Encontro duplo

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__ Amiga, a gente já bebeu a jarra inteira!__ Eu comentei rindo, quando fui servir mais um copo de caipirinha, mas percebi que só tinha gelo e limão.

Eu fiquei um pouco surpresa, pois não reparei que a gente já tinha bebido muito, nem mesmo que já tinha mais de uma hora que estávamos conversando na piscina.

Eu sempre tive uma grande conexão com ambientes rurais e estar em uma chácara, afastada de tudo e de todos, me fazia esquecer do mundo. Aqui, eu podia finalmente respirar e ser eu mesma.

A Flavinha riu do meu comentário é completou:

__ E eu ainda tô com fome, sabia? Essas batatas não serviram de nada.

__ Vamos pra cozinha. Eu quero mais batata e mais caipirinha. __ Eu disse animada.

Até porque, meu corpo já estava sentindo os efeitos do álcool. Meus olhos  já estavam um pouco caídos, minhas bochechas estavam rosadas, eu estava sentindo uma leve dormência no rosto e também estava com uma agradável sensação de tontura.

Eu e Flavinha saímos da piscina. Assim que saímos, começamos a enxugar o nosso corpo descuidosamente com toalhas brancas que pertenciam à área da piscina da chácara.

Com uma toalha menor, eu tirei o excesso de água do meu cabelo e Flavinha fez o mesmo.  Então, eu coloquei meu vestido azul por cima do biquíni e Flavinha colocou um short preto.

Eu estava me sentido leve e feliz pela primeira vez em séculos. Minha consciência estava tranquila também. Dessa vez, eu não estava fazendo nada de errado. Também não estava fazendo nada que pudesse irritar o meu vizinho psicopata.

Pra mim, era muito importante conquistar a confiança dele e eu não quero fazer nada que pudesse atrapalhar isso.

Entramos na cozinha e Flavinha foi preparar mais bebida. Afinal,  o nosso dia das garotas estava apenas começando.

__ Amiga, pega o gelo pra mim, por favor.  __ Flavinha pediu, enquanto cortava vários limões.

Eu ri com o exagero dela. Fui até o congelador e pequei uma caixinha de gelo. Levei até ela e me encostei na bancada da cozinha.

Depois que Flavinha amassou os limões, ela colocou um pouco de açúcar e abriu a garrafa de cachaça, a qual ainda estava cheia um pouco mais da metade.

Antes de despejar a bebida alcoólica na jarra, minha amiga se pôs na ponta dos pés para abrir o armário suspenso e retirou dele dois copos de shots.  Então, ela encheu duas doses completas e me deu um dos copos.

__ Tem que tomar um shot de cachaça pra caipirinha ficar boa. É uma tradição que eu não arrisco faltar.__ Ela disse sorridente.

Eu ri, peguei a dose da mão dela e brindei os nossos copos.

__ Saúde! __ Falei e virei de uma vez. Flavinha fez o mesmo. Mas, diferente dela, eu fiz uma careta amarga após ingerir a bebida. Flavinha riu da minha fraqueza.  Ela bebe como se fosse água.

_ Ah! Eu tô com fome de verdade. Vou fazer um sanduíche,  você quer?

Peguei uma sacola de pão de forma e abri a geladeira para pegar tudo que eu encontrava pela frente. Então eu sentei em um banco na ilha da cozinha e comecei a preparar os sanduíches.

Flavinha se aproximou de mim com a caipirinha e os nossos copos. Enquanto sentava em outro banco da ilha, ao meu lado, ela comentou:

__ Quando a gente for morar juntas em São Paulo, a gente vai viver de sanduíches e caipirinhas. Infelizmente,  nem eu, nem você temos talento pra cozinha.

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⏰ Última atualização: Oct 12, 2023 ⏰

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