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Monstro, monstro debaixo da minha cama
Saia e brinque porque eu preciso de um amigo
Você está tão perto que sinto sua respiração
Você é o único que me resta
...
Mostre-me onde ir
Eu acho que estou sempre perdido agora que todo mundo se foi
Você é quem me dá esperança
Foi-me dito para ter medo, mas ao seu redor me sinto seguro
...
Você me ajuda a sentir algo.

Uma grande explosão atingiu todos, que foram jogados para trás com violência

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Uma grande explosão atingiu todos, que foram jogados para trás com violência.

Shiori levantou, ainda zonza e sem ouvir nada. Seu rosto estava ensopado de sangue e escorria por cima de um olho, então usou o olho livre para observar em volta e a única coisa que focou foi em Ciel, se desfazendo lentamente até ser sugado completamente para dentro de um portal que havia se aberto.

Ci... — ela tentou gritar, mas a voz não veio. Ainda meio desorientada, saiu cambaleando e segurando sua barriga, que sangrava.

O portal parecia sugar qualquer coisa que se aproximasse, e ela acabou sendo levada como Ciel.

Um calor confortável tomou conta dela e o cheiro de uma comida conhecida subiu no ar. Quando abriu os olhos nada além de uma claridade a atingiu. Uma forma distinta se aproximava e se tornava maior, deveria ser algo benevolente, mas Shiori sentia maldade, mesmo que suprimida.

Seus ferimentos haviam sumido e quando olhou em volta, viu o corpo de Ciel caído. Ela correu até ele, mas parecia nunca chegar.

— Você não pode tocá-lo. — uma voz calma e feminina disse. — Ele irá te corromper.

— Quem é você? Onde você está?

A luz tomou forma. Uma mulher brilhante e gigante apareceu diante dela. Metade de seu corpo era energia que desaparecia e voltava.

— Eu sou a Mãe.

A Mãe. A criadora daquele mundo. De toda a magia. Bem diante dela.

— Por que você disse aquilo dele?

— Ciel é meu neto, de certa forma. Ele não deveria existir, um erro. Após muitos milênios, estou podendo consertar.

— Você não sabe o que está falando!

— Eu criei este mundo! Eu sei muito bem do que estou falando! — sua voz de alterou.

— Deixe ele voltar comigo.

— Ele se ofereceu para salvar vocês. Foi uma troca.

— Eu dou o que você quiser! Mas me devolva ele! — Shiori chorava.

— Não. 

Ciel começou a flutuar e desapareceu, virando apenas fagulhas de pó negro.

— Você vai pagar por isso. — Shiori disse.

A Mãe apenas soltou um risinho que ninguém além dela ouviu. Como um sonho, Shiori voltou para a floresta onde estavam todos. Luzes de helicópteros, lanternas e muitos barulhos eram ouvidos. 

Seus ferimentos haviam voltado e seu corpo não obedecia mais. Com muito esforço, olhou para a Pedra Anciã, ou o que restou dela.

Não havia mais aquele brilho divino, as trevas tomaram conta de tudo e isso foi a última coisa que ela viu.

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Seus olhos tentavam abrir, mas a luz clara e cegante do quarto de hospital tornava tudo difícil para quem estava em coma há quase dois meses. Os tubos enfiados garganta abaixo começaram a incomodar quando ela percebeu suas presenças. Os braços foram ganhando movimento e quando ia arrancá-los com violência, Katsuo segurou sua mão e imediatamente tocou no botão de emergência, chamando as enfermeiras.

— Que bom que está de volta pra mim. — ele disse com lágrimas escorrendo lentamente.

As enfermeiras removeram com calma e paciência os tubos que faziam com que Shiori comesse e respirasse. A menina, impaciente, logo se sentou na cama, os olhos mortos e as olheiras tornavam seu olhar sombrio.

— Quanto tempo estou dormindo? — perguntou.

— Ia fazer dois meses amanhã. — Katsuo explicou.

Dois meses. Essas palavras doeram e despertaram um gatilho raivoso em Shiori, sua magia explodiu todas as janelas do quarto, mas não feriram Katsuo.

Terumi e Ayato, que haviam sido avisados de que Shiori havia despertado, abriram a porta com rapidez.

— O que houve? — gritou Terumi.

— As janelas explodiram. — Katsuo disse enquanto tirava os cacos de vidro da cama de Shiori.

Terumi sentia os resquícios de uma explosão sentimental. Ela fechou os olhos lentamente.

— Shiori...

— Nem diga nada, Terumi. — a menina respondeu sem emoção alguma. — Eu vou matar ela.

— Ela quem?

— A Mãe.

𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒊𝒕𝒄𝒉 · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora