Já havia se passado algumas semanas desde que Guilherme me levou para aquela chácara, desde então, ele não havia feito nada de tão grave, além de me levar pra sair nos sábados.
Pelo menos ele não tentou me beijar mais, ele disse que por eu estar me "comportando" ele iria devagar.
Eu disse pra Flavinha que tinha resolvido tudo com Guilherme e que ele tinha me deixado em paz. Eu não quis envolver ela nisso por enquanto, como eu sei que Guilherme me vigia, preferi ganhar a confiança dele antes de agir.
__ Laura, a gente pode conversar?__ Vicente me tirou dos meus devaneios e eu percebi que o professor já tinha liberado os alunos para o intervalo. Nós estávamos no cursinho, tendo aula de matemática, a qual eu não prestei atenção nem por um segundo.
__ Ah, Oi Vince, podemos sim.__ Eu disse ainda desajeitada. Ele sorriu e indicou com a cabeça para irmos num local mais afastado. Segui ele até um banco que ele se sentou.
__ Senta aqui.__ Ele disse sorrindo e eu sentei do lado dele. Então, Vicente me encarou por um tempo.
__ Que foi?__ Perguntei rindo. Ele parou de sorrir e me encarou sério.
__ Eu tô preocupado com você.
__ Preocupado? Com o que?__ Coloquei meu cabelo atrás da orelha.
__ Eu não sei. Você anda estranha desde o dia daquela festa do cursinho? Aconteceu alguma coisa?
__ Não aconteceu nada, Vicente. Isso é coisa da sua cabeça.__ Respondi rápido. Eu sou tão transparente assim?
Vicente se aproximou e acariciou minha bochecha com a mão. Eu fechei os olhos.
__ Eu te conheço. Você sempre foi sorridente, tranquila e agora está toda preocupada, ansiosa, como se estivesse acontecendo algo de ruim. Olha Laura, se você está passando por algumas coisas, pode me falar, eu vou te apoiar sempre. Vai ficar tudo bem.
Por mais que eu sabia que meus problemas estavam longe de se resolver, foi muito bom ouvir isso dele, afinal eu ainda tinha sentimentos por ele.
__ Obrigada, Vince. Mas não tem nada acontecendo,
__ Mesmo? E aquele seu vizinho?__ Vince perguntou, meu estômago gelou, será que ele estava desconfiado de algo? Será que Flavinha falou alguma coisa com ele?
__ O-o que tem o meu vizinho?__ Gaguejei nervosa.
__ Ah, a Flavinha tinha comentado que você tinha achado ele bonito e tal.__ Ele disse meio sem graça. Eu não disfarcei o alívio.
__ Ah! Não deu nada.__ Eu queria que não tivesse dado em nada mesmo. __ E a Priscila?__ Aproveitei pra perguntar apesar de não querer saber da resposta.
__Eu não tenho nada com a Priscila, na verdade meu interesse é outro.__ Ele disse e sorriu me encarando (e que sorriso maravilhoso).
__ É mesmo? Eu fiquei sabendo que vocês se beijaram.__ Falei fingindo não ligar muito. Ele pareceu surpreso por um instante mas voltou a sorrir logo em seguida.
__ Não foi nada disso. Eu só tava meio bêbado, você sabe que eu sou fraco pra beber. __ Ele riu baixinho. __ Mas ela sabe que não tem clima com a gente.
Eu juro que sou uma pessoa que preza muito por sororidade e essas coisas, mas confesso que uma parte de mim ficou muito satisfeita em ouvir que o Vince não quer nada sério com a Priscila. Isso me dá uma faisquinha de esperança.
Apesar de saber que o maldito diabo de olhos azuis jamais vai deixar eu ter uma relação com o Vicente. Eu já percebi a essa altura que ele é extremamente psicopata e possessivo e por isso não vai deixar ninguém se aproximar de mim, nem que para isso ele tenha que me sequestrar ou algo do tipo.Por mais que eu deteste confessar, eu sei que não sou capaz de impedir-lo caso ele realmente tente fazer alguma coisa. Isso me dá medo.
De repente eu senti Vince chegar mais perto do meu rosto. Parei pra olhar pra ele, esperando ele dizer algo.
__Essa carinha pensativa que me preocupa. Eu sei que tem algo te incomodando e pelo visto é sério, porque você não quer me contar. __ Insistiu.
__ Vince é sério, não se preocupe. __ Eu queria contar mas não vou arriscar. Guilherme é um problema que eu tenho que lidar sozinha.
__ Eu não insisto mais então. Quando você quiser falar, você fala. Não vou te obrigar.
__ Você é muito teimoso quando coloca uma coisa na cabeça não é?__ Eu impliquei. Pra descontrair, dei um soquinho no ombro dele.
__ Só com você, amor! __ Ele brincou também.
__ Bom, a gente tem que voltar para aula.__ Vince disse e se levantou, estendendo a mão pra me ajudar a levantar. Eu aceitei e levantei.
O resto da aula foi muito tranquilo. Eu estava me sentindo mais leve, eu sempree sentia assim quando conversava com Vince, ele sempre me fez sentir segura, como se tudo fosse ficar bem.
No caminho de volta para casa, eu fui a pé sozinha, pois Flavinha saiu mais cedo do cursinho pra fazer uns exames médicos, parece que ela vai ter que fazer uma pequena cirurgia no joelho ou algo do tipo.
Quando eu estava perto da minha casa, eu vi Guilherme na rua. Ele já tinha me visto e estava me encarando, esperando eu chegar perto.
Droga! Pensei e continuei meu caminho, só que olhando pro chão e andando mais rápido.O que foi em vão, já que quando passei por ele, o próprio me puxou e me colocou contra a parede do muro, se posicionando bem na minha frente e me deixando encurralada.
__ Não tente fugir de mim, baby. Você sabe que é inútil.__ Ele falou no meu ouvido e riu um pouco.
__ O que você está fazendo? Me solta!__ Falei com firmeza e ele riu um pouco mais. Sádico.
__ Não grite amor. Vai ser pior pra você.__ Ele disse e ficou um tempo calado. Apenas sentindo o meu cheiro e analisando o meu corpo. Eu fiquei com medo de fazer qualquer coisa. Ele parecia uma fera sedenta por sua presa (que no caso sou eu).
__ O que você quer?__ Minha voz saiu falha, o que pareceu agradá-lo, uma vez que demostrou fraqueza diante dele. Eu me odeio por isso.
__Calma meu anjo. Eu já disse que eu não vou te fazer mal. __ Ele riu, seus olhos azuis não se desviavam de mim nem por um segundo sequer.
__ Eu tenho que entrar.__ Falei baixo de novo.
__ Eu vou deixar você entrar, mas antes eu quero esclarecer uma coisa.__ Ele falou sério. O que era preocupante porque geralmente ele fica sorrindo o tempo todo.
__ O que você quer?__ Falei mais alto dessa vez. Ele riu e brincou um pouco com o meu cabelo. Eu tentei desviar mas eu meio que não tinha pra onde correr.
__ Eu não sei se te expliquei direito mas como você é uma menina inteligente, além de linda, eu pensei que você fosse descobrir.
__ Do que você tá falando?__ Perguntei confusa.
Eu nunca conseguia prever o que passava na cabeça desse louco. As vezes ele fala coisas tão aleatórias que parece que ele está em outra dimensão. Numa realidade completamente diferente.
__ Eu estou falando daquele seu amiguinho. Vicente. Eu vou falar bem devagar que é pra você entender
Você. É. Minha. Só minha, de mais ninguém. Eu não vou deixar você ficar flertando com outros idiotas, abraçando outros idiotas. Se você quer flertar, flerte comigo. Se você quer abraço, me abrace. Eu não quero ver você fazendo essas coisas com mais ninguém. Entendeu?Guilherme falou com toda calma possível. Como se tudo aquilo fosse óbvio. Isso me deixa ainda mais assustada. Ele me viu conversar com Vicente? Como? Quão controle ele tem só a minha vida? O que ele é capaz de fazer se eu continuar sendo amiga de Vinc Será que eu vou ter que me afastar dele? Por quanto tempo isso vai durar? São muitas perguntas.
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Olá pessoal!! Desculpa a demora pra atualizar mas eu acabei de mudar de casa e também já estou de volta pra faculdade então essas coisas me deixaram sem tempo.
Enfim, eu fiz esse capítulo pq eu queria saber em qual time vocês estão. E aí? Team Guilherme ou Team Vicente? Me contem por favor. Até a próxima!
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Stalker
Teen Fiction"Ah Laura Alencar! Você é minha agora. Está nas minhas mãos. Assim como deve ser." "Do que você está falando?" "Estou falando que você vai ter que fazer exatamente tudo que eu mandar. " Laura é uma jovem adulta comum e tem u...