CAPÍTULO 40 - DEPOIS

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- Prefiro a morte. - Hanna respondeu rapidamente, se recusando a acreditar no fato de que ele estava realmente propondo aquilo.

- Vamos lá, não seja tão dramática.

Só poderia ser brincadeira, como ele ousava a chamar para algo tão cruel e nojento? E Hanna ainda tentava digerir a informação de que ele estava vivo, ter que lidar com aquele tipo de situação era o fim.

- Nunca! Eu jamais tiraria a vida de alguém, isso é cruel e idiota!

- Você não hesitou quando puxou aquele gatilho, Hanna.

Hanna sentiu uma pontada no seu estômago, por mais que tivesse errado sua mira, ainda sentia certo remorso por tentar tirar a vida de alguém, mesmo que Renato merecesse.

- Nesse quesito somos iguais, sabe, você não tem piedade de matar.

Renato sorriu debochado, assim que a mão de Renato acertou seu rosto em cheio. Ela demonstrava todo o ódio em seu olhar e o Garcia estava adorando toda aquela situação.

- Não ouse me comparar com você, você é o pior dos piores seres humanos existentes.

- Você tem duas opções agora Hanna, literalmente matar ou morrer.

- Matar você está entre essas opções? E como caralhos você escapou? Eu vi você no chão, morto!

- De fato você me acertou, mas não foi certeiro e suficiente para me matar.

- Como os médicos não perceberam? Como a polícia não percebeu?

Renato deixou uma risadinha escapar, aquela era a Hanna que ele adorava, a Hanna curiosa que amava o encher de perguntas. Tirando o fato de que seu desespero era no mínimo engraçado.

- Eles sabem. O Estado esconde muita coisa das pessoas, você ficaria enojada se descobrisse tudo.

- Então por que eu fui presa?

- Eles precisavam culpar alguém pelo fracasso deles, você foi a azarada e há também o fato de que eles precisavam te manter por perto, afinal eles sabem que você é uma isca para me atrair.

Hanna sentiu-se tonta, todo o tempo que havia ficado presa e a sua saúde mental que havia sido fodida dentro do manicômio, era por puro egoísmo das autoridades. Aquilo tudo era ridículo.

- Eu não vou ser sua parceira e quero que você se foda, saiba que isso não acaba aqui. Vou fazer você pagar por todos os meses em que vivi no inferno.

- E quem vai me fazer pagar, Hannyzinha? Confesso que eu adoraria ser punido por você.

A garota apenas deu as costas, tentando caminhar rapidamente para longe dele mas era claro que não seria fácil. Sentiu dor assim que o garoto puxou seu cabelo e a trouxe para perto.

- Vai ser do meu jeito ou então você já era.

- Vai em frente, Renato.

Hanna não parecia intimidada mas se assustou assim que foi empurrada contra o chão. Suas costas doeram com o impacto e logo as mãos longas e frias do Garcia foram em direção ao seu pescoço.

Aos poucos o ar faltou, aquela sensação era igual a dos seus piores pesadelos. O cabelo longo do maior caía em seu rosto enquanto seus olhos sem vida olhavam fixamente nos dela, Hanna jamais se permitiria morrer daquela forma.

Rapidamente esticou seu braço, puxando o objeto prateado que brilhava no chão. Eram restos de uma garrafa de vidro quebrada e Hanna usou toda a sua força para enfia-lá no braço do Garcia, que gritou de dor.

Hanna aproveitou do momento para correr, enquanto ele segurava com força o braço que começava a sangrar. Ela não olhou para trás, apenas escutou aquela voz assustadora gritar:

- Eu vou te caçar até te achar, Hanna. Você jamais estará livre de mim, nunca.

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Kill Game | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora