Cap. 16 - Meus Olhos Seguem Minha Mente

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Pov Camila Cabello

— Até que enfim! — Dinah liga à meia-noite, gritando tão alto que afasto o celular do ouvido. Só faz alguns dias, mas, desde o primeiro dia em que nos tornamos amigas, definitivamente nunca ficamos tanto tempo sem nos falar.

— Me desculpe. Tenho estado muito ocupada.

— Fazendo o quê? Ou devo dizer com quem? — ela brinca.

Caio na cama e fecho os olhos, imaginando Dinah sorrindo de forma irônica e mexendo as sobrancelhas sugestivamente. Aposto que ela está deitada de barriga para baixo, as pernas balançando no ar enquanto conversamos.

Suspiro e lhe conto sobre meus primeiros dias na escola, dando detalhes sobre as aulas e o processo seletivo da corrida, mas ela não está interessada nisso.

— Blá, blá, blá... Trigonometria, correndo em círculos... Conte essa bobagem toda para sua tia Claire. Quero saber das coisas interessantes — Dinah diz meio em tom de brincadeira.

— Para falar a verdade, não há muita coisa interessante para contar. — Faço uma pausa. — Exceto...

— Me conte. — Dinah quer saber.

— Realmente não há nada para contar.

— Tem alguma coisa. — Ela me conhece bem demais.

— Bem, conheci uma garota bem bonita — confesso.

Dinah dá um gritinho em resposta.

— Descreva-a. Vou fechar meus olhos... me fale do visual.

Fecho os olhos também. A imagem de Lauren aparece em minha cabeça sem nem mesmo precisar pensar muito nela. Isso tem acontecido demais ultimamente.

— Bom, ela é alta...

— Mmmm... alta é bom. Continue.

— Ombros largos. Esguia, mas malhada.

— Parece bem sexy. Olhos?

— Sim, ela tem dois.

— Espertinha.

— Verdes, às vezes muito claros. A cor da água do Caribe.

— Você nunca esteve no Caribe.

— Cale a boca.

— Continue.

— Lábios bonitos. Carnudos.

— Mmmm — Dinah geme diante do visual que estou lhe passando. — Mais.

— Ruguinhas. Ela tem ruguinhas nos cantinhos dos olhos... é só dar um sorrisinho e elas aparecem.

— Ela parece perfeita. — Ela expira com força antes de continuar. — Para mim.

Não há nada a fazer senão rir da resposta dela. Embora eu saiba que ela nunca iria atrás da mesma garota que eu, mesmo que ainda estivéssemos na mesma escola. Ela gosta dos caras e garotas que conhece na detenção, que fuma maconha embaixo das arquibancadas que rodeiam a pista de corrida... não dos que correm na pista.

— A voz dela é sensual? Gosto de vozes profundas. Se grunhir o meu nome, acaba com tudo pra mim. Totalmente.

— Não sei.

— Você não falou com ela? — pergunta, confusa.

— Não.

— Achei que tivesse dito que a conheceu.

— Eu o conheci.

— Ela é muda?

— Talvez — brinco, descansando o queixo nas mãos ao erguer a cabeça enquanto ainda estou deitada de barriga para baixo, em diagonal na cama.

CAMREN: Peças do Destino (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora