Como assim "É só a Annabeth?"

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Olhei pela janela de casa pela quinta vez em dez minutos, esperando algum monstro passar pelo vidro, urrando ameaças e brandindo alguma arma altamente letal. Felizmente, nada disso aconteceu.

Parecia impossível, mas eu estava tendo uma comemoração de aniversário tranquila e feliz. Só eu, Annabeth, minha mãe e Paul sentados a mesa para apreciar uma deliciosa porção de panquecas azuis e refrigerante.

Annabeth cozinhou com a minha mãe, mas não digam a ela que eu disse isso ou serei morto a pancadas. Ela realmente acertou na receita, nunca comi panquecas tão deliciosas na minha vida (Desculpa, mãe. Ela é uma semideusa, isso deve ter ajudado em alguma coisa).

— Ainda esperando alguma coisa explodir? — Annabeth riu da minha cara de preocupado e entrelaçou os dedos de sua mão na minha.

— Velhos hábitos, acho. — Respondi.

— Suponho que você não esteja sendo paranoico. Lembra o que aconteceu naquele encontro que marcamos para ir no cinema?

Eu não conseguia me lembrar de nenhum encontro no cinema. Gelei, não podia dizer isso a Annabeth.

— Você quer dizer aquele dia em que te levei para escola do Paul? O dia em que, se me lembro bem, você disse "isto não é um encontro, mãe! É SÓ A ANNABETH! " — Minha mãe respondeu, refrescando minha memória e também me deixando em maus lençóis.
Ao lado de Sally, meu padrasto Paul se acabava de rir.

— Lembro bem desse dia. Ele foi cheio de emoção, não? — Ele disse, apontando um garfo com panqueca para mim.

Annabeth me encarava muito séria.

— Você achou que aquilo não era um encontro? — Perguntou. Seus olhos cinzas me analisavam de um modo assustador.

— Bom... Você só disse que queria ir ao cinema... Eu não pensei que...

— Não pensou que o fato de eu ter chamado só você para ir ver um filme fosse um encontro? O que eu deveria ter feito? Anunciado isso em um letreiro néon?

Paul e minha mãe arrumaram alguma ótima desculpa para nos deixar sozinhos na cozinha. Eu podia jurar que ouvi Paul sussurrar algo como "pobre Percy" enquanto saia.

Eu e Annabeth ficamos em silencio por um tempo. Foi ela quem deu a primeira palavra.

— "É só a Annabeth"? — Ela disse, muito calma e fria.

Engoli em seco.

— Então... Era mesmo um encontro? Tipo... Sabe...

— É, Percy. Era um encontro mesmo. Eu estava pensando em te dizer como eu me sentia sobre a gente naquele dia. Mas então teve toda aquela confusão na sua escola e... Você sabe.

— Você ia me dizer que gostava de mim naquele dia? — Meu queixo caiu ao ouvir aquilo.

Annabeth sorriu.

— Eu ainda não sabia bem o que sentia. Sabia que era mais do que amizade e estava decidida a te contar tudo porque não conseguia mais manter isso só para mim. Eu não sabia como seria o futuro e achei que não valia a pena esperar dias melhores para te dizer o que estava no meu coração. Somos semideuses, dias melhores podem nunca chegar, certo?

Eu ri. Ela estava certa quanto aquilo. Ser semideus era um risco ocupacional 24x7.

— Foi por isso que me beijou naquele ano, lá no vulcão? — Perguntei, tentando imaginar o que teria sido diferente entre nós caso o dia no cinema não tivesse sido cancelado.

— Eu não sabia se ia te ver vivo de novo, achei que era um momento tão bom quanto qualquer outro para me expressar. — Ela admitiu, corando um pouco. Sempre acho fofo quando ela fica sem jeito. — Quando não sei racionalizar o que sinto, prefiro apenas fazer algo. Tipo o que fiz hoje para seu presente de aniversário.

— O que você fez?

Ela procurou algo no bolso de sua calça e me entregou. Era uma carta com o selo de Nova Roma.

— Sei que conversamos sobre ir para a faculdade juntos, mas como você não mencionou nada sobre onde iríamos morar eu resolvi me adiantar. Não estou a fim de ficar em dormitórios separados então conversei com a Reyna e ela nos arrumou um apartamento só nosso. Você quer morar comigo quando passarmos na faculdade?

Não sei bem em qual parte de tudo o que ela me disse foi que me perdi. Só sei que minha mente me jogou para o futuro. Um futuro onde eu e Annabeth estaríamos juntos. Debaixo do mesmo teto. Nada mais de monstros ou de missões para salvar o mundo. Apenas eu e ela, construindo nossas vidas juntos.

— Vai me deixar sem resposta mesmo? — Annabeth se irritou.

Ela ia falar mais alguma coisa, mas eu a calei com um beijo. Ficamos nos beijando por um longo momento, só sentindo os lábios e língua um do outro. Pensei que se algum monstro resolvesse invadir minha casa justamente naquele momento eu iria mandá-lo para o tártaro em pessoa, envolvido com um laço de presente.

— Isso foi um sim, cabeça de alga? — Annabeth perguntou, um pouco sem fôlego.

— Isso foi um sempre. Eu quero passar minha vida do seu lado, sabidinha.

— A gente podia comemorar o nosso futuro apartamento com uma noite no cinema. O que acha? — Ela disse.

Eu ri de novo

— Isso é um encontro? — Perguntei.

— Sim, seu idiota. — Annabeth respondeu, dando um soco no meu ombro. — Isso é um encontro.

* * * * * *

E AÍ SEMIDEUSES!

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