficará quando eu chegar em casa.

— A casa da gente geralmente é um lugar que ou amamos ou detestamos voltar — ela acrescenta. — Fico feliz que a sua seja um lugar que você ama.

— A sua é um lugar que você detesta? — pergunto com curiosidade. Baseado no que ela acabou de revelar sobre a irmã, definitivamente não parece ser um lugar que ela ama.

— Sim. Tenho detestado voltar nos últimos trinta anos.

— Você não vai para casa há todo esse tempo?

— Não. Voltei uma vez depois que me mudei. Não parecia mais minha casa. Muitas lembranças ruins.

Digiro a lembrança de ontem, pensando como um lugar que eu passei a amar rapidamente, um lugar no qual eu realmente me sentia em casa, passou a ser algo como um impostor em apenas algumas horas.

Eu balanço a cabeça para ela, tentando ser educada, mas sem querer mais conversar. Ela entende a dica e pega no sono pouco tempo depois.

Dinah e eu ficamos trocando mensagens para ajudar a passar o tempo. Ela está na aula, mas isso não a impede de responder imediatamente. Não tenho certeza de onde eu estaria agora se não a tivesse como amiga. No minuto em que ela ouviu minha voz ontem, já sabia que as notícias não eram boas. Ela só não tinha ideia do quanto eram ruins.

Continuo em estado de choque. Tenho medo de que, assim que ele passar, eu não consiga respirar de novo.

Depois de três horas de atraso na próxima estação, meu ônibus finalmente pára. A fila para embarcar é mais curta do que a última, e fico agradecida ao ver que aparentemente vou me sentar sozinha de novo. Não fiz nada a não ser ficar sentada o dia todo, mas mesmo assim estou mais exausta do que jamais estive na vida.

CAMREN: Peças do Destino (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora