Stalker

Verdades ditas

Eu fiquei o caminho todo calada. Eu tava paralizada de tanto medo. Fiquei tentando decorar o caminho mas ele tava me levando pra um lugar muito afastado. Eu acho até que estávamos saindo da cidade.
Guilherme também não falou nada durante o caminho. Nas poucas vezes que eu me virei para o lado dele, percebi que ele expressava estar calmo, como se não tivesse fazendo nada demais.
__ A minha mãe vai ficar preocupada se eu não voltar pra casa agora.__  Tomei coragem para falar. Eu tinha que raciocinar um pouco, pelo menos pra convencer ele a me deixar ir embora.
__ Não se preocupe com isso.__ Ele falou calmo e sorriu para mim.

__ É sério, Guilherme! O que você vai fazer comigo?__ Disse um pouco desesperada

__ Calma amor! __ Ele riu.__ Você é sempre desesperada assim?

__ Quando tem motivos. Só me diga onde você está me levando. Por favor!__ Implorei. Ele suspirou.

__ Estou te levando para um chácara. Eu tenho algumas coisas para acertar com você e lá é um lugar perfeito para isso.__ Eu estremeci.

__ Que coisas?__ Perguntei com medo. Ele apenas sorriu.

Alguns minutos depois, ele estacionou o carro dentro de uma propriedade. Era uma chácara bem grande, tinha até um pequeno rio dentro da propriedade.

Guilherme abriu a porta do carro e me puxou para fora dele. Eu olhei para baixo porque estava com muito medo de encará-lo. Ele abriu a porta da casa e me empurrou pra dentro. Quando eu entrei, ele me derrubou no sofá que tinha na sala. Eu fiquei quieta.

__ Olha, você não precisa ter medo de mim. Como eu já disse várias vezes, eu nunca vou te machucar. Eu te amo demais pra isso. __ Ele disse enquanto tirava a arma e colocava ela sobre a mesa.

Ele se aproximou de mim e se abaixou em frente ao sofá. Guilherme tentou mexer no meu cabelo mas eu me afastei.

__ Eu quero ir pra casa.__ Eu falei baixinho. Ele sorriu.

__ Antes eu preciso esclarecer algumas coisas. __ Ele disse e se levantou. Eu segui ele com os olhos.

__ Primeiro eu queria dizer que eu achei incrível a sua reação de me enfrentar daquele jeito. Sério! Eu sempre soube que você era diferente mas... Deus! Você é melhor do que eu pensei. Esse seu jeito tão corajoso é tão sexy que você não faz ideia. Eu estou cada vez mais apaixonado por você, Laura. Você é linda, incrível, intoxicante. Eu te amo!

Eu fiquei escutando ele se declarar completamente assustada. Tudo aquilo era muito bizarro de todos os modos possíveis. Eu estava chocada e horrorizada.

__ Era isso que você tinha pra falar?__ Perguntei chamando a atenção dele.

__ Na verdade não.__ Ele respondeu.

__ Fala logo de uma vez então. Eu preciso voltar pra casa. __ Eu disse. Na verdade, eu precisava confirmar que ele ia me deixar voltar para casa.

__ Eu vou te levar pra casa logo. Não se preocupe.__ Ele deu um sorriso confortador, como se soubesse o que eu estava pensando. Confesso que aquilo me deixou mais tranquila. Se ele ia me levar pra casa, então ia ficar tudo bem.

Eu me reconfortei no sofá um pouco mais relaxada. __ Então... O que você quer?__ Perguntei logo.

__ Eu quero que você saiba com quem está lidando, Laura. Eu te dei uma ordem muito simples. Pedi pra você não contar sobre o nosso acordo pra ninguém. Porém você se achou mais esperta que eu e resolveu contar tudo para sua amiguinha. __ Ele riu com a minha expressão de choque. __ Ou você achou que eu não iria descobrir? 

__ Eu já contei pra minha mãe sobre tudo o que aconteceu na festa. Você não tem mais nada contra mim!__  Argumentei ignorando totalmente o fato de que eu estava numa chácara dele, afastada da cidade e que ele tinha uma arma sobre a mesa.

__ Laura, você é mais inteligente do que isso. __ Ele comentou.

__ Você é minha e por isso vai fazer tudo do jeito que eu mandar. E você não vai fazer só por eu posso contar pra sua mãe que você ficou bêbada. Na verdade, eu só inventei essa história pra não te assustar muito.

__ Eu não vou fazer nada disso Guilherme! Já chega!__ Gritei irritada. A adrenalina tirou todo o medo de mim. Guilherme se aproximou e me segurou pelo braço, deixando os nossos rostos bem próximos. Tentei sair do seu agarro mas não deu. Ele olhou fixamente nos meu olhos e disse firme:

__ Você vai, Laura. Até porque, você não quer que ninguém se machuque, não é mesmo?

__ Você disse que não ia me machucar.__ Eu o desafiei. Ele sorriu.

__ Eu nunca vou te machucar. Mas eu não falei nada dos seus amigos e sua família. __ Ele riu e eu fiquei chocada. Ele não faria isso. Faria?

__ Você não pode fazer isso.__ Sussurrei.

__ Posso. Como você pode ver, eu sou muito rico. Eu posso fazer o que eu quiser e nada vai acontecer comigo. Agora você vai me obedecer senão a primeira pessoa que vai sofrer as consequências disso vai ser a sua amiguinha Flaviana. Eu devia acabar com ela só pelo fato de você ter falado de mim pra ela. Mas como eu te amo muito e sei que ela é sua melhor amiga, eu resolvi te dá uma chance de resolver tudo isso. Eu sei que você vai dá seu jeito. Não é?

Eu não consegui responder ele. Nessa altura eu já tava chorando. Eu odiava o jeito que ele me deixava tão vulnerável. Eu nunca fui de chorar na frente de ninguém e agora já é a segunda vez que eu choro na frente dele só hoje. Isso me deixa revoltada.

__ Está bem, eu vou consertar isso, mas não machuque ninguém. __ Eu falei tentando me acalmar.

__ Tudo depende de você.__ Ele afirmou. Então ele me abraçou forte.

__ Eu só estou fazendo isso por nós. Pra podermos ficar juntos. Não precisa chorar, se você se comportar ninguém vai acabar machucado. __ Ele me soltou e sorriu, mexendo no meu cabelo.

__ Podemos ir embora agora?__ Perguntei.

__ Eu vou te levar pra casa. __ Ele disse me acompanhando para a saída da casa.

__ Finalmente!__ Exclamei.

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FELIZ NATAL 🌲🌲