///S/N on ///
Resolvi colocar todos os quadros e álbuns de fotos em uma bolsa separada, meus documentos e todas as provas de que haviam parentes meus vivos. Olhei pro quadro de Sasori na parede e como não achei nenhuma assinatura, deixei lá pra enfeitar um pouco.
Com várias mudas de roupas nas malas e o bolo com a cobertura pronta, resolvi ir agradecer o Hidan e avisar que passaria uns tempos fora. Saí da minha porta e bati na dele, o platinado abriu e um leve cheiro de cerveja estava no ar.
H- Olá, vadia, o que quer?
- Vim agradecer de novo pela ajuda ontem e fiz esse bolo pra você, espero que goste!
H- Caralho vadia, brigadão memo! Eu adoro chocolate, valeu! Até te convidaria pra entrar, mas a situação aqui dentro é meio tensa sabe...
- Sim, eu te entendo. Vim também avisar que passarei um tempo indeterminado fora...
A expressão dele mudou na hora. Me puxou pra dentro e verificou o corredor antes de fechar a porta. Encostou na parede e virou pra mim, falando sério:
H- Alguém te ameaçou?
- Não, pra que tudo isso? Só vou viajar! - atuação impecável
H- Então você... ah, deixa pra lá. Se cuida vadia, avisa se precisar de alguma coisa! Valeu de novo pelo bolo, é nois!
Me despedi e fui pro meu ap de novo. Estava tudo pronto, é só esperar a manhã chegar...
/// 07:00 do dia seguinte ///
Acordo com alguém batendo na porta. Me levanto rapidamente e só ajeito meu cabelo, olho pelo "Olho Mágico" da porta e vejo que é Sasori, relaxo e abro.
S- Bom dia, S/n. Sua cara está péssi...
Ele encara meu corpo e abre levemente a boca, só então me toco que tô com uma camisola fina e curtinha. Puta que pariu.
- Já volto!
Saio correndo pro meu quarto com vontade de me jogar da janela, visto uma roupa decente e saio de novo. Ele ainda me espera parado na porta, com a boca aberta e na mesma posição. Vou até ele e estralo os dedos na frente da sua cara, que desperta e sorri envergonhado.
"Eu devo parecer um(a) pervertido(a), desculpe", dissemos juntos. Rimos um pouco quebrando o climão, e ele me ajudou com as bolsas. Eram só 3 e não eram grandes, ele havia avisado que tinha máquina de lavar em casa, não precisava levar todo o guarda roupa.
/// 11:00 da manhã ///
Havia finalmente terminado de arrumar minhas coisas no quarto do Deidara. Sasori tinha levado todos os documentos do menino pra casa da vó dele, assim como as provas de que havia uma criança na casa. Eu constantemente pedia desculpas por estar dando tanto trabalho, mas ele respondia a mesma coisa em todas, "relaxa, S/n".
Fui até a cozinha e vi Sasori na mesa, concentrado em tentar cortas a cebola em cubinhos pra fazer o molho. Ele xingou por estar lacrimejando e eu ri, o que fez se voltar furioso contra mim.
S- Pensa que ri de quê? Vamos mocinha, corta os tomates pra mim!
Ri mais ainda e peguei o fruto, me posicionei ao lado de Sasori e dei um show de como se cortava verduras. Ele me olhou com uma carranca, que me fez rir mais ainda. No final, sorriu também enquanto me olhava e eu, amolecida com esse gesto, cortei as coisas pra ele. Sasori fez o arroz e macarrão, eu cuidei da carne e salada. Éramos verdadeiros mestre-cucas. Conversávamos enquanto comíamos.
S- Dei me chamava de "mateochefe" quando cozinhava.
- Vocês parecem ter uma relação ótima.
S- Sim. As vezes enxergo ele como um irmão mais novo, ou até mesmo... um filho, sei lá.
- Eu imagino. A minha irmã vive dando trabalho, mas é uma ótima pessoa! Inclusive, tenho que ver como meu pai está... vou passar no hospital depois.
S- Quer que eu te acompanhe?
- Não precisa, não quero atrapalhar ainda mais. Hoje é segunda... ainda preciso editar e enviar as fotos pra empresa...
S- Eu tenho 3 telas encomendadas, mas preciso comprar um pincel específico. Posso ir com você até o hospital e na volta passamos na loja das artes?
- Claro! Então deixe-me lavar as coisas, iremos logo após.Depois de muita insistência de minha parte, Sasori finalmente me deixou lavar. Ficou arrumando o ap (que já é impecável) enquanto me esperava. Peguei as chaves e andamos até meu prédio, entramos no carro e fomos.
