Contos de semideuses

O melhor da pior festa de aniversário da Annabeth Chase

Percy chegou ao acampamento meio sangue cansado, ferido e com algas rosas brilhantes enroladas no cabelo (nem pergunte, longa história). Mas o peso extra em sua mochila lhe era um lembrete de que tudo havia valido a pena.

Ele olhou para o céu e sorriu, ainda não era nem o fim da tarde e Annabeth devia estar na festa de aniversário que Atena organizara para ela. Ele teria ido, mas desde que a história dos estábulos chegara ao conhecimento da Deusa, Percy e ela haviam feito um pacto não escrito que dizia "FIQUE LONGE DA MINHA VISTA POR PELO MENOS UMA DÉCADA".

A coisa estava tão feia que até Annabeth pediu para ele ficar de fora. Os dois marcaram de ter sua comemoração particular naquela noite no chalé de Poseidon.

Percy entrou em seu chalé e ao ver a namorada sentada na sua cama, soube que algo estava errado. Annabeth tinha uma cara de quem estava pronta para ir ao Tártaro, chutar a bunda de todos os monstros de lá, e depois voltar para caçar mais monstros na terra.

— ONDE VOCÊ ESTAVA? — Ela perguntou. Seus olhos cinzas tinham marca de choro e raiva.

Percy ficou dividido entre abraçar a garota ou ir a uma reunião de ciclopes com uma placa de "pronto para o abate". Apesar da segunda opção lhe soar menos perigosa, decidiu sentar ao lado de Annabeth.

— O que aconteceu? — Achei que a festa com sua mãe iria ser até o fim da tarde.

— Ah, essa era a ideia dela. — Annabeth resmungou. —Assim como todo o resto. Que bela festa, mãe!

— Não entendi...

— Eu deveria ter suspeitado quando ela me disse que havia idealizado uma festa incrível para mim. — Annabeth disse.

— Ela não fez nada? — Percy perguntou. Estava confuso com aquela conversa.

— Ela fez sim, só teve um problema.

— Que foi...?

— Percy, ela idealizou a festa. — Annabeth disse, como se explicasse tudo. — Ela fez a festa TODA só na mente dela. Só que eu não consigo comer bolo idealizado. E nem ver meus presentes idealizados e nem... Ah, esquece.

Percy não aguentou e riu da história. Annabeth também.

— Pelo menos passei um tempo com minha mãe, mesmo tendo sido uma experiência esquisita. Deuses, certo? Mas você não me respondeu onde estava. Ninguém sabia de você quando cheguei. Fiquei muito preocupada! Da última vez que isso aconteceu eu fiquei meses sem te ver, faz ideia de como me senti???

— Desculpa, eu me enrolei na minha missão. — Percy respondeu sem perder tempo.

— Missão? Que missão???

Abrindo a mochila, Percy tirou de dentro dela um livro de aparência muito antiga. A língua na qual era escrita não fazia sentido para nenhum deles, mas Annabeth entendeu os desenhos e diagramas que deixaram claro que aquilo se tratava de um livro sobre arquitetura.

— Poseidon me disse sobre uma velha biblioteca de atlantida onde eu poderia encontrar livros da arquitetura Atlante. Ele só esqueceu de mencionar a criatura de algas rosas que vive lá. Ela não gosta de visitas inesperadas, descobri isso da pior forma. — Percy contou, tirando mais um pouco de alga rosa de seus cabelos.

Annabeth ficou olhando dele para o livro sem dizer nada. Quando o silencio dela se tornou intimidador, Percy sorriu de forma tímida.

— Feliz aniversário...?

A resposta dela foi um beijo que atirou os dois na cama dele. Ele pensou em lembrá-la que Atena ainda não o perdoara pela coisa toda nos estábulos, mas sinceramente? Os lábios de Annabeth nos dele o fizeram se esquecer de todo e qualquer tipo de bom senso.
Se fosse morrer pela fúria de uma Deusa, não conseguia pensar em um motivo melhor do que a garota que tinha em seus braços.

— Eu amo você, sabidinha. Feliz aniversário. — Disse, interrompendo o beijo.

Annabeth sorriu com sua boca ainda muito perto da dele.

— Amo você, cabeça de alga. — Ela respondeu. Olhou para as algas rosas no cabelo dele e riu ao perceber o quanto aquele apelido bobo fazia sentido naquele momento.

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