Cap. 39 - A Dor é Boa

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Pov Lauren Jauregui

Ela não foi à escola nem apareceu no nosso encontro. A princípio, pensei que talvez estivesse assustada, com medo de ir até o fim com o nosso plano para a noite passada. Mas ela não atendeu minhas ligações nem respondeu minhas mensagens de texto, então, depois de um tempo, fui até a casa da tia dela.

Ela parecia triste, mas disse que Camila tinha descoberto alguma informação sobre a mãe naquela manhã e provavelmente precisava de um tempo sozinha.

Eu me lembro de precisar de um tempo afastada de tudo e de todos depois que Emily morreu, querendo tirar um tempo do mundo. Então voltei para casa. Fiquei chateada por ela não ter vindo até mim; eu a teria ajudado. Ou só a abraçado, se era disso que ela precisava. Não tínhamos que ir em frente com nossos planos.

Mas agora é de manhã e ainda não tive notícias e minha preocupação se transformou em pânico. O que está acontecendo? Volto à casa da tia dela às seis da manhã. Só quero saber se ela está em casa e a salvo. Ela não precisa nem conversar comigo.

Toco a campainha, mas ninguém atende. Há uma sensação de vazio na boca do meu estômago e, a cada minuto que passa, sei que algo está muito errado. O carro da tia dela está na rampa da garagem, então sei que está em casa. Espero alguns minutos para lhe dar um tempo; talvez ela precise se vestir para atender a porta. Mas ninguém aparece. Meu coração bate forte de ansiedade. Sinto que ele poderia sair pelo peito. Espero mais, mas mesmo assim ninguém aparece. Então começo a bater. Bato com tanta força que a porta começa a se soltar das dobradiças. Ainda sem resposta. Começo a gritar. Dois vizinhos aparecem em seus robes antes da porta finalmente se abrir.

— Abra a porta! Abra a porcaria da porta!

O rosto da tia Claire está inchado como se ela tivesse chorado e ela dá um passo para o lado, fazendo sinal para eu entrar.

— Onde está a Camila? — pergunto, indo em direção ao corredor do quarto de Camila antes que a tia Claire possa responder. Engulo em seco ao encontrá-lo vazio. Algo dentro de mim, lá no fundo, sabia que estaria.

— Onde ela está? — grito.

Os ombros da tia Claire se erguem diante da fúria na minha voz e lágrimas começam a escorrer pelo rosto dela. Passo os dedos pelo cabelo, puxando as raízes com força.

— Sinto muito. Não tive a intenção de assustá-la. Mas onde ela está? Ela está bem? — A raiva e o pânico se enroscam em um nó no meu estômago, deixando-me com a sensação de que vou vomitar. Se qualquer coisa aconteceu a Camila, eu não sei o que farei. Puta merda, eu amo aquela garota. Mais do que qualquer coisa. Por favor, Deus, permita que ela esteja bem.

— Sente-se, Lauren. Vou passar um café. Precisamos conversar.

***************

Uma hora depois, meu cérebro ainda está a toda velocidade. Não tenho certeza de quais emoções estou sentindo. Estou... anestesiada; em choque, sem dúvida nenhuma.

— Por que você não contou a ela?

— Não sei. Tenho feito essa mesma pergunta a mim mesma, vez após outra, durante as últimas vinte e quatro horas. Por que deixei que isso viesse de alguma mulher que ela não conhece, em um escritório frio do governo?

Ela enterra o rosto nas mãos.

— Quando se mudou, achei que ela fosse frágil, não tinha certeza se conseguiria aguentar mais alguma coisa. Ela era tão ligada à mãe, eu não queira estragar com segredos as lembranças para as quais ela estava tentando encontrar um lugar no coração.

CAMREN: Peças do Destino (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora