Medidas Cabíveis

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// Sasori on //

Me doía ver ela daquele jeito, vomitando o almoço na privada por conta de uma notícia tão cruel quanto aquela. Eu segurava seus cabelos e acariciava as costas, ela tremia e chorava, em uma plena crise nervosa, raciocinando a merda que tinha acontecido. Eu juro, se encontro o tal Madara ou esse ruivo filho da puta, transformo em marionete.

Ela limpou a boca com a mão e se sentou no chão do banheiro, eu fechei a tampa do vaso e puxei a descarga, sentei ao seu lado e apoiei sua cabeça em meu ombro.

- Você não tá sozinha nessa, boneca, pode contar comigo pro que der e vier.

O olhar desamparado que me lançou cortou meu coração ao meio.

S/n- Eu... me desculpa, Sori... te meti no meio da merda que eu deveria estar resolvendo e...

- Não pense nisso novamente. Já conversamos sobre, eu falei que quero você bem e em segurança e não voltarei atrás.

S/n- Sasori, me responde uma coisa?
- Sim?
S/n- Por quê? Por quê se importa tanto comigo?

Eu travei nessa hora. Será que me acharia um louco por ter me apaixonado tão rápido?

- Porque... você é uma obra de arte. E todos sabem que a arte deve ser eterna, portanto, tenho que te proteger pra isso acontecer.

Ela sorriu e meu coração falhou uma batida. Deuses, se vocês existirem, muito obrigada.

S/n- Como tem tanta certeza de que a arte é eterna? Eu tenho certeza de que é uma explosão.
- Não comece com seus papos geek, obrigada, já basta meu nome.

Rimos disso, ela escovou os dentes e bem mais relaxada, foi até a sala onde estava seu celular. Viu as milhares de mensagens perguntando se aquele era seu ap, respondeu com "não" pra despistar um pouco.

Decidimos ir na delegacia fazer os procedimentos corretos ao invés de fugir pra sempre, mas quando chegamos lá e nos apresentamos...

???- Boa tarde, eu me chamo Itachi Uchiha e cuidarei do seu caso. Por favor, me informe aos mínimos detalhes o ocorrido.

Automaticamente relacionei o sobrenome ao de Marcus/Madara, assim como S/n, e omitimos o fato dela estar morando comigo. Disse apenas que havia passado alguns dias na casa de uma prima distante, Hinata, numa cidade vizinha. Voltou imediatamente assim que soube da invasão e estava super preocupada pelo fato do assédio ocorrido dias antes, achando que poderia estar relacionado.

Ita- Vocês deveriam ter denunciado Madara Uchiha pelo que ele fez. Poderiam ter usado as câmeras como prova... inclusive, de quem era a festa clandestina?

Merda.

S/n- Akatsuki, a polícia apareceu na festa minutos depois que eu saí, não sei o que ocorreu.

Ita- Hmm, interessante. - ele anotou alguma coisa - Mas não justifica o por quê não denunciaram.

- E adiantaria alguma coisa? Um empresário rico tenta drogar uma jovem fotógrafa numa festa, provavelmente ele iria entregar uma bela quantia em dinheiro, o caso seria abafado e S/n perderia o emprego. Além do mais, está tentando fugir do foco principal, senhor Uchiha.

Itachi me olhou sério, como se analisasse minha alma, e deu uma risadinha.

Ita- Gostei de você, senhor...
- Sasori.
Ita- Você é direto e pensa com clareza. Porém, deveria confiar mais no trabalho policial. Enfim, voltando ao assunto, preciso que responda algumas coisas em particular, srta. S/n.

Eles foram pra uma sala separada, eu tinha uma estranha sensação no peito. Aquela risadinha, o sobrenome, o jeito que ele quer que confiemos nele mesmo sabendo que não teria dado em nada... acho que estou ficando paranóico. Sentei na sala de espera da delegacia e fiquei meia hora lá, até o sr. Confiança voltar com ela do lado. Respirei aliviado ao ver a feição tranquila da mesma, entregando o celular pro outro policial parecido com Itachi. Será que todo mundo aqui é Uchiha?

??- Sou Shisui Uchiha, senhor Sasori. Fique tranquilo, sua namorada estará completamente segura em alguns dias!

Ele deu um sorriso sincero, e eu relaxei das desconfianças. São apenas policiais fazendo seu trabalho, não é como se houvesse uma ligação maluca entre tudo e todos. Eu acho.

S/n- Somos apenas amigos, sr. Shisui, e muito obrigada pela ajuda.
Sh- Oh, então me desculpe o erro. Então até mais, senhorita.

Ele sorriu pra ela sugestivamente, e ela retribuiu. Um aperto no meu peito se formou, mas não era uma boa sensação. De novo aquela voz maligna.

"Olhe bem, policial bem sucedido, sarado e bonito, quem não trocaria você por ele?"

Balancei a cabeça e saí da delegacia, a (c/c) me seguiu e entrou ligando o carro, entrei do outro lado em silêncio.

S/n- Shisui e Itachi, você não acha engraçado que metade da cidade tenha o nome ou apelido de algum personagem de anime?
- Hm.
S/n- Itachi disse que eu deveria me mudar temporariamente pra um lugar distante, falei que já tinha tudo resolvido. Você também achou ele estranho?
- Uhum.
S/n- Falaram que iriam tomar as "providências cabíveis" na investigação, mas que poderia demorar um pouco e eu tinha que tomar cuidado. Por isso entreguei o celular pra ele, não sem antes avisar minha mãe e meu chefe.
- Inteligente.

Ela me encarou desconfiada, mas voltou a olhar a estrada e ficou em silêncio até chegar em casa. Eu me sentia meio mal por tratá-la assim, mas não queria ouvir os nomes "Shisui e Itachi" outra vez então não iniciei uma conversa.

Entramos no ap em silêncio e fui pra sala de Artes, enquanto ela foi pro quarto. Ok, eu tô realmente mal. Vou fazer uma surpresa pra me desculpar pela grosseria, espero que goste...

/// 7 horas depois, S/n on ///

Agora deitada em "minha" cama, lendo "Crônicas dos Kane" e me imaginando como uma semideusa egípcia, ouço uma batida na porta do quarto. Marco a página e fecho o livro, vejo no relógio que já são 22:15, o que Sasori quer nesse horário? Não está bravo comigo? Abri a porta me deparando com o ruivo escondendo rapidamente uma folha nas costas.

- Passou o dia todo me ignorando e trancado na Sala de Artes, isso machuca, sabia?
S- Eu sei. Fui um idiota, você estava sensível e eu não me importei com nada além de meu ciúme besta. Mas vim aqui pedir perdão pelos meus atos e lhe dar um presente.

Se ele pensa que vai me subornar com presentes, está completamente... certo. Me entregou um desenho extremamente detalhista, me retratando como uma guerreira. (como aquela foto inicial, com o rosto de vocês)
O desenho era em grafite, mas o jogo de luzes fazia parecer que eu pularia pra fora da folha em qualquer instante.

S- Claro que é impossível retratar exatamente o brilho do seu olhar, a curva perfeita dos seus lábios e a maciez da sua pele em uma folha sem você por perto mas eu tentei. Espero que possa me desculpar e... seu silêncio está me deixando nervoso...

Eu sorri pra ele, pulei em seus braços e dei um beijo em sua bochecha, depois mais outro e outro, descendo lentamente até a parte mais esperada, a boca. Quando deixei um selar no canto dos lábios do ruivo, olhei fundo em seus olhos como que pedindo permissão, o castanho dele contra o meu (c/o) faiscava de desejo e paixão. Sem mais demoras, selei seus lábios nos meus e fechei os olhos, aproveitando o sabor de um beijo tão esperado, que agora era meu preferido.

Ele apertou minha cintura e aprofundou o beijo. Nossas línguas dançavam uma valsa perfeita, nossas bocas encaixavam como nenhuma outra já havia encaixado, assim como nossos corpos já totalmente colados. Talvez eu estivesse me apressando, mas eu queria mais. Queria descobrir mais sensações como aquela, queria ver o quão rápido bateria meu coração quando ele estivesse me fazendo sua.

Demos um tempo pra respirar, e quando nossos olhos faiscaram novamente eu soube que pensamos na mesma coisa. Grudamos os lábios novamente e o  ruivo me pegou no colo e levou até o quarto dele, me colocando com cuidado na cama e deitando por cima, sem desgrudar de minha boca.

O Cara do Prédio ao Lado - Imagine SasoriOnde histórias criam vida. Descubra agora