CAPÍTULO 03 - DEPOIS

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Um sorrisinho apareceu no rosto do Garcia, ele parecia fofo enquanto não mostrava os dentes e tinha aquelas bochechas coradas. Hanna também sorriu, enquanto sentava-se em frente à ele.

- Olá.

- Hanna, você voltou!

- Eu disse que voltaria.

- Mas você poderia ter mentido. - ele a encarou, com aquele olhar frio de sempre.

Hanna podia reparar que seus olhos eram sempre os mesmos mas ele demonstrava os sentimentos com linguagem corporal, por exemplo quando sorria ou fechava a mão com força.

- Hoje você vai responder as minhas perguntas?

- Sabe o que acontece com garotas curiosas? - Renato a encarou com os olhos sombrios mas em seguida deixou uma risadinha escapar. - Não sinta medo Hanna, eu estou preso aqui e não posso te fazer nada. E mesmo que eu pudesse tocar em você, eu apenas te beijaria, você é linda.

Hanna sentiu suas bochechas corarem. Ele era extremamente atraente porém ela sabia que ele era um serial killer e poderia estar mesmo a manipulando, sem que ela desconfiasse.

- Pode me dizer o que você sente quando machuca outras pessoas?

- Você conhece Rosie & The Originals? Foram famosos da década de sessenta. - Renato cruzou os braços. - É como o paraíso estar aqui com você, você é como um anjo tão bom para ser verdade.

Hanna ficou estática, a voz dele era doce e afinada, com certeza muito agradável para qualquer ouvinte. De qualquer forma, ela não entendia onde ele queria chegar com uma letra como aquela.

- Sua voz é linda.

- Apenas agradável, eu diria.

- Isso é legal, Renato, mas pode se concentrar nas perguntas? Isso é muito importante para mim.

- Por favor jamais me deixe triste e sozinho. - o Garcia continuou cantarolando, ignorando a garota em sua frente.

- Renato!

- Não posso falar muito Hanna, não enquanto ele estiver aqui.

Renato apontou com a cabeça e então Hanna se virou na cadeira, enxergando o enfermeiro, parado ao lado da porta por onde ela havia entrado.

- Você pode sair?

- Não posso, senhorita. - ele manteve a expressão séria. Hanna virou-se novamente para Renato.

- Sinto muito.

- Oh não tem problema. - Renato continuou estático. - Mas eu daria tudo para sair daqui e poder ficar perto de você. Sabe por que tanto branco? Por que o branco nos faz perder a nossa sanidade, não somos loucos, são eles quem nos transformam. Você também acha que eu sou louco, Hanna?

Hanna negou com a cabeça, por mais que realmente soubesse que aquele garoto não era normal.

O Garcia encostou a sua mão no vidro, Hanna a encarou por alguns segundos e então também levou a sua até ele, comparando a diferença de tamanho.

Por um momento quis toca-lo além do vidro mas não podia. Apenas continuou lá, com a mão junto à dele, separada apenas pelo grande painel de vidro.

- Senhorita, se afaste. - o enfermeiro a repreendeu, fazendo com que Hanna imediatamente abaixasse sua mão.

- Não se preocupe, Hanna. - Renato disse baixinho. - Um dia estarei aí fora e finalmente poderei tocar em você.

Kill Game | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora