Violet perdeu a mãe no parto, então para ela seu aniversário tinha um significado um tanto quanto doloroso. A jovem garota não entendia como o destino podia ser tão cruel às vezes. O peso da culpa quando a data se aproximava lhe batia a porta do cor...
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Fiquei perplexa ao ver meus planetas rolarem no chão. Um menino que passava por perto pisou em netuno que se desfez.
Minha vontade era de chorar. Meus olhos se encheram de lágrimas.
Olhei para o garoto ao meu lado irada, queria o espancar.
— Olha o que você fez! — gritei.
Quem passava por nós, nos olhou assustados. Algumas pessoas desviavam dos restos da minha maquete, não dando muita bola para o que tinha acontecido.
— Eu... eu... — ele começa a gaguejar com o rosto em pânico.
— Você não olha por onde anda, não? Seu idiota! — falei para ele em fúria, meu coração batia rápido no peito. Então, tentei controlar a respiração.
— Deixa eu te ajudar — ele se abaixa para pegar as bolas de isopor.
Mas eu o detenho.
— Você não acha que já fez demais? — falo ainda com raiva, me aproximo dele e puxo com força a bola de isopor que estava segurando na mão. Eu nunca tinha o visto por aqui, muito provavelmente era novo, mas eu pouco estava me importando com isso, ele destruiu meu trabalho.
— O que está acontecendo aqui? — Gerald o faxineiro do colégio aparece olhando para mim e para o garoto desastrado.
— Esse garoto — digo pra Gerald lançando um olhar furioso para o menino ao meu lado — esbarrou em mim e fez minha maquete cair no chão — termino minha fala com voz de choro.
— Calma Violet não é o fim do mundo, vamos ajuntar e ver o que podemos fazer...
— Ele destruiu meu trabalho, está arruinado — lágrimas voltam a surgir em meus olhos.
— Ei — o menino chama nossa atenção — foi sem querer, não fiz de propósito.
— Tudo bem, rapaz, você não teve culpa, foi um acidente. Acidentes acontecem, não é Violet?
Suspiro pesado. E o observo os restos da minha maquete ao chão.
— Desculpa — o menino ao meu lado fala baixo.
Olho para o garoto que parecia bem desconfortável com a situação.
— Tá, tanto faz — dou de ombros, meu trabalho já estava arruinado mesmo, me agacho para pegar os pedaços da maquete. É então que o sinal soa alto.
