Capítulo 11

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Taehyung

- Só mais um pouco.

Tenho que admitir. Jizzy é um belo apoio moral. Se não fosse por seus soquinhos no ar, e animação, não teria chegado à metade do caminho com Seokjin em meus braços.

Por mais que o peso seja extremo, é um alívio: o silêncio de Seokjin, pelo menos nesse momento. Desde que Namjoon chegou a confusão foi geral. Mas também não era para menos, o homem estava completamente coberto por sangue. O problema maior foi quando Seokjin decidiu cobri-lo de perguntas entonadas por preocupação, mas Namjoon insistiu em dizer que o sangue não era dele e que nada de mal havia acontecido a ele ou Jungkook durante o dia. O que aconteceu depois, foi que Jizzy, com seus avançados oito anos de idade, teve que intervir na discussão recém desperta entre os novos pais, pedindo para que Namjoon entrasse e tomasse um banho enquanto nós dois tentávamos acalmar Jin. Quando o copo de água com açúcar não resolveu a situação, Jizzy, imprudentemente, recorreu ao antialérgico receitado pelo próprio pediatra e um copo de suco natural. Quanto à consciência sobre a grande imprudência, até mesmo pensei em intervir, mas se visse a situação de Seokjin também concordariam com alguma maluquice que o pudesse tranquilizar.

Por fim, cá estamos nós. Jin está dormindo em meus braços, respirando do modo compassado que sequer se alterou quando o tirei do sofá, e Jizzy me guia pelos corredores de luzes medidas em passos cuidadosos ao mesmo tempo em que ri de minhas caretas.

A menina afasta a última porta que nos separa do quarto do casal, o quadro pequeno balança com o pequeno impacto de quando a maçaneta acaba batendo na parede do outro lado. O barulho faz Jin se remexer em meus braços, e eu niná-lo como fosse um bebê somente faz aumentar os risos comedidos de Jizzy, que se apressa para puxar as cobertas da cama. O processo todo é cuidadoso: deixo o corpo de Jin sobre a cama, o rolando para deixá-lo de lado conforme as instruções de Jizzy. Quando saímos é pé ante pé, tão silenciosos que o ronronar baixinho conferido pelo sono profundo é a única coisa que reverbera por todo o quarto escuro.

Jizzy toma a fechadura como se apenas encostar em sua crosta pudesse despertar Seokjin. Atrás dela, fecho os olhos com força e uso uma das mãos para tapar minha boca. O "click" baixinho é ouvido quando a madeira finalmente encontra o batente e Jizzy respira aliviada, é somente quando ouso abrir os olhos.

- Deu certo? - pergunto, mais preocupado do que realmente achando alguma diversão. Não quero ter que encarar, em momento algum da minha vida, a "ira preocupada" de Seokjin.

- Parece que sim. - Jizzy encosta a orelha na porta, pedindo silêncio com o indicador sobre os lábios repuxados. Há covinhas adoráveis se afundando nas bochechas quando faz isso. - Ainda ouço ele roncando.

- Não deixe ele saber que disse isso. - Rio baixinho, a mão ainda sobre a boca.

É nesse momento, quando finalmente desmontamos nossos ombros e relaxamos após toda a situação, que a campainha toca. Não é preciso encostar orelhas na porta para se ouvir o resmungo que veio do outro lado.

- Essa não! - Jizzy se alerta outra vez, se levanta tão rápido que mal posso ver. - Vá até lá e atenda a porta antes que as coisas piorem, vou conferir Seokjin lá dentro.

- Tudo bem.

Me levanto em um pulo, amaldiçoando as meias em meus pés quando, em meus passos leves, acaba escorregando em uma das curvas para desviar do sofá e dando de cara com uma das paredes. Por sorte consigo segurar no lugar o quadro que balança, preso ao prego pequeno nada firme, logo acima da pequena bancada de vidro.

Quando chego á sala, porém, não preciso me aproximar mais da porta. Namjoon está vestindo um conjunto de pijama azul bebê que combinam perfeitamente com as pantufas em seus pés. É ele quem abre a porta para um Jimin completamente devastado.

Icarus - Asas De Cera | TaekookMin (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora