Kill Game | Renato Garcia (Concluída)

CAPÍTULO 06 - DEPOIS

Mil e uma coisas se passavam na cabeça do Garcia, enquanto ele encarava fixamente a escuridão do quarto. Tudo o que sempre via era o branco e então as luzes se apagavam, deixando o preto ao alcance dos seus olhos.

Renato jurou ter visto um feixe de luz, enquanto a porta rangia lentamente. Uma luz iluminou seus olhos, quase o deixando cego enquanto ele os protegia com as mãos.

- Os alarmes vão disparar em dez minutos, precisamos correr. - ele escutou um sussurro familiar, a garota então iluminou seu próprio rosto.

Hanna usava uma jaqueta e a touca cobria o seu rosto, Renato se levantou lentamente e então caminhou até ela. Finalmente suas mãos tocaram a pele quente e macia da garota, ele queria descer suas mãos até o pescoço dela e então, apertar até que ela parasse de respirar.

- Renato? Vamos logo? - a voz fez com que ele voltasse a realidade, ele com certeza iria deixar aquilo para depois.

Os dois começaram a andar rapidamente pelos corredores. Hanna sentiu-se descolada, enquanto caminhava com as mãos no bolso e tudo parecia estar em câmera lenta, ela sentia como se estivesse em algum filme dos anos setenta.

Encarou o rosto do garoto e então sorriu para ele, recebendo um sorriso de volta. Não havia sido difícil escapar, Hanna incrivelmente tinha todas as chaves e luvas em suas mãos, fazia com que nenhuma evidência existisse, ela jamais seria descoberta.

- Você foi incrível, Hanna. - Renato sorriu, assim que finalmente entraram no carro da garota, estacionando a vários metros de distância do hospital.

- Isso é para você, são do meu irmão, espero que sirvam. - Hanna entregou algumas peças de roupa, afinal ele não poderia andar pela cidade com as roupas do manicômio.

Renato sorriu e então puxou Hanna pelo maxilar, colando os seus lábios com os da garota. Sua língua era ágil e Hanna poderia beija-lo para sempre, ele não era nada gentil e aquilo, era o que a deixava ainda mais atraída.

- Onde eu deixo você? - Hanna sorriu, dando partida no carro assim que ele deixou um selinho em seus lábios.

- Eu vou sozinho mas não se preocupe, eu volto. - ele não sorriu e sim, a encarou com aqueles olhos sombrios. - Você será a décima quarta Hanna Beatriz, mal posso esperar para matar você, você pode ser gata pra caralho mas também é uma idiota.

Renato finalmente sorriu mas de forma maquiavélica, fazendo um arrepio percorrer todo o corpo de Hanna.

A sirene alta vinda do hospital, soou rapidamente. Renato apenas apertou as roupas nas mãos e então desceu do carro, batendo a porta com força.

Mandou um beijo no ar para a garota e após sorrir debochado, sumiu na escuridão daquela noite. Hanna então sentiu as lágrimas invadirem o seu rosto.

Ela iria se torturar para sempre, sempre que se lembrasse daquela porra de noite e principalmente, da merda que havia feito.