Senteça- Parte II

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⚠️ Aviso importante: esse capítulo pode conter gatilhos de crise de ansiedade. Caso sinta-se desconfortável sugiro pular a cena ou suspender a leitura. ⚠️


Capítulo XV- Sentença Parte II

"Você nunca sabe o quão forte você é até que ser forte seja a sua única chance."

Tomar uma decisão pode ser para alguns um ato de sofrimento. Escolher que profissão seguir, se vale a pena terminar ou não um relacionamento, comer ou não aquela última fatia de bolo escondida no fundo da geladeira... pois uma vez consumada, é um caminho sem volta, e cada passo dado resultará no surgimento de consequências positivas ou negativas, e a única opção que temos é arcar com elas, porque somos livres para escolher, mas não podemos alterar as consequências das nossas decisões.

Estamos presos a elas.

Às vezes o desejo de abster-se da responsabilidade e transferi-la para outrem, grita aos nossos ouvidos. É mais fácil responder um: não sei, você decide, do que tomar as rédeas da situação, e enfrentar seja lá o que vier depois da decisão tomada. Mas, o que esquecemos é que até o ato de se abster é primordialmente uma decisão. Você pode não estar sentenciando a questão principal, porém não significa que não terá que lidar com as mesmas consequências.

Quaisquer que sejam as situações, as pessoas envolvidas ou o tempo disposto, a tomada de decisão é um ato individual e intransferível, porque mesmo pedindo para os outros decidirem por ti, de qualquer forma, em primeiro lugar, uma escolha foi feita por você e no fim percebemos que não podemos decidir pelos outros e vice-versa, muito menos culpá-los caso o resultado não nos agrade.

Quando optamos por um caminho e temos que renunciar a todos os outros, um sentimento de perda surge até mesmo quando a decisão é a correta e eficaz, criando dúvidas banhadas em pensamentos conflitantes sobre como seria o futuro, caso tivéssemos optado por outro caminho. Todavia, tais pensamentos precisam ser colocados em pauta antes e não depois que a decisão foi tomada, possibilitando que uma análise de cenários e projeções futuras sejam feitas com segurança e maturidade, para que depois não surjam arrependimentos ou lamentações.

"— Isso é loucura, Taehyung! Achei que você já tinha desistido dessa ideia depois que se mudou para o apartamento dele.

— Eu não tenho escolha, Lee. Lo amo, pero no puedo confiar en él.

— E como você ama uma pessoa sem confiar nela, Taehyung?!

— Amo o meu Jungkook, mas não posso confiar no Jungkook abogado. ¿Lo entiendes? É complicado, Lee.

O gabinete do promotor ficou em total silêncio depois dessa declaração. Era a primeira vez que Taehyung falava tão abertamente para o amigo sobre seus sentimentos pelo advogado. Era também a primeira vez que ele parecia tão convicto sobre dar início a última parte do seu plano tão meticulosamente projetado.

— Porra, Tae... — Foram as únicas palavras que conseguiu encontrar para expressar o quão trágico era o cenário.

— É, eu sei, consegui me fuder ainda mais nessa história.

Se já era difícil enganar a todos para conseguir provas, mentir para aquele que amava, machucava Taehyung um pouquinho mais a cada sorriso que Jungkook lhe dava.

— Então, não posso recuar agora e você é o único que posso contar para fazer isso dar certo.

— Abrir um processo contra você mesmo é loucura, Tae! — Ainda tentava fazer o amigo refletir um pouco mais.

O Amor no banco dos RéusOnde histórias criam vida. Descubra agora