Novos rumos

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Eu acordei com a cabeça doendo. Meus olhos estavam pesados demais de tanto chorar. Ainda não acredito o quão rápido a minha vida virou de cabeça para baixo.

Eu fiquei imóvel por alguns minutos. Eu podia sentir a cama king size confortável, os lençóis de ótima qualidade, que cheiravam a lavanda. Também podia sentir o cobertor que cobria o meu corpo nu.

Não podia negar, estava muito confortável. Parecia que eu estava em um hotel cinco estrelas. Eu poderia ficar assim para sempre. Poderia. Se quem estivesse do meu lado não fosse o diabo em pessoa.

Infelizmente, eu também podia sentir o seu braço envolvendo possessivamente a minha cintura.  Além disso, as suas pernas se enrolavam nas minhas, como se quisessem me manter próxima.

Um verdadeiro monstro. É isso que ele é. Eu arrepiei só de lembrar o que ele fez comigo ontem. Foi humilhante, me senti violada, foi terrível.

Eu suspirei fundo e abri os olhos, piscando um pouco até me acostumar com a claridade. Eu peguei o braço de Guilherme e tentei tirar ele de mim. Entretanto, ele apertou ainda mais esse braço em volta da minha cintura, me deixando ainda mais presa.

Isso me deixou irritada. Então eu usei a força das minhas duas mãos para tentar sair do seu abraço. Por mais que eu usasse toda a força do meu corpo, eu não conseguia mover o braço dele nem por um minuto.

Eu tentei puxar esse maldito braço mais uma última vez e desisti cansada. Eu suspirei alto de desgosto e deitei com a cabeça no travesseiro de novo.

De repente, eu ouvi uma risada bem perto do meu pescoço. Droga, ele acordou!

__ Já desistiu, amor?__ Ele disse rindo enquanto me abraçava ainda mais.

__Aah! Você poderia, por favor, não me apertar tanto?__ Eu reclamei. Sério, ele tava dificultando a minha respiração de tão apertado o seu abraço estava.

__ Desculpa!__ Ele falou rindo. __ É que você é preciosa demais pra eu deixar escapar pelos meus dedos.__ Ele justificou, mas pelo menos afrouxou o aperto.

Eu comecei a me sentir desconfortável. Afinal, estávamos os dois pelados. Eu só queria sair logo dali.

__ Você pode me soltar? Eu quero levantar.__ Eu falei na expectativa dele me soltar logo.

__ Tá muito cedo ainda. Vamos dormir mais um pouco.__ Ele falou e não se moveu nem um pouco para me soltar.

__ Mas eu não quero dormir!__ Eu reclamei.

Esperei alguns segundos para ver se ele ia me soltar, mas eu percebi que ele realmente voltou a dormir.

__ Guilherme!__ Eu o chamei zangada. Mas ele não me respondeu. Então eu me virei levemente para ele, mas ele estava de volta ao sono profundo. Seus olhos estavam fechados e sua respiração estava regular.

Eu desisti de acorda-lo e continuei deitada. Eu não queria deixar ele bravo, pois só de pensar nisso já me assusta. Guilherme pode ser muito assustador quando quer e eu não quero testar seus limites.

Eu prefiro ficar quieta por enquanto para não causar problemas. Afinal, no final ele sempre vai vencer, então eu não vou dificultar ainda mais a minha vida.

Algum tempo depois, Guilherme levantou e foi para o banheiro tomar um banho. Eu aproveitei o momento para vestir uma roupa. Assim, eu não teria que passar pela humilhação de fazer isso na frente dele. Quanto menos eu me expor, melhor.

__ Você não vai querer tomar banho?__ Guilherme perguntou assim que saiu do banheiro e me viu vestida.

Ele estava enrolado em uma toalha branca, o cabelo preto dele estava molhado e alguns pingos de água escorriam pelo seu peito nu. Uma bela visão, eu diria.

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