Elo perigoso

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__ É uma longa história...__ Eu comecei meio desconfortável. Eu não sei o que o Guilherme está planejando. Não entendo porque ele quer que eu conte tudo pra Flavinha, por que ele faria isso? Eu temo muito pela vida dela, mas agora, eu só posso fazer o que ele mandou.

__ O Guilherme é um cara perigoso. Ele é obcecado por mim.

__ Perigoso como? Ele te fez alguma coisa? O que ele quer com você?

__ Eu não sei... Me ter como um troféu, sei lá. Mas eu irritei ele. Se ele fizer alguma coisa com você vai ser tudo minha culpa...__ Eu lamentei esfregando as mãos no rosto. Eu não conseguia pensar direito.

__ Tudo bem. Não desespera!__ Flavinha tentou me acalmar mas eu pude perceber que ela também estava com medo.

__Mas eu tô confusa. Como tudo isso começou? Me conta essa história direito.__ Ela falou.

__ Bom, depois que eu conversei com você sobre as fotos, eu confrontei ele. Eu disse que eu não ia ser chantageada e que eu ia contar tudo pra polícia se ele continuasse a me incomodar. Mas aí ele me ameaçou com uma arma e me levou pra um sítio fora da cidade. Lá no sítio ele disse que ia matar você se eu não o obedecesse, porque ele já sabia que eu tinha te contado das fotos.

__ Como ele soube disso?

__ Ele hackeou meu celular e sempre coloca alguém pra me vigiar. Ele descobriu que eu fiquei com o Vicente também. Eu fui muito burra! Eu subestimei ele. Depois ele me obrigou a ir pra São Paulo com ele e lá eu descobri que ele é chefe de uma máfia.

__ Isso é surreal. Eu sabia que tinha uma coisa errada com ele.__ Flavinha falou pensativa.

__ Amiga... Você acha que ele vai fazer alguma coisa comigo?__ Ela perguntou amedrontada.

__ Eu acho que não. Ele só quer ter certeza que você não vai contar nada pra ninguém. Flaviana, isso é sério. Você tem que ficar calada, ele é perigoso.

__ Eu sei. Eu não vou. Mas eu quero sair daqui.__ Ela falou olhando pra porta.

__ Eu também!__ Eu concordei.

__ Será que a gente tenta abrir a porta?__ Ela perguntou.

__ Como?

__ Eu sei lá, arrombando! Eu quero sair daqui. __ Ela respondeu se direcionando para a porta e tentando forçar a porta.

__ Você tem um grampo?__ Ela perguntou depois de alguns minutos.

Eu tirei um grampo do cabelo e entreguei para ela.

__ Você consegue abrir com isso?__ Eu perguntei assistindo ela abrir o grampo e colocar na fechadura.

__ Vamos ver agora.__ Ela falou concentrada na fechadura.

Flavinha tentou virar a fechadura algumas vezes com o grampo até que ele quebrou, sem causar nenhum efeito na porta.

__ Ahh! Nos filmes parece tão fácil!__ Ela lamentou se virando de costas e se enconstando na porta.

__ Toma.__ Ela estendeu a mão e me entregou o grampo quebrado.

__ Ah Flavinha! Eu não quero isso!__ Eu joguei o grampo no chão e ela riu. É incrível como ela consegue manter o bom humor em momentos como esse.

Então nós ouvimos passos em direção à porta. Era Guilherme, ele caminhava tranquilamente para onde a gente estava.

Nós duas nos recuamos para trás e ficamos observando a porta. Quando se abriu, eu, instintivamente, coloquei Flavinha atrás de mim para protegê-la. Se ele quisesse fazer alguma coisa com ela, terá que passar por cima de mim primeiro.

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