CAPÍTULO 35 - DEPOIS

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Hanna acordou assustada, sentindo o ar faltar em seus pulmões. Outra vez havia sonhado com ele, sonhando que ele estava com as mãos em seu pescoço enquanto ela morria lentamente, ela não aguentava mais aquilo.

Decidiu não dormir mais, sentindo seus olhos arderem devido ao sono que estava quase a derrubando. Tentou não se perder em seus pensamentos e depois de longas horas torturantes, a luz do quarto acendeu.

Hanna respirou aliviada, já era dia. Se levantou da cama que possuía o colchão mais duro que existia e então coçou os olhos, dando de cara com o papel dobrado, a poucos centímetros de distância da porta.

Mil vezes droga, lá estava o maldito bilhete que recebia toda manhã. Hanna se recusava a acreditar que ela havia escrito aquilo, provavelmente o papel havia sido jogado por baixo da porta, mesmo que a abertura fosse minúscula.

"Me lembrei da primeira vez em que nos vimos, você parecia assustada mas extremamente linda. Falta pouco para estarmos cara a cara outra vez, espero que esteja ansiosa assim como eu estou.
- Renato Nóbrega Garcia.

- Vai para o inferno, seu merdinha! - Hanna gritou, enquanto rasgava o bilhete em milhares de pedaços.

A porta do quarto se abriu segundos depois, a enfermeira da vez olhou Hanna com ódio, vendo a sujeira que ela havia feito.

- Você sabe que vai ter que limpar isso, não sabe?

- Eu não me importo. Como caralhos vocês estão deixando o Garcia entrar aqui?

A enfermeira revirou os olhos, mais do que acostumada com as crises que Hanna tinha. Toda a cidade havia assistido ao funeral do garoto, que havia sido morto pela Hanna. Ainda assim, ela insistia na ideia de que ele ainda a perseguia.

A mulher apenas guiou Hanna para fora, em direção ao refeitório com as outras. Ela odiava as manhãs, algumas garotas comiam feito malucas e aquilo era nojento.

- Bom dia, Hanna Beatriz Garcia. - a garota de cabelos enrolados sorriu, fazendo Hanna revirar os olhos. As provocações já eram mais do que normais.

- Deve ser um saco para você, não é? - a garota loira comentou, enquanto enchia a boca de cereal. - Não foi fácil para a Jeong na época então não deve estar sendo fácil para você.

- Do que você está falando?

- Ele fez com que você se apaixonasse por ele também, não foi? - Hanna ficou em silêncio, era só mais uma para provoca-lá toda manhã. - Houve uma época em que ele era bom, eu sei.

- Como?

- A família dele fazia coisas horríveis com ele Hanna, principalmente Daniela e Irene. Não estou dizendo que elas mereceram mas você sabe, a vida cobra todas as coisas.

- Eu não me importo, ele merecia muito mais do que elas fizeram.

- Não diga isso, ele já foi um garoto bom. Você soube sobre a garota que ele amava? Ele a tratava como uma rainha, era um amor puro e verdadeiro.

- Ele não ama ninguém, ninguém mesmo.

- Ele a amava, se estivesse vivo, ainda a amaria.

Hanna bufou, ele estava vivo. Era uma droga que as pessoas não soubessem aquilo, que todas as pessoas estavam sendo enganadas por ele.

- Ele se entregou por amor à ela, Heyoon era seu nome, ela o tinha nas mãos, coisa que você sempre quis e nunca conseguiu.

- E como você sabe de tudo isso? - Hanna perguntou desconfiada, simplesmente não tinha como aquela maluca ter tantas informações.

- Foi ela mesma que me contou, Hanna. - a garota sorriu animada, como se algo grande estivesse perto de acontecer. - Heyoon Jeong está de volta na cidade.

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Kill Game | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora