CAPÍTULO 36 - DEPOIS

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Os cabelos castanhos de Heyoon reluziam na luz do sol. A garota apertou mais o casaco enquanto encarava a sombria casa dos Nóbrega's.

A placa "vende-se" se destacava logo na entrada e Heyoon sentiu pena. Pobre Guilherme, era o único que havia restado da perturbada família Nóbrega, só tentar imaginar o inferno que o mais velho estava vivendo, causava uma aflição em Heyoon.

A garota tocou a campainha e Guilherme logo apareceu. O mais velho estava cada vez mais abalado e deixava aquilo transparecer em sua aparência, Guilherme estava completamente abatido e triste.

- A menos que queira comprar a casa, pode ir embora.

- Bom te ver também, Guilherme. Posso entrar?

- Não. - Guilherme saiu para fora, fechando a porta atrás de si. - Não quero você aqui dentro.

- O que você está escondendo aí?

- Não estou escondendo meu irmão, se é o que você quer saber. A vadia da Hanna já o matou, ele já deve ser apenas pó a essa altura.

- Sinto falta dele.

- É claro que sente! Você é uma covarde, fez com que ele se entregasse e então fugiu, como sempre fez. Ele amava você, se você tivesse sequer se importado, talvez ele seria uma nova pessoa agora, talvez ele tivesse ao menos tido uma chance de mudar. Você estragou tudo Heyoon, não é bem vinda aqui.

As palavras de Guilherme eram carregadas de mágoa, ele parecia realmente chateado com as atitudes de Heyoon.

Era claro que a Jeong sentia culpa mas ela não poderia ter mudado a história, por mais que acreditasse que o amor o salvaria, algo dentro dela a fazia acreditar que ele jamais iria mudar.

- Quero consertar as coisas Gui, eu precisava ver você para me lembrar dele, para sentir alguma coisa outra vez. Eu estou morrendo aos poucos, com essa angústia dentro de mim.

- Espero mesmo que você morra, você merece isso. - o mais velhl deu de ombros, voltando para dentro de casa. - E não me procure mais, você já trouxe desgraça o suficiente para a minha vida.

Guilherme bateu a porta, fazendo Heyoon fechar os olhos e sentir à vontade incessante de chorar. Aquelas duras palavras machucavam, o discurso de Guilherme vagava em sua mente escura e vazia.

Guilherme pensou naquilo durante toda a tarde, sentindo-se culpado por todas as vidas que haviam sido ceifadas. E então ele chorou, chorou até seus olhos pesarem e ele finalmente cair em um sono profundo.

(...)

- Não acredito! - Heyoon abraçou o garoto, sentindo todas as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Aquele calor familiar, fazia com que ela sentisse nostalgia. - Como você pode estar aqui?

O Garcia continuou com aquele olhar morto, parado em frente à cama da garota. Pela primeira vez, seu coração doía, enquanto ele pensava na atitude que precisaria ter, uma que provavelmente terminaria de foder o seu psicológico.

- Achei que você estava morto, como entrou aqui?

- Nos últimos meses, aprendi a ser mestre em entrar sorrateiramente nos lugares, Yoon.

- Como se escondeu?

- Não posso dar mais detalhes. - Renato sentiu seus olhos marejarem, quando foi que ele havia se tornado tão fraco? - Você me perdoa?

- Está tudo bem, vamos fugir. Podemos recomeçar, o nosso amor vai mudar tudo.

- Não Heyoon, não posso, preciso me vingar da Hanna, preciso que ela saiba que nada nesse mundo vai me parar agora. - Renato se aproximou, olhando naqueles profundos olhos cinzas. - Senti sua falta, Yoon, me perdoe pelo que eu preciso fazer.

- O que está tentando me dizer?

- Prometo fazer isso rápido, apenas feche os olhos e nunca se esqueça, eu te amo mais do que tudo.

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Kill Game | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora