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Toda a família estava abismada com aquele livro falante.

— Em todos os meus quatrocentos anos, nunca vi algo assim. — disse Kyoga.

— Eu sou único! — gabou-se Cronos.

Shiori voltou e se juntou ao bate-papo.

— Perdi alguma coisa? — perguntou.

— Só seu livro sendo metido. — disse Tadashi, ele havia ido visitar as amigas.

— Está certo. Eu preciso continuar treinando e preciso falar com vocês. — ela apontou para todos os aliados.

Hiromi pegou o livro e todos subiram as escadas, em direção ao seu quarto. Brendon foi o último e fechou a porta.

— Ciel me ligou. O plano vai iniciar sexta-feira. Ainda tem tempo desistir.

— Não pretendo desistir. — comentou Hiromi. — Vamos esfregar na cara deles que um bando de adolescentes derrubou um governo.

Nessa hora, a porta abriu. Era Katsuo e Tadashi. Suas expressões eram de surpresa e dúvida.

Derrubar o governo? Do quê vocês estão falando? — perguntou Katsuo.

— Derrubar o Conselho, oras. — disse Hiromi.

Tadashi se esgasgou com a própria saliva. Shiori deu um tapa na própria testa.

— Shiori, que história é essa? — perguntou Tadashi.

— Eu ouvi o nome do Ciel no meio. É tudo plano dele, não é? Não acredito que ele vai te meter nisso. — Katsuo estava nervoso, ele não aceitava que Shiori se metesse em problemas desnecessários.

— Vocês estão ficando doidos? É suicídio. — completou Tadashi.

— Não temos nada a perder. Bom, falo por mim. — disse Shiori. — E se derrubarmos esse governo cruel, libertaremos muitas raças. — ela parou ali, queria contar o que Ciel havia lhe dito, mas achou melhor não.

— Eles proibiram que meus pais viessem morar aqui porque são dynols e brasileiros. — comentou Maria.

— Sinto muito. — disse o serênio. — Sinto muito não poder ajudar. Meus poderes não serão muito úteis. — ele riu tentando aliviar a sensação de ser inútil naquele momento.

— Você não vai. — disse Katsuo.

— Lá vem o instinto de proteção dos lobisomens. — falou Cronus com ironia, ele revirou seu olho.

Katsuo apenas olhou para ele e rosnou baixinho.

— Você não manda em mim. — ela disse. — É necessário fazer isso. Sabe quantas pessoas sofrem todos os dias sem termos conhecimento?

— E como você sabe disso?

Ela ficou em silêncio e procurou as palavras certas.

— Não te interessa. — soltou e cruzou os braços.

— Eu vou junto.

— Não vai não! Você está machucado e não pode usar seus poderes, não quero um peso morto! — gritou.

Todos abaixaram os olhares naquele momento. Katsuo soltou um barulho de tristeza e saiu do quarto, batendo a porta.

Percebendo o que havia acabado de falar, ela pegou Cronos de Hiromi e saiu andando rapidamente atrás do amigo.

Ele estava andando na rua, não muito longe da casa.

— Katsuo! — ela gritou. — Katsuo!

O menino não parava e acelerou o passo. Não estava com raiva, apenas triste. Ela correu e o alcançou, ficando na sua frente e segurando seus ombros, impedindo que andasse, mas ele começou a forçar e ela a ser empurrada.

𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒊𝒕𝒄𝒉 · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora