Meu aniversário estava se aproximando, para mim ele seria como qualquer outro dia normal. Eu faria dezessete anos, não tinha o que comemorar, nunca tive razões para isso, visto que minha mãe faleceu no mesmo dia. E hoje era a véspera da data que representava o início da minha vida e o fim da vida da minha mãe. Pensar nisso, me deixava triste, por mais que tentasse evitar pensamentos melancólicos, eles sempre apareciam. Meu pai iria visitar o túmulo da minha mãe amanhã, ele iria sozinho após o trabalho e eu no sábado na companhia de tia Susi, nós dois gostávamos de levar violetas para ela.
Simbolizava nosso amor e carinho.Terminei de preparar o café da manhã e me sentei a mesa, esperei papai. Ele estava com olheiras parecia não ter dormido nada durante a noite.
— Bom dia — ele disse baixo para mim se sentando a mesa. Seu rosto estava abatido.
— Bom dia — respondi meio receosa. Eu não gostava de vê-lo assim, me sentia de certa forma culpada por sua tristeza.
Mas me mantenho firme, eu tinha que ser forte, como sempre fui. Apesar da dor, tinha que seguir sempre em frente, queria que meu pai também pensasse assim, mas parece que ele se estagnou no tempo.
— Fiz panquecas para o senhor! — sorrio para ele. Papai me olha nos olhos e um sorriso melancólico aparece em seus lábios, mas ainda sim um sorriso.
— Obrigado, Violet — ele me agradece e se serve.
Me sirvo também, logo teria que ir para o colégio. Estar lá ocupava minha mente, e eu precisava disso.
Papai e eu comemos em silêncio, como sempre terminei primeiro que ele e já sai.
Eu seguia calmamente o caminho que sempre faço, mas a manhã parecia estranhamente sem cor. Ainda estava um pouco frio, mas por sorte hoje não estava chovendo.
Eu cheguei no colégio e já segui para sala. Jennifer como sempre já estava lá.
— Oi! — ela me diz sorrindo toda feliz quando me vê.
— Oi — falo baixo sorrindo para ela.
— O que foi, você está bem? — ela me olha preocupada. — Parece triste...
— Não, tá tudo bem — sorrio tentando passar confiança nas minhas palavras.
— Se quiser conversar estou aqui! — ela fala. E eu assinto.
O professor de Geografia entra mais cedo na sala, nos cumprimenta e senta em sua grande mesa mexendo em alguns papéis.
— Violet! — Jennifer me chama enquanto eu arrumava meu material na mesa.
— Oi? — pergunto a olhando.
— Então, você viu? — seu olhar demonstrava excitação.
— O quê? — indago sem entender.
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Violet
Teen FictionViolet perdeu a mãe no parto, então para ela seu aniversário tinha um significado um tanto quanto doloroso. A jovem garota não entendia como o destino podia ser tão cruel às vezes. O peso da culpa quando a data se aproximava lhe batia a porta do cor...