Na última aula que era de Linguagem o professor mandou fazermos uma redação sobre a dualidade das coisas, ele ultimamente estava passando bastante redações para realizarmos, ele queria que treinássemos para possíveis vestibulares futuros. Essa redação da vez era para ser entregue antes de ir embora, escrevi entre o número de linhas propostas e esperei Jennifer terminar para entregar, quando todos enfim terminamos o professor nos liberou cinco minutos antes de sinal bater. Eu e Jennifer dessa vez saímos juntas, tranquilas pelo corredor, quando chegamos no portão nos despedimos eu ia para um lado e ela na outra direção.
Fiquei parada encostada no muro vendo alguns alunos passarem, rapidamente olhei para as pessoas que se aproximavam da saída do colégio, Aidan estava vindo com uns meninos da nossa sala, ele estava concentrado falando com eles, vejo—o se despedir e vir em direção a saída, volto ligeiro para posição em que estava.
Tentaria me vingar.
— BU! — falo quando ele aparece em meu campo de visão. Aidan tem um sobressalto e me olha com os olhos arregalados, sua mão vai ao peito.
— Mano, você me assustou — ele fala respirando rápido tentando recuperar o fôlego.
— Essa foi a intenção, queria te dar o troco por aquele dia em que me assustou — rio perversa.
— Nossa, que vingativa! Pelo menos dessa vez você me esperou.
Rio para ele, satisfeita em tê—lo assustado, foi muito bom ver sua expressão, o feitiço virou contra o feiticeiro.
Começamos caminhar juntos, um ao lado do outro, Aidan segurava como sempre as alças de sua mochila, que se misturava a ele por também ser preta.
— Então, você acha que eu fico bonito de preto?! — Aidan olha para mim com um sorriso de canto.
— E você acha que fico bonita de gloss?! — indago ele desafiadora, após lembrar o que ele tinha escrito por primeiro no bilhete. Seu sorriso de canto ainda está ali em seus lábios. Eu acabo corando, e não vejo alternativa se não desviar o olhar e fingir prestar atenção na onde pisava.
Atravessamos a rua, e seguimos o caminho que levava até sua casa.
— Uma coisa, Violet — Aidan chama a minha atenção.
— O quê? — indago.
— Não liga muito para o que minha avó fala, tá?! E se quiser falar com ela tem que falar alto, ela tem problema de audição, entende muitas coisas erradas.
Assinto veemente.
Sua casa realmente não era muito longe da minha, ela era de um tom de azul bem fraco, com um cercado branco, tinha um caminho de pedras que levava até a varanda pelo qual seguimos após Aidan abrir o portão. Sobre o muro da varanda avistei vários vasos com diversos tipos de flores, fiquei encantada. Em um canto da casa pude notar um bebedouro de passarinhos, onde um beija—flor sobrevoava próximo alegremente.
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Violet
Teen FictionViolet perdeu a mãe no parto, então para ela seu aniversário tinha um significado um tanto quanto doloroso. A jovem garota não entendia como o destino podia ser tão cruel às vezes. O peso da culpa quando a data se aproximava lhe batia a porta do cor...