Três e sete da madrugada. Ciel havia passado a noite ali, contando tudo que sabia ao detetive Ayato, que acreditou em todas as palavras. Eles estavam sentados no meio do escritório vazio e tomavam café em silêncio.
— Três e sete... Horário que os demônios costumam sair das profundezas do inferno. — comentou Ciel.
— Os demônios foram banidos, não foram? Não podem mais andar por aqui.
— Se eu contasse, você nem acreditaria... — Ciel tomou um gole do café. — Mas enfim, vai ajudar no ataque?
— Pode contar comigo. Serei despedido, mas não ligo.
— Você não tem família?
— Minha esposa foi assassinada por um lobisomem há alguns anos.
— Sinto muito.
— Obrigado. — Ayato enfiou a mão no bolso e retirou o colar de pedra vermelha. — Foi achado na cena do crime.
— Obrigado. — ele pegou o colar e guardou. — Te espero lá então. Preciso ir embora agora.
— E você, tem família?
— Minha irmã morreu esses dias e minha futura esposa está desaparecida.
— Sinto muito.
— Obrigado. — disse antes de andar até a porta.
·
Katsuo se revirava na cama. Ele não conseguia dormir e sua cabeça estava perturbada. Levantou e saiu para fora, onde comtemplou o céu azul escuro. Logo se transformou e saiu correndo pelas ruas.
Seu destino era o hospital, queria farejar e ver se sentia o cheiro de Shiori ou da mulher.
O local onde Shiori havia caído estava livre, mas as marcas permaneciam ali. Ele cheirou o sangue e o carro, mas não havia nada, até que achou uma pena de corvo caída discretamente no chão. Ele a cheirou e logo começou a ver o caminho que a mulher havia percorrido.
Ele correu por quilômetros até chegar ao prédio do Conselho, onde o cheiro de Shiori e de Ísis eram concentrados. Ele não conseguia ver lá dentro devido as proteções de prata que rondavam o prédio.
Alguns seguranças apareceram ao ver o movimento no beco e começaram a atirar com armas silenciadas. Katsuo conseguia ouvir o leve barulho que elas faziam e conseguiu desviar da maioria, mas uma atingiu seu ombro, fazendo-o cair no chão, mas ele logo levantou e partiu ao seu novo destino.
Ciel chegava da Delegacia e estava cansado, se jogou no sofá e ficou olhando o teto, até ouvir arranhados em sua porta.
— Sou eu. — disse Katsuo com sua voz grossa.
Ele abriu a porta e deixou o lobisomem entrar.
— Você está ferido.
— Preciso apenas usar seu banheiro e isso se resolverá.
— É ali. — Ciel apontou para uma porta ao lado da de seu quarto.
Katsuo foi até ela e desfez sua forma de lobisomem. A bala havia entrado em sua pele, mas seu corpo a expulsava lentamente. Finalmente, ela caiu na pia, fazendo um leve tilintar.
Ele abriu a porta de vidro esfumado que dava acesso à banheira e ligou o chuveiro que ficava logo acima. Tomou uma ducha rápida para limpar o sangue e quando saiu, seu ferimento já estava curado e havia uma muda de roupas novas.
As roupas de Ciel ficaram um pouco grandes, mas não era um problema.
— O que te trás aqui a essa hora? — perguntou Ciel ao reparar que ele havia saido do banheiro.
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𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒊𝒕𝒄𝒉 · Concluída
Fantasy❝ Não tememos mais sua fogueira. ❞ Houve uma época em que os bruxos eram os seres mais poderosos vivos, contudo, a inveja e o medo das outras raças os massacrou, levando-os a extinção. No ápice de uma guerra dos seres mágicos contra os lobisomens, u...