Não pude entrar no quarto do meu pai, mas fui avisada de que ele estava se recuperando bem e logo estaria 100% da gripe. Passamos na lojinha, Sasori é extremamente detalhista pra escolher um simples pincel e passamos 20 minutos lá dentro, o mesmo saiu se desculpando pela demora. Chegamos em casa já eram 3 da tarde, ele direto pra "Sala de Artes" e eu pro quarto do Dei, onde estava meu notebook.
Analisava foto por foto, ajustando dimensões e focos, recortando o necessário e tirando manchas, arrumando a iluminação e etc, até chegar numa foto específica. O tal Marcus, ou Madara, estava com um sorriso extremamente malicioso nos lábios enquanto encarava a câmera. Sua áurea superior e negativa era sentida, mesmo sendo uma simples fotografia, e um arrepio percorreu minha espinha. Acho que minha expressão não era a das melhores, pois Sasori que tinha parado na minha porta parecia preocupado.
S- S/n, está tudo bem? Tá com uma cara péssima.
- Sim sim, é só... uma foto.
S- A foto dele, não é?
- Sim...
S- Eh... bem, já são 8 da noite, quer comer algo?
- O quê? Mas já??
S- Sim, passou voando. Se quiser, vou pedir um lanche pra gente.
- Deixa que eu pago hoje, pra compensar toda a sua ajuda!
S- Tudo bem, mas só hoje.Pedimos 2 X-Salada e um litrão de coca geladinha. Depois de muita conversa e várias risadas por minha parte, já que ele só sorria, nos preparamos pra ir dormir. Sasori foi tomar banho primeiro, e saiu só de bermuda moletom enquanto colocava a camisa, mas deu pra ver uma bela parte de seu abdômen. E gente, que calor me subiu! Ele nem percebeu nada, apenas passou por mim beijando minha testa e desejando boa noite.
Depois do banho, deitei na "minha" cama, que era pequena e deixava meus pés pra fora. Me encolhi e joguei uma manta por cima pois não estava tão frio, não esperava que Sasori batesse na porta.
S- Com licença, vim ver se está confortável. A cama é pequena! Eu me esqueci disso.. mil perdões S/N! - deu um tapa na própria cara.
- Que isso, eu acostumo!
S- Você pode... dormir comigo. Só dormir, não farei nada com você, minha cama é larga... dá tranquilo!
- Acho que já incomodei o suficiente, mas aceitarei sua proposta sim...Dessa vez eu vestia uma roupa mais aceitável, sentei na cama dele e fez o mesmo. Ficamos nos encarando, olho no olho, eu sentia aquela sensação familiar, formigamento e o calor crescente. Quase me aproximei, até que ele balançou a cabeça e me deu um beijo na testa novamente, disse boa noite e deitou de costas pra mim, na ponta da cama. Dei um sorrisinho e deitei também, mas fiquei pensando enquanto observava ele deitado.
Sasori é lindo. Cabelos ruivos levemente arrepiados, o olhar castanho indecifrável, seu nariz suave e seus lábios naturalmente vermelhos. Seu corpo não era nem magro nem gordo, era perfeito. Ele todo era perfeito, até seu jeito seco as vezes, que decaía completamente quando demonstrava carinho. Eu observava seu corpo subir e descer levemente, provável que esteja dormindo. Não resisti a tentação e passei a mão por suas costas, subindo até seu cabelo e fazendo um leve afago ali.
Quase caí da cama quando ele virou pra mim, ainda de olhos fechados.
S- Por que parou? Tava bom...
Me ajeitei na cama e, sorrindo, comecei a fazer carinho em seus cabelos enquanto observava sua reação. Usei a mão livre para dedilhar seu rosto, passando o dedo pela sua bochecha e num gesto quase inconsciente, pela boca. Ele abriu os olhos devagar e me puxou delicadamente pra mais perto, me abraçando ali. Eu realmente não sabia o que fazer, então o abracei de volta e dormimos assim, nos braços um do outro.
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O Cara do Prédio ao Lado - Imagine Sasori
Fiksi PenggemarRegava minhas flores na janela tranquilamente, até que percebo o olhar de um ruivo sobre mim. A história se passa no mundo real, em época de quarentena. 18/10/21 - #4 - Konoha 06/10/21 - #1 - Arte 07/04/21 - #2 - Pintura 13/04/21 - #4 - Quarentena