𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒊𝒕𝒄𝒉 · Concluída

━━━ Prólogo

Era uma noite fria. A chuva havia acabado a poucas horas, mas a grama ainda estava molhada. Um grupo se aproximava da Pedra Anciã. Seus passos úmidos eram ouvidos pelos lobos que espreitavam na sombra.

A Pedra brilhava em um tom de azul ciano, indicando que os bruxos estavam por ali. Contudo, ela estava chegando à um tom violeta, o que dizia que outra raça estava por perto.

Os grupos vinham de todas as direções e quando finalmente se uniram, os líderes retiraram o capuz. Cinco grupos com mais de dez mil bruxos e os cinco mais forte os lideravam.

Avalon, a bruxa branca. Xi Niu, a bruxa vermelha. Morgan, o bruxo negro. Owen, o bruxo violeta. E a mais poderosa de todas, Aoi, a bruxa azul.

Em toda a história, apenas uma bruxa havia nascido com magia azul, e esta, era ela.

— Cyfarchion, brodyr a anwyd o'r groth oleuedig. — eles disseram juntos.

(Saudações, irmãos nascidos do ventre iluminado)

O propósito dos bruxos ali eram conhecido por todos os seres mágicos: selar a magia dos lobisomens. Mas é claro, que eles não deixariam tão facilmente.

Antes do início do ritual, o alfa da alcateia, surgiu das trevas em sua forma híbrida.

— Os bruxinhos realmente vieram. — sua voz era grave e demonstrava todo o seu ódio.

Ele uivou, fazendo com que toda a sua alcateia surgisse, das mais variadas direções.

— Não queremos guerra, lobo. Queremos paz e é por isto que estamos aqui. — disse Avalon.

— Faça-me rir, bruxinha. — ele rosnou. — Sempre fomos rebaixados e menosprezados pelas comunidades mágicas e isso que estão tentando fazer, acabará com o pouco respeito que nos resta.

— Se quisessem respeito, não matariam seus semelhantes. — vociferou Morgan.

— Semelhantes? — ele riu, sua voz grave deixava aquela risada tenebrosa. — O sangue que corre em vocês, não corre em nós. Somos diferentes. Somos vermelhos.

A Pedra tremeu. O tom de violeta ficou mais escuro, mas logo foi controlado por Xi Niu, que com um gesto de mão, controlou a magia do lugar.

— Não descontrole sua magia, ou quebrará o equilíbrio da pedra.

— Não me dê ordens! — ele gritou. — Só porque sua magia é vermelha, não somos iguais.

— Já chega. — disse Owen. — Vocês são acusados da morte de inúmeros dynols, serênios e vampiros. Nosso mundo foi exposto aos mortais por caprichos seu. E ainda se acha um líder?

O lobisomem uivou, atiçando sua alcateia.

— Se acha na posição de confrontar minha autoridade? — ele se aproximava.

— Chega. — sussurrou Aoi.

Ninguém lhe deu ouvidos.

— Eu disse... CHEGA!

A gritaria cessou. Os lobisomens deram um passo para trás e a Pedra, por um momento, ficou azul ciano.

— Não grite comigo, bruxa. — ele tentou intimidá-la.

Bastou apenas um olhar de seus olhos brancos e ele abaixou a cabeça, perdendo toda a pose de confiança de antes.

— Se tivessem seguido os acordos, isso não estaria acontecendo. — disse ela, sem emoção. — Vamos logo ao que viemos fazer.

Um coro iniciou-se com todos os bruxos subordinados. Eles repetiam a mesma frase repetidas vezes.

— Duw'r wlad sy'n rheoli'r colledig, cefnogwch eich plant ar ôl iddyn nhw golli'r hyn sydd ganddyn nhw ar ôl.

(Deus da terra que rege os perdidos, ampare seus filhos após perderem o que lhes resta.)

Os Cinco reuniram-se lado a lado, ficando de frente para a Pedra Anciã. Sabendo que não havia chance contra os bruxos, o alfa apenas andava para trás enquanto sussurava maldições e pragas.

— Fe wnaeth mam mawredd cyfriniol tragwyddol, ei phlant, bleiddiaid, gyflawni'r pechodau mwyaf difrifol.  Bydd eich pwerau'n cael eu selio ar y noson lawog hon.  Maddeuwch inni am hyn. — os cinco disseram juntos.

(Mãe da eterna grandeza mística, seus filhos, lobos, cometeram o mais grave dos pecados. Seus poderes serão selados nesta noite chuvosa. Nos perdoe por isso.)

Suas mãos brilhavam com a cor de cada um de seus poderes. E a Pedra tremia e levitava cada vez mais alto. Seu tom violeta sumia, indicando que a magia vermelha dos lobisomens estava sendo drenada.

— Vocês irão pagar por isso, bruxos! — gritou o alfa.

— Boed yn bwerau i ddod yn Fam eto.

(Que seus poderes tornem-se da Mãe outra vez.)

Eles bateram suas mãos na grama molhada, irradiando seus poderes para a Pedra Anciã.

O alfa uivou uma última vez e antes de ir, disse as palavras que nenhum bruxo esqueceria:

— Isso não ficará assim.