Kagome
Se eu pudesse mensurar a minha dor entre um e dez, eu não poderia fazê-lo, pois ela estava em um milhão! Coloquei a mão no telefone e com os dados trêmulos eu tentei ligar para minha irmã! Mas a dor era tão grande que era difícil o simples ato de clicar nos botões do aparelho. A dor era tão intensa, que parecia que vários ossos estavam se partindo dentro de mim. Irradiava de minha lombar e queimava até a frente do meu corpo, um pouco abaixo do umbigo.
- Atende! - gritei e o telefone quase caiu da minha mão. - Por favor! Atende! Coloquei a mão no meu abdômen e me contorci. Céus! Pensei que estivesse morrendo!
Por sorte minha irmã atendeu a ligação.
- Kah-chan? - Rin! Me busca por favor! Eu não tô aguentando! - Eu já estava em prantos. Completamente desesperada!
- O que aconteceu? - Sua voz demonstrou seu pavor pelo meu pedido de Socorro.
- Eu não sei! Estou sentindo muita dor! - outra pontada me atingiu em cheio. Gritei e tentei afastar o telefone para não assustar ainda mais a minha irmã adotiva, Rin. Mas assim mesmo ela poderia captar os decibéis de dor que tive.
- Em 5 minutos eu estou aí!
Eu larguei o telefone e apenas escutei o som da chamada sendo encerrada do outro lado da linha. Joguei minhas costas para trás naquele sofá e apertei uma almofada perto do meu rosto. Mordi o tecido e senti o gosto de sangue nos meus lábios. A dor era excruciante!
Meu rosto estava embebido pelo suor frio que escorria desde meu couro cabeludo até escorrer pelo meu pescoço.
Parecia que algo queria sair de dentro de mim, como naquele filme de 79: Alien, o 8° passageiro.
Lembro de assistir a reprise na sala de estar com meu meu pai, minha mãe e meu irmão caçula, o Souta. O filme era mais velho do que eu. Isso foi bem antes dos meus pais adotarem a Rin. Mas era inesquecível para toda aquela cena. Assisti quando pequena e a cena do ser extraterrestre saindo pelo tórax dos personagens me afligia.
A sensação que eu tinha agora, era aparentemente a mesma...
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Horas mais tarde...
Acordei totalmente enjoada. Não me lembro de quase nada do que aconteceu antes de simplesmente apagar. Apertei os olhos com força e tentei respirar bem fundo, no entanto algo atrapalhou-me e uma vontade de espirrar me incomodou. Levei a mão até o nariz e senti um fino tubo dentro nas minhas narinas. Arfei em busca de ar. Que sensação horrível! Aqueles tubos me incomodaram de verdade, mas ao menos podia respirar com a boca até me acostumar com a sensação.
Enquanto inflava meus pulmões, ouvi um arrastar de metal no piso, me forçando a apertar os olhos. Claro que isso não me ajudou a mão me irritar com o som de arrasto. Pior do que isso seria o som de um garfo arranhando o prato ou unhas em um quadro negro.
- Mana? - Reconheci a voz da minha irmã.
- R-Rin? - Minha voz falhou. Me sentia exausta.
- Por Kami! Finalmente você acordou! - alisou o meu rosto e eu a fitei com mais clareza. Seus olhos estavam marejados.
- Onde eu tô? - tentei sorrir, mas meu corpo estava tão esgotado, que até meus lábios não sabiam mover-se para um sorriso. Sentia-me anestesiada.
- No Hospital. - Rin apertou os lábios e suspirou. - Hospital e Maternidade de Tóquio.
- "Maternidade? Não sabia que esse hospital tinha maternidade." - O que eu tive Rin? - tentei rir, mas uma dor no abdômen me impediu - Aí... - sua face contorceu-se. - Foi apendicite? - aquela dor só poderia ser de algo assim. Eu estava tão saudável até ontem de manhã antes das cólicas iniciarem. Nada mais poderia ser.
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Tsuki no Shita
FanfictionUniverso alternativo (+18) Temas: Adultério, Álcool, Heterossexualidade, Insinuação de sexo, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo. Sinopse: Um iate de veraneio era a melhor opção para arranjar um bom dinheiro e ainda se divertir durante o serviço. Foi l...