Contei para Jennifer da minha conversa nada agradável na hora do intervalo com Staci. "Ela está com ciúmes, isso sim." Jennifer me afirmou. "Ela precisa de remédios também, precisamos dar uns de presentes para ela." A menina de cabelos enrolados também fala, e eu tive que me conter para não rir durante a aula. Ela tinha razão, Staci era perturbada, adorava me atormentar, mas o que eu não podia era deixar ela se prevalecer para cima de mim.
Quando a aula acabou eu e Jennifer saímos juntas, ela estava falando comigo o quanto estava animada para ir na minha casa final de semana, eu me senti feliz em vê-la assim, e também mal podia esperar para o dia chegar. Nos despedimos dessa vez com um abraço, vindo da parte dela, que me surpreendeu de uma maneira muito boa. Tomei meu rumo sorridente, o sol de meio-dia estava ainda mais quente que o normal, sentia o suor nas minhas axilas, odiava isso. Passei minha mão no busço que também estava acumulando gotículas de suor, limpei na calça e continuei a andar, um pouco mais rápido para chegar logo em casa e tomar um banho refrescante.
Paro no cruzamento esperando um carro passar para então eu atravessar a rua. E nisso Aidan me alcança, ele estava ofegante.
— Estava correndo? — indago.
— Eu vim rápido, para poder te alcançar — O sinal abre, e então atravessamos.
Ele suava, olhei rapidamente para o céu, uma nuvem quase encobrindo o sol.
— Seu aniversário está chegando, não é mesmo? — ele fala para mim, olho em seu rosto.
— Como sabe disso? — o indago. Nesse momento a nuvem tinha encobrindo o sol, um breve alívio para nós.
— No mural do colégio, tem a data dos aniversariantes do mês, foi lá que eu vi — ele sorri. — Vai ter festa?!
— Não — respondo curtamente, percebo um pouco tarde que pareci grossa. Aidan fica sem jeito. — Eu só não comemoro aniversário, tá bom?! — tento explicar a ele.
— Por que não? — Aidan indaga.
— Porque não! — exclamo.
— Porquê não, não é resposta — ele diz e me lembro brevemente de uma conversa que tivemos. Nesse instante também chegamos em frente a minha casa. Eu já trato de abrir o portão e me despedir. — Tchau — o digo sem olhar, nem espero ele responder direito e vou rumo a entrada.
Abro a porta com minha chave e me assusto quando vejo tia Susi posta em frente a janela.
— AH! — dou um grito quando a vejo.
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Violet
Teen FictionViolet perdeu a mãe no parto, então para ela seu aniversário tinha um significado um tanto quanto doloroso. A jovem garota não entendia como o destino podia ser tão cruel às vezes. O peso da culpa quando a data se aproximava lhe batia a porta do cor